"Música sacra, 50 anos depois do Concílio": os requisitos específicos da música litúrgica e a beleza como elemento não só decorativo, mas constitutivo
Por Sergio Mora
CIDADE DO VATICANO, 30 de Abril de 2014 (Zenit.org) -
A Congregação para o Culto Divino e o
Pontifício Conselho para a Cultura enviaram um questionário às conferências
episcopais, institutos religiosos maiores e faculdades de teologia para conhecer
melhor, em perspectiva pastoral, o panorama da música sacra nas diversas
comunidades.
Com o título "Música sacra, 50 anos depois do Concílio", o amplo questionário
faz perguntas que vão desde os encarregados da música sacra até os instrumentos
utilizados, passando pelos conhecimentos dos músicos sobre a liturgia e pelo uso
ou não do canto gregoriano na liturgia dominical. Sobre a enculturação com a
música local, o texto recorda o equilíbrio necessário e indica a importância da
sacralidade e a correspondência com o rito que se celebra. Criticam-se as
músicas ambientais de tipo “new age”, que criam estados artificiosos, e
destaca-se que a música litúrgica deve “predispor a alma ao acolhimento do
silêncio sacro”, porque ela “guia o indivíduo e a comunidade inteira à plena
intimidade com Cristo, na qual a oração se torna adoração e canto de
louvor”.
“O objetivo primário de todo caminho sério de formação deverá ser o de
mostrar aos colaboradores da Igreja a missão universal a que ela está
consagrada”, para, assim, anunciar o Cristo “através da humilde oferta do
próprio talento”. Recorda-se também que “o patrimônio universal da música sacra
guarda, para o bem de toda a Igreja, uma riquíssima herança teológica, litúrgica
e pastoral”.
“O espírito de fidelidade, que conhece também a sadia audácia, deverá
oferecer à Igreja contemporânea um repertório musical vivo e atual, que mostre
os múltiplos percursos da arte cristã empreendidos ao longo de dois milênios e
que, ao mesmo tempo, se mostre capaz de uma autêntica renovação”.
O questionário indaga como se vive o encontro com uma tradição musical
proveniente de outras culturas, em tempos de globalização e de novos movimentos
eclesiais, e pergunta se há um equilíbrio são entre enculturação, acolhimento e
amadurecimento da própria identidade cultural.
“Eventuais concertos deverão respeitar as claras indicações do magistério”,
além de “manifestarem um caráter espiritual que os reoriente, inequivocamente,
ao contexto sacro”.
O documento reconhece que “a evolução das linguagens musicais impôs à
sensibilidade das novas gerações, particularmente sob os impulsos da
globalização, novos critérios para a escuta, participação e interpretação”,
embora tais linguagens tenham, conforme indicado por Bento XVI, “a finalidade de
transmitir a Mensagem da Salvação em lugares e modos concordes com o novo
areópago cultural”.
O documento convida a “uma redescoberta global do sentido da música e a um
aprofundamento no valor da música sacra no contexto da liturgia”, recordando,
também, que “a participação plena da assembleia litúrgica requer dois animadores
de toda a assembleia para se chegar à mais alta expressão de solenidade”.
“O canto e a música adquirem, no contexto ritual, um valor sacramental, já
que ambos oferecem uma válida contribuição na comunicação da realidade divina
cuja presença se realiza pela ação litúrgica". Por isso, “a música litúrgica
deve responder aos seus requisitos específicos: a plena adesão aos textos que
apresenta, a consonância com o tempo e com o momento litúrgico a que está
destinada e a adequada correspondência aos gestos que o rito propõe”.
CIDADE DO VATICANO, 30 de Abril de 2014 (Zenit.org) -
A Congregação para o Culto Divino e o
Pontifício Conselho para a Cultura enviaram um questionário às conferências
episcopais, institutos religiosos maiores e faculdades de teologia para conhecer
melhor, em perspectiva pastoral, o panorama da música sacra nas diversas
comunidades.
Com o título "Música sacra, 50 anos depois do Concílio", o amplo questionário
faz perguntas que vão desde os encarregados da música sacra até os instrumentos
utilizados, passando pelos conhecimentos dos músicos sobre a liturgia e pelo uso
ou não do canto gregoriano na liturgia dominical. Sobre a enculturação com a
música local, o texto recorda o equilíbrio necessário e indica a importância da
sacralidade e a correspondência com o rito que se celebra. Criticam-se as
músicas ambientais de tipo “new age”, que criam estados artificiosos, e
destaca-se que a música litúrgica deve “predispor a alma ao acolhimento do
silêncio sacro”, porque ela “guia o indivíduo e a comunidade inteira à plena
intimidade com Cristo, na qual a oração se torna adoração e canto de
louvor”.
“O objetivo primário de todo caminho sério de formação deverá ser o de
mostrar aos colaboradores da Igreja a missão universal a que ela está
consagrada”, para, assim, anunciar o Cristo “através da humilde oferta do
próprio talento”. Recorda-se também que “o patrimônio universal da música sacra
guarda, para o bem de toda a Igreja, uma riquíssima herança teológica, litúrgica
e pastoral”.
“O espírito de fidelidade, que conhece também a sadia audácia, deverá
oferecer à Igreja contemporânea um repertório musical vivo e atual, que mostre
os múltiplos percursos da arte cristã empreendidos ao longo de dois milênios e
que, ao mesmo tempo, se mostre capaz de uma autêntica renovação”.
O questionário indaga como se vive o encontro com uma tradição musical
proveniente de outras culturas, em tempos de globalização e de novos movimentos
eclesiais, e pergunta se há um equilíbrio são entre enculturação, acolhimento e
amadurecimento da própria identidade cultural.
“Eventuais concertos deverão respeitar as claras indicações do magistério”,
além de “manifestarem um caráter espiritual que os reoriente, inequivocamente,
ao contexto sacro”.
O documento reconhece que “a evolução das linguagens musicais impôs à
sensibilidade das novas gerações, particularmente sob os impulsos da
globalização, novos critérios para a escuta, participação e interpretação”,
embora tais linguagens tenham, conforme indicado por Bento XVI, “a finalidade de
transmitir a Mensagem da Salvação em lugares e modos concordes com o novo
areópago cultural”.
O documento convida a “uma redescoberta global do sentido da música e a um
aprofundamento no valor da música sacra no contexto da liturgia”, recordando,
também, que “a participação plena da assembleia litúrgica requer dois animadores
de toda a assembleia para se chegar à mais alta expressão de solenidade”.
“O canto e a música adquirem, no contexto ritual, um valor sacramental, já
que ambos oferecem uma válida contribuição na comunicação da realidade divina
cuja presença se realiza pela ação litúrgica". Por isso, “a música litúrgica
deve responder aos seus requisitos específicos: a plena adesão aos textos que
apresenta, a consonância com o tempo e com o momento litúrgico a que está
destinada e a adequada correspondência aos gestos que o rito propõe”.
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