quinta-feira, 1 de maio de 2014

MUSICA SACRA


"Música sacra, 50 anos depois do Concílio": os requisitos específicos da música litúrgica e a beleza como elemento não só decorativo, mas constitutivo
Por Sergio Mora
CIDADE DO VATICANO, 30 de Abril de 2014 (Zenit.org) - 
A Congregação para o Culto Divino e o Pontifício Conselho para a Cultura enviaram um questionário às conferências episcopais, institutos religiosos maiores e faculdades de teologia para conhecer melhor, em perspectiva pastoral, o panorama da música sacra nas diversas comunidades.
Com o título "Música sacra, 50 anos depois do Concílio", o amplo questionário faz perguntas que vão desde os encarregados da música sacra até os instrumentos utilizados, passando pelos conhecimentos dos músicos sobre a liturgia e pelo uso ou não do canto gregoriano na liturgia dominical. Sobre a enculturação com a música local, o texto recorda o equilíbrio necessário e indica a importância da sacralidade e a correspondência com o rito que se celebra. Criticam-se as músicas ambientais de tipo “new age”, que criam estados artificiosos, e destaca-se que a música litúrgica deve “predispor a alma ao acolhimento do silêncio sacro”, porque ela “guia o indivíduo e a comunidade inteira à plena intimidade com Cristo, na qual a oração se torna adoração e canto de louvor”.
“O objetivo primário de todo caminho sério de formação deverá ser o de mostrar aos colaboradores da Igreja a missão universal a que ela está consagrada”, para, assim, anunciar o Cristo “através da humilde oferta do próprio talento”. Recorda-se também que “o patrimônio universal da música sacra guarda, para o bem de toda a Igreja, uma riquíssima herança teológica, litúrgica e pastoral”.
“O espírito de fidelidade, que conhece também a sadia audácia, deverá oferecer à Igreja contemporânea um repertório musical vivo e atual, que mostre os múltiplos percursos da arte cristã empreendidos ao longo de dois milênios e que, ao mesmo tempo, se mostre capaz de uma autêntica renovação”.
O questionário indaga como se vive o encontro com uma tradição musical proveniente de outras culturas, em tempos de globalização e de novos movimentos eclesiais, e pergunta se há um equilíbrio são entre enculturação, acolhimento e amadurecimento da própria identidade cultural.
“Eventuais concertos deverão respeitar as claras indicações do magistério”, além de “manifestarem um caráter espiritual que os reoriente, inequivocamente, ao contexto sacro”.
O documento reconhece que “a evolução das linguagens musicais impôs à sensibilidade das novas gerações, particularmente sob os impulsos da globalização, novos critérios para a escuta, participação e interpretação”, embora tais linguagens tenham, conforme indicado por Bento XVI, “a finalidade de transmitir a Mensagem da Salvação em lugares e modos concordes com o novo areópago cultural”.
O documento convida a “uma redescoberta global do sentido da música e a um aprofundamento no valor da música sacra no contexto da liturgia”, recordando, também, que “a participação plena da assembleia litúrgica requer dois animadores de toda a assembleia para se chegar à mais alta expressão de solenidade”.
“O canto e a música adquirem, no contexto ritual, um valor sacramental, já que ambos oferecem uma válida contribuição na comunicação da realidade divina cuja presença se realiza pela ação litúrgica". Por isso, “a música litúrgica deve responder aos seus requisitos específicos: a plena adesão aos textos que apresenta, a consonância com o tempo e com o momento litúrgico a que está destinada e a adequada correspondência aos gestos que o rito propõe”.










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