sábado, 25 de janeiro de 2014

São Paulo, Apóstolo

São Paulo, Apóstolo (5-67) foi um escritor do cristianismo primitivo. Treze epístolas do Novo Testamento são atribuídas a ele. Foi o maior propagador do cristianismo depois de Cristo. Antes de se converter ao Cristianismo era conhecido como Saulo e perseguia os discípulos de Jesus nos arredores de Jerusalém, quando teve uma visão de Jesus envolto numa luz incandescente e desde então começou suas pregações do Cristianismo.
São Paulo, Apóstolo (5-67) Nasceu em Tarso na Cilícia, era judeu e cidadão romano. Perseguidor das primeiras comunidades cristãs, foi conivente com o assassinato do protomártir Estêvão. Quando perseguia os cristãos, a caminho de Damasco, teve uma visão de Jesus envolto em uma luz incandescente que o cegou, durante três dias. Desde então converteu-se e começou a pregar o Cristianismo, viajando pelo mundo, pregando o evangelho de Jesus Cristo e o mistério de sua paixão, morte e ressurreição.
A conversão de São Paulo é uma das mais importantes da história da Igreja. Mostra o poder da graça divina, capaz de transformar Saulo, perseguidor da Igreja, no "Apóstolo Paulo" por excelência, que tem a iniciativa da evangelização dos pagãos. Ele próprio confessa, por diversas vezes, que foi perseguidor implacável das primeiras comunidades cristãs. Por causa disso atribui a si mesmo o título de "o menor entre os Apóstolos" e ainda, de "indigno de ser chamado Apóstolo". Mas Deus, que conhecia a sua retidão, tornou-o testemunha da morte de Santo Estevão, cena descrita nos Atos dos Apóstolos. A visão de Estevão apontando para os céus abertos e Cristo, aí reinando, domina a vida toda de Paulo, o grande missionário do Cristianismo.
Percorreu a sia Menor, atravessou todo o Mediterrâneo em 4 ou 5 viagens. Elaborou uma teologia cristã e ao lado dos Evangelhos suas epístolas são fontes de todo pensamento, vida e mística cristãs. Além das grandes e contínuas viagens apostólicas e das prisões e sofrimentos por que passou, deve-se a ele que se auto denomina "servo de Cristo", a revelação da mensagem do Salvador, ou seja, as 13 Epístolas ou Cartas. Elas formam como que a Teologia do Novo Testamento, exposta por um Apóstolo. São Paulo, Apóstolo, sofreu o martírio em Roma. O ano é incerto, mas deve ter ocorrido entre 64 e 67.
Duas festas litúrgicas foram criadas em homenagem a São Paulo. A primeira em 25 de janeiro, foi instituída na Gália, no século VIII, para lembrar a conversão do Apóstolo e entrou no calendário romano no final do século X. A segunda, lembrando o seu martírio a 29 de junho, juntamente com o do Apóstolo São Pedro, foi inserida no santoral (livro dos santos da Igreja Católica) muito antes da festa do Natal e havia desde o século IV o costume de celebrar neste dia três Missas. A primeira na basílica de São Pedro no Vaticano, a segunda na basílica de São Paulo fora dos Muros e a terceira nas catacumbas de São Sebastião, onde as relíquias dos dois Apóstolos tiveram de ser escondidas por algum tempo para subtraí-las à profanação. Há um eco deste costume no fato de que além da Missa do dia é previsto um formulário para a Missa vespertina da vigília.
Depois da Virgem Maria, são precisamente os Apóstolos Pedro e Paulo, juntamente com São João Batista, os santos comemorados mais frequentemente e com maior solenidade no ano litúrgico. Por muito tempo se pensou que 29 de junho fosse o dia em que, no ano 67, Pedro na Colina Vaticana e Paulo na localidade agora denominada Três Fontes testemunharam sua fidelidade a Cristo com o derramamento do sangue. Na realidade, embora o fato do martírio seja um dado histórico incontestável, e está além disso provado que aconteceu em Roma durante a perseguição de Nero, é incerto não só o dia, mas até o ano da morte dos dois apóstolos. Enquanto para São Paulo existe uma certa concordância entre testemunhas antigas indicando o ano de 67, para São Pedro há muitas discordâncias, e os estudiosos parecem preferir agora o ano de 64, ano em que, como atesta também o historiador pagão Tácito, "uma enorme multidão" de cristãos pereceu na perseguição que se seguiu ao incêndio de Roma.
Parece também que a festa do dia 29 de junho tenha sido a cristianização de uma celebração pagã que exaltava as figuras de Rômulo e Reno, os dois mitos fundadores da Cidade Eterna. São Pedro e São Paulo de fato, embora não tenham sido os primeiros a trazer a fé a Roma, foram realmente os fundadores da Roma cristã, um antigo hino litúrgico definia-os como pais de Roma.
VIA INTERNET

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Uma carta para si mesma cheia de amor e confiança em Deus

O legado de uma menina falecida que está comenvendo o mundo
Publicado em 17/01/2014, às 08:49, por Jefferson Souza.
Os pais de Taylor Smith acharam consolo depois da morte de sua menina em uma carta que ela escreveu em abril do ano passado para ser lida por ela mesma dentro de dez anos. O caso deu a volta ao mundo nas últimas horas mas, poucos meios têm reparado em sua profunda mensagem de amor e confiança em Deus.

Taylor tinha 12 anos e morreu por uma pneumonia no dia 5 de janeiro passado. Uns dias depois deste trágico fato, seus pais encontraram um envelope no seu quarto com esta indicação: “Confidencial. Somente para os olhos de Taylor Smith a menos que se diga o contrário. Não abrir até 13-4-23”.

Na nota, Taylor se propõe a concluir seus estudos e a emendar os erros e atrasos nos estudos acadêmicos que possa ter feito. “Felicitações por concluir o ensino médio! Se você não o fez, volte e siga tentando. Consiga este diploma!”. Além disso, recorda seu desejo de ser advogada e se pergunta “Se estivermos na universidade, O que estamos estudando?”.

Taylor evoca na carta a primeira viagem de missões que realizou e se interpela a si mesmo sobre sua fé. “Falando nisso, como está sua relação com Deus? Você tem rezado, adorado, lido a Bíblia, ou ido servir ao Senhor recentemente? Se não, levanta e faça-o AGORA!”.

“Não me importa em que ponto de nossa vida estejamos agora, faça-o! Ele (Jesus) foi burlado, golpeado, torturado e crucificado por ti. Um homem sem pecado, que nunca fez nada mal a você nem a outra pessoa alguma”, escreveu para seu “futuro eu” a menina.

Seus pais, Tim e Ellen sofrem a dor da morte de sua filha, mas sabem que “era a hora de Deus” para a pequena Taylor.

“Ele a amava mais do que ninguém podia amá-la, tanto como para dizer ´Vem comigo´. Muitos se perguntarão por que é tão fácil para um pai que perdeu a sua filha dizer algo assim em vez de acusar Deus ou odiá-lo, mas o único que posso dizer é que é fácil para mim confiar em Deus agora porque minha menina confiava nele”, disse Tim à imprensa local.

Falando a vários meios de imprensa sobre o comovedor caso de Taylor, Tim assegurou que “agora estou ainda mais decidido a descobrir a vontade de Deus, porque agora que vejo um brilho do que é a vontade de Deus, agora que vê quanta gente está sendo transformada pelo que está havendo, sei que que a vida de uma única pessoa mudasse, Taylor teria dito que valeu a pena".

"Ela é um perfeito exemplo do que é amar Deus e amar os demais. Ela me ensinou como Deus ama, não via nada do exterior, ela só olhava no interior e no que era o melhor para os demais”.

"A esperança que Taylor compartilhou em sua carta é o que ela teria querido compartilhar com o mundo. Assim, como seu pai, sinto que é o mínimo que posso fazer para honrá-la, compartilhar sua carta com o mundo para que o amor de Deus e a esperança encontrada em Jesus, a mesma esperança que ela encontrou, estenda-se a vós”, assegurou.
Fonte: ACI Digital
Da redação do Portal Ecclesia.

MENSAGEM DO SANTO PADRE AOS COMUNICADORES neste dia de São Francisco de Sales



"Queridos irmãos e irmãs,
Hoje vivemos num mundo que está a tornar-se cada vez menor, parecendo, por isso mesmo, que deveria ser mais fácil fazer-se próximo uns dos outros. Os progressos dos transportes e das tecnologias de comunicação deixam-nos mais próximo, interligando-nos sempre mais, e a globalização faz-nos mais interdependentes. Todavia, dentro da humanidade, permanecem divisões, e às vezes muito acentuadas. A nível global, vemos a distância escandalosa que existe entre o luxo dos mais ricos e a miséria dos mais pobres. Frequentemente, basta passar pelas estradas duma cidade para ver o contraste entre os que vivem nos passeios e as luzes brilhantes das lojas. Estamos já tão habituados a tudo isso que nem nos impressiona. O mundo sofre de múltiplas formas de exclusão, marginalização e pobreza, como também de conflitos para os quais convergem causas económicas, políticas, ideológicas e até mesmo, infelizmente, religiosas.
Neste mundo, os mass-media podem ajudar a sentir-nos mais próximo uns dos outros; a fazer-nos perceber um renovado sentido de unidade da família humana, que impele à solidariedade e a um compromisso sério para uma vida mais digna. Uma boa comunicação ajuda-nos a estar mais perto e a conhecer-nos melhor entre nós, a ser mais unidos. Os muros que nos dividem só podem ser superados, se estivermos prontos a ouvir e a aprender uns dos outros. Precisamos de harmonizar as diferenças por meio de formas de diálogo, que nos permitam crescer na compreensão e no respeito. A cultura do encontro requer que estejamos dispostos não só a dar, mas também a receber de outros. Os mass-media podem ajudar-nos nisso, especialmente nos nossos dias em que as redes da comunicação humana atingiram progressos sem precedentes. Particularmente a internet pode oferecer maiores possibilidades de encontro e de solidariedade entre todos; e isto é uma coisa boa, é um dom de Deus.
No entanto, existem aspectos problemáticos: a velocidade da informação supera a nossa capacidade de reflexão e discernimento, e não permite uma expressão equilibrada e correcta de si mesmo. A variedade das opiniões expressas pode ser sentida como riqueza, mas é possível também fechar-se numa esfera de informações que correspondem apenas às nossas expectativas e às nossas ideias, ou mesmo a determinados interesses políticos e económicos. O ambiente de comunicação pode ajudar-nos a crescer ou, pelo contrário, desorientar-nos. O desejo de conexão digital pode acabar por nos isolar do nosso próximo, de quem está mais perto de nós. Sem esquecer que a pessoa que, pelas mais diversas razões, não tem acesso aos meios de comunicação social corre o risco de ser excluído.
Estes limites são reais, mas não justificam uma rejeição dos mass-media; antes, recordam-nos que, em última análise, a comunicação é uma conquista mais humana que tecnológica. Portanto haverá alguma coisa, no ambiente digital, que nos ajuda a crescer em humanidade e na compreensão recíproca? Devemos, por exemplo, recuperar um certo sentido de pausa e calma. Isto requer tempo e capacidade de fazer silêncio para escutar. Temos necessidade também de ser pacientes, se quisermos compreender aqueles que são diferentes de nós: uma pessoa expressa-se plenamente a si mesma, não quando é simplesmente tolerada, mas quando sabe que é verdadeiramente acolhida. Se estamos verdadeiramente desejosos de escutar os outros, então aprenderemos a ver o mundo com olhos diferentes e a apreciar a experiência humana tal como se manifesta nas várias culturas e tradições. Entretanto saberemos apreciar melhor também os grandes valores inspirados pelo Cristianismo, como, por exemplo, a visão do ser humano como pessoa, o matrimónio e a família, a distinção entre esfera religiosa e esfera política, os princípios de solidariedade e subsidiariedade, entre outros.
Então, como pode a comunicação estar ao serviço de uma autêntica cultura do encontro? E – para nós, discípulos do Senhor – que significa, segundo o Evangelho, encontrar uma pessoa? Como é possível, apesar de todas as nossas limitações e pecados, ser verdadeiramente próximo aos outros? Estas perguntas resumem-se naquela que, um dia, um escriba – isto é, um comunicador – pôs a Jesus: «E quem é o meu próximo?» (Lc 10, 29 ). Esta pergunta ajuda-nos a compreender a comunicação em termos de proximidade. Poderíamos traduzi-la assim: Como se manifesta a «proximidade» no uso dos meios de comunicação e no novo ambiente criado pelas tecnologias digitais? Encontro resposta na parábola do bom samaritano, que é também uma parábola do comunicador. Na realidade, quem comunica faz-se próximo. E o bom samaritano não só se faz próximo, mas cuida do homem que encontra quase morto ao lado da estrada. Jesus inverte a perspectiva: não se trata de reconhecer o outro como um meu semelhante, mas da minha capacidade para me fazer semelhante ao outro. Por isso, comunicar significa tomar consciência de que somos humanos, filhos de Deus. Apraz-me definir este poder da comunicação como «proximidade».
Quando a comunicação tem como fim predominante induzir ao consumo ou à manipulação das pessoas, encontramo-nos perante uma agressão violenta como a que sofreu o homem espancado pelos assaltantes e abandonado na estrada, como lemos na parábola. Naquele homem, o levita e o sacerdote não vêem um seu próximo, mas um estranho de quem era melhor manter a distância. Naquele tempo, eram condicionados pelas regras da pureza ritual. Hoje, corremos o risco de que alguns mass-media nos condicionem até ao ponto de fazer-nos ignorar o nosso próximo real.
Não basta circular pelas «estradas» digitais, isto é, simplesmente estar conectados: é necessário que a conexão seja acompanhada pelo encontro verdadeiro. Não podemos viver sozinhos, fechados em nós mesmos. Precisamos de amar e ser amados. Precisamos de ternura. Não são as estratégias comunicativas que garantem a beleza, a bondade e a verdade da comunicação. O próprio mundo dos mass-media não pode alhear-se da solicitude pela humanidade, chamado como é a exprimir ternura. A rede digital pode ser um lugar rico de humanidade: não uma rede de fios, mas de pessoas humanas. A neutralidade dos mass-media é só aparente: só pode constituir um ponto de referimento quem comunica colocando-se a si mesmo em jogo. O envolvimento pessoal é a própria raiz da fiabilidade dum comunicador. É por isso mesmo que o testemunho cristão pode, graças à rede, alcançar as periferias existenciais.
Tenho-o repetido já diversas vezes: entre uma Igreja acidentada que sai pela estrada e uma Igreja doente de auto-referencialidade, não hesito em preferir a primeira. E quando falo de estrada penso nas estradas do mundo onde as pessoas vivem: é lá que as podemos, efectiva e afectivamente, alcançar. Entre estas estradas estão também as digitais, congestionadas de humanidade, muitas vezes ferida: homens e mulheres que procuram uma salvação ou uma esperança. Também graças à rede, pode a mensagem cristã viajar «até aos confins do mundo» (Act 1, 8). Abrir as portas das igrejas significa também abri-las no ambiente digital, seja para que as pessoas entrem, independentemente da condição de vida em que se encontrem, seja para que o Evangelho possa cruzar o limiar do templo e sair ao encontro de todos. Somos chamados a testemunhar uma Igreja que seja casa de todos. Seremos nós capazes de comunicar o rosto duma Igreja assim? A comunicação concorre para dar forma à vocação missionária de toda a Igreja, e as redes sociais são, hoje, um dos lugares onde viver esta vocação de redescobrir a beleza da fé, a beleza do encontro com Cristo. Inclusive no contexto da comunicação, é precisa uma Igreja que consiga levar calor, inflamar o coração.
O testemunho cristão não se faz com o bombardeio de mensagens religiosas, mas com a vontade de se doar aos outros «através da disponibilidade para se deixar envolver, pacientemente e com respeito, nas suas questões e nas suas dúvidas, no caminho de busca da verdade e do sentido da existência humana (BENTO XVI, Mensagem para o XLVII Dia Mundial das Comunicações Sociais, 2013). Pensemos no episódio dos discípulos de Emaús. É preciso saber-se inserir no diálogo com os homens e mulheres de hoje, para compreender os seus anseios, dúvidas, esperanças, e oferecer-lhes o Evangelho, isto é, Jesus Cristo, Deus feito homem, que morreu e ressuscitou para nos libertar do pecado e da morte. O desafio requer profundidade, atenção à vida, sensibilidade espiritual. Dialogar significa estar convencido de que o outro tem algo de bom para dizer, dar espaço ao seu ponto de vista, às suas propostas. Dialogar não significa renunciar às próprias ideias e tradições, mas à pretensão de que sejam únicas e absolutas.
Possa servir-nos de guia o ícone do bom samaritano, que liga as feridas do homem espancado, deitando nelas azeite e vinho. A nossa comunicação seja azeite perfumado pela dor e vinho bom pela alegria. A nossa luminosidade não derive de truques ou efeitos especiais, mas de nos fazermos próximo, com amor, com ternura, de quem encontramos ferido pelo caminho. Não tenhais medo de vos fazerdes cidadãos do ambiente digital. É importante a atenção e a presença da Igreja no mundo da comunicação, para dialogar com o homem de hoje e levá-lo ao encontro com Cristo: uma Igreja companheira de estrada sabe pôr-se a caminho com todos. Neste contexto, a revolução nos meios de comunicação e de informação são um grande e apaixonante desafio que requer energias frescas e uma imaginação nova para transmitir aos outros a beleza de Deus".

Vaticano, 24 de Janeiro – Memória de São Francisco de Sales – do ano 2014.

Texto proveniente da páginahttp://pt.radiovaticana.va/news/2014/01/23/comunicação_ao_serviço_de_uma_autêntica_cultura_do_encontro:_a/bra-766490
do site da Rádio Vaticano 
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quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

"Cristãos, fechem as portas para a inveja, o ciúme e as fofocas!"



Casa Santa Marta: Bergoglio alerta contra os "vermes" que se insinuam no coração do homem, transformando-o num "semeador de amargura" que destrói as comunidades
Por Salvatore Cernuzio

ROMA, 23 de Janeiro de 2014 (Zenit.org) - Sobre as "fofocas", o papa Francisco já falou em várias ocasiões: em sermões na Casa Santa Marta, no encontro com a Cúria Romana em 21 de dezembro, pedindo "objeção de consciência" contra elas. A mesma exortação foi feita novamente na homilia da missa de hoje, durante a qual, além das fofocas, o papa alertou contra duas outras más atitudes: a inveja e o ciúme.
Esse "tripé" de maledicência, ressentimento e rivalidade é, de acordo com o Santo Padre, o que "destrói as comunidades cristãs". Não por acaso, o papa o recorda no sexto dia da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, depois de denunciar, ontem, o "escândalo" das "divisões" que ainda existem entre os cristãos.
Nesta reflexão, Francisco partiu da primeira leitura do livro de Samuel, que fala da exultação dos israelitas pela vitória sobre os filisteus, graças à coragem e astúcia do pequeno Davi. Nem todos, no entanto, elogiam o jovem herói. Aquele que para as mulheres é motivo de alegria, para o rei Saul é fonte de tristeza e de inveja. "A grande vitória começa a se tornar derrota no coração do rei", disse o papa: naquele coração, tinha entrado o "verme do ciúme e da inveja".
É natural traçar um paralelo com Caim, cuja alma foi corroída pela amargura em relação com o irmão Abel. E, como aconteceu com os primeiros irmãos da história, Saul também decidiu que a melhor solução era matar Davi. O rei, explicou o pontífice, "em vez de louvar a Deus como as mulheres de Israel por esta vitória, prefere se fechar em si mesmo, se amargurar" e "cozinhar os seus sentimentos no caldo dessa amargura".
Isto é o que "o ciúme faz em nosso coração", advertiu o Santo Padre: "é uma ansiedade ruim, que não tolera que um irmão ou irmã tenha algo que eu não tenho". Sem percebermos, "ele nos leva a matar (...) Foi por essa porta, pela porta da inveja, que o diabo entrou no mundo", lembrou o papa.
"O ciúme e a inveja abrem as portas para todas as coisas ruins. E dividem a comunidade". Quando uma comunidade cristã "sofre de inveja, de ciúme, ela termina dividida: um contra o outro. É um veneno forte. É o veneno que encontramos na primeira página da Bíblia com Caim".
Há dois sintomas "muito claros" desta doença que afeta o coração humano: a "amargura" e as "fofocas". "A pessoa invejosa, a pessoa ciumenta, é uma pessoa amarga. Ela não sabe cantar, não sabe elogiar, não sabe o que é alegria, está sempre olhando para "o que o outro tem e eu não tenho". E isso a leva à amargura, uma amargura que se espalha por toda a comunidade".
Pessoas assim "são semeadoras de amargura. Um não tolera que o outro tenha alguma coisa.
A “solução”, para elas, é rebaixar o outro, “para que eu fique um pouco mais alto”. E a ferramenta para isso é a fofoca. “Olhem bem e vocês vão ver que por trás da fofoca sempre existe ciúme e inveja”.
As fofocas "são as armas do diabo", reiterou o bispo de Roma: "Quantas belas comunidades cristãs foram destruídas pelo ressentimento e pelas fofocas que entraram na alma de um único membro da comunidade! Não é exagero: uma pessoa que está sob a influência da inveja e do ciúme mata", disse o papa. E o apóstolo João também diz: "Todo aquele que odeia o seu irmão é um assassino", e "o invejoso, o ciumento, começa a odiar o seu irmão".
"Rezemos pelas nossas comunidades cristãs, para que essa semente da inveja não seja semeada entre nós, para que a inveja não tenha espaço em nosso coração, no coração das nossas comunidades, e para podermos seguir em frente no louvor ao Senhor, louvando o Senhor com alegria. É uma grande graça, a graça de não cair na tristeza, no ressentimento, na inveja e no ciúme".

Superar o "escândalo" da divisão entre os cristãos



Audiência geral: papa reflete sobre a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos e pede que os participantes do encontro Genebra 2 não poupem esforços para acabar com a violência na Síria
Por Salvatore Cernuzio

ROMA, 22 de Janeiro de 2014 (Zenit.org) - "Cristo não está dividido"; por isso, "a divisão entre os cristãos" só pode ser definida como um "escândalo", disse hoje o papa Francisco numa chuvosa e lotada audiência geral. É uma resposta clara para a pergunta que São Paulo fez aos cristãos de Corinto: "Cristo acaso está dividido?".
A pergunta é o tema inspirador da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, em andamento até o próximo sábado, dia da Conversão do Apóstolo dos Gentios. Uma "iniciativa espiritual preciosa", define o papa, que, há mais de um século, envolve as comunidades cristãs e deve ser aproveitada como um "tempo dedicado à oração pela unidade de todos os batizados", à luz da exortação de Cristo para que "todos sejam um".
Hoje, observa o papa, "precisamos reconhecer sinceramente e com dor que as nossas comunidades continuam vivendo entre divisões que são um escândalo". É um paradoxo, porque "o nome de Cristo cria comunhão e unidade, não divisão! Ele veio trazer a comunhão entre nós, não nos dividir".
As divisões "enfraquecem a credibilidade e a eficácia do nosso compromisso de evangelização", ameaçando "esvaziar" o poder do batismo e da cruz, os dois elementos centrais comuns a todo o "discipulado cristão". O convite do papa é para "nos alegrarmos sinceramente com as graças concedidas por Deus aos cristãos", a exemplo de Paulo, que, como recorda o Santo Padre, sabe "reconhecer com alegria os dons de Deus presentes em outras comunidades".
"É bonito reconhecer a graça com que Deus nos abençoa", diz o bispo de Roma, e, mais ainda, "encontrar, em outros cristãos, aquilo de que precisamos, aquilo que podemos receber como um presente dos nossos irmãos e irmãs". O primeiro passo é, portanto, "encontrar-se": um gesto aparentemente trivial, mas que, muitas vezes, se torna um objetivo difícil de alcançar. O encontro, explicou o papa, "exige algo mais: muita oração, humildade, reflexão e conversão contínua". Não nos desanimemos, exorta o papa. "Sigamos em frente neste caminho, rezando pela unidade dos cristãos, para que este escândalo acabe e não exista mais entre nós"..
Como na última quarta-feira, no momento da saudação aos fiéis na Praça de São Pedro, o papa Francisco dirigiu seus pensamentos primeiramente aos peregrinos de língua árabe, especialmente aos que vieram do Egito. Para eles, o auspício de que "a fé não seja motivo de divisão, mas instrumento de unidade e de comunhão com Deus e com os irmãos (...) A invocação do nome do Senhor não seja razão de encerramento, mas de abertura do coração para o amor que une e acrescenta". Bergoglio convidou a perseverar na oração, para que "nosso Senhor conceda a unidade aos cristãos, vivendo a diferença como riqueza; vendo no outro um irmão a ser acolhido com amor".
O Santo Padre saudou depois os participantes do encontro e coordenadores regionais do Apostolado do Mar, liderado pelo cardeal Antonio Maria Vegliò, exortando-os a ser "a voz dos trabalhadores que vivem longe dos seus entes queridos e que enfrentam o perigo e a dificuldade".
No final da audiência, o papa dedicou um pensamento à Conferência Internacional de Apoio à Paz na Síria, que acaba de começar em Montreux, Suíça, e que incluirá negociações de paz em Genebra a partir de 24 de janeiro. A oração do Sucessor de Pedro é um apelo tocante ao Senhor para que Ele "abrande o coração de todos, a fim de que, procurando apenas o bem maior do povo sírio, já tão duramente provado, não poupem nenhum esforço para chegar urgentemente ao fim da violência e ao fim do conflito que já causou sofrimento demais".
Sofrimento que, traduzido em números, deixou em três anos de conflito mais de 130 mil mortos e uma quantidade incontável de refugiados. O papa pede que todos, fiéis, cidadãos e pessoas de boa vontade, contribuam para abrir nessa terra martirizada "um caminho decidido de reconciliação, de harmonia e de reconstrução (....) Que cada um encontre no outro não um inimigo, não um concorrente, e sim um irmão para aceitar e para abraçar".

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

"Deus escolhe os fracos e os humildes para confundir os poderosos"



Homilia: papa Francisco cita exemplo de Davi, que, apesar de ter pecado, soube pedir perdão porque "manteve a sua pequenez"
Por Luca Marcolivio

ROMA, 21 de Janeiro de 2014 (Zenit.org) - Deus não só tece com os homens uma "relação pessoal", como sempre escolhe os "pequenos", disse o papa Francisco durante a homilia desta manhã na Casa Santa Marta.
O papa destacou a identidade dos fiéis como "povo", muito diferente de "massa": os nomes de cada um contam diante de Deus, que nos fala e "escolhe pessoalmente".
Isto fica evidente no Gênesis: "É o Senhor que, com as suas mãos, faz o homem e lhe dá um nome: Tu és Adão".
Outro aspecto importante é que Deus, "o grande", sempre escolhe os pequenos. Há um diálogo entre Deus e a pequenez humana.
Emblemática é a primeira leitura de hoje (Sam 16,1-13 ), em que Samuel observa o filho mais velho de Jessé e pensa que é "o seu ungido, porque é um homem alto, grande", enquanto o Senhor lhe pede, na verdade, para "não olhar para a aparência nem para a altura", porque Deus "vê o coração" e não as "aparências", como o homem.
Não só isso: Deus escolhe "os fracos e os humildes para confundir os poderosos da terra", como acontece com Davi, "o menor", aquele que "cuidava das ovelhas". Davi se tornou rei e errou duas vezes, mas teve a força de voltar "à sua pequenez" dizendo "Eu sou um pecador"; ele pediu perdão e fez penitência.
Todos nós, pelo batismo, fomos "eleitos no Senhor", que nos escolheu "um por um", nos deu um nome e olhou para nós, continuou o papa, refletindo sobre a "fidelidade cristã", que consiste precisamente em "manter a nossa pequenez" através da "humildade e da mansidão".
Toda a nossa relação com Deus é um diálogo entre "a nossa pequenez" e sua "grandeza", disse o Santo Padre, terminando com um pedido de intercessão a Davi e a Nossa Senhora, que "cantava jubilosa a Deus porque Ele tinha olhado para a sua humildade", a fim que o Senhor nos dê "a graça de preservar a nossa pequenez diante dele".

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

PEREGRINOS E ESTRANGEIROS NESTE MUNDO



                              
           Estamos no período de férias e muitas pessoas têm a possibilidade de pensar sobre temas que, em outras épocas, ficam um tanto despercebidos, mesmo que sejam essenciais em nossa vida. Hoje queremos refletir sobre a condição de peregrino que vive o ser humano. Nas aulas de filosofia aprendemos que o ser humano é um ser em devir (vir a ser), um ser em formação e transformação constante, pois nunca está pronto. Nos tempos de juventude, fase da vida em que é bem perceptível a transitoriedade, seguidamente, nós sonhávamos em fundar um grupo de missionários com a denominação de “Peregrinos do Infinito” ou “Ciganos de Cristo”, para indicar que estamos sempre a caminho, que não há lugar definitivo de chegada. Em sentido teológico, esta saudade e sede do infinito ou este modo peregrino de ser nos remete ao que Santo Agostinho expressa, em sua profunda experiência de conversão: “O coração humano estará inquieto, até que descanse em Deus”. Nossa referência máxima, enunciada por Jesus no Sermão da Montanha, é o próprio Deus: “Sede, portanto, perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5, 48). Somente nEle atingiremos a finalidade para a qual fomos criados. Ele é nossa casa, morada perfeita no amor. Enquanto estamos a caminho, como santos e pecadores (Oração Eucarística V), nós temos como meta estar em Deus e Ele em nós, sendo casa um para o outro. As cartas apostólicas seguidamente saúdam os cristãos como “migrantes e forasteiros” neste mundo (1Ped 2, 11), pois sua morada está nos céus (Fl 3, 20): “não temos aqui cidade permanente, mas estamos à procura da que está para vir” (Hbr 13, 14). O que nos atrasa ou impede neste caminhar para Deus é o pecado. Ele é como uma paralisia interior que nos imobiliza ou que nos afasta do alvo; é o estado da mediocridade que acomoda o caminhar na direção desviada do foco ou da meta de Deus.
         
          Pelo refletido acima, nós cristãos nos damos conta que somos seres a caminho. Não estamos definitivamente em casa, onde estamos. De certa forma nos sentimos estranhos em todo lugar, pois nossa verdadeira pátria é outra. Atualmente vivemos numa sociedade de consumo, onde tudo parece ser transitório, passageiro, descartável, influenciando decididamente em nossas relações com as pessoas, com as coisas e até em nossas opções religiosas. Neste contexto, o que vale é o presente, as necessidades do aqui e agora; enquanto o definitivo, o permanente parecem excluídos do vocabulário das pessoas. A grande frustração que aparece nesta constante transitoriedade é que ela só indica para si mesma, não oferecendo valores definitivos, perenes. E assim a pessoa humana vive um estado de insaciabilidade. Mesmo que tenha possibilidade de buscar constantemente novidades, ela se frustra, pois nada parece conduzir ao eterno, diante da fragilidade humana que indica para o limite, para o fim, para a morte, com a sensação de a vida ser realmente uma paixão inútil, dando razão a Sartre.

         Neste tempo de férias temos oportunidade de descansar, de encontrar amigos, familiares, de viajar, de ler, de meditar... Que este momento também permita refletir sobre a vida, seu sentido, suas relações, sua meta. O Espírito do Senhor e seu santo modo de operar nos acompanhem e nos conduzam ao encontro do verdadeiro sentido da vida. O Deus da misericórdia tenha compaixão de nós e, diante de nossa firme disposição de recomeçar sempre o caminho, que a Ele conduz, nos perdoe os desvios de rota e nos reconduza ao sentido da verdadeira vida, a qual tem destino eterno, junto com Ele e os Irmãos.

Dom Aloísio A. Dilli

Bispo de Uruguaiana

Igreja Católica e Maçonaria




A maçonaria tem uma origem difícil de ser comprovada. Alguns afirmam remontar ao tempo anterior ao dilúvio de um tal Jabal, construtor contratado por Caim e Enoch. Jabal ensinou uma arte secreta para trabalhar com lâminas de ouro. Esses conhecimentos chegaram a Abraão, por meio de quem seriam transmitidos aos egípcios. Estes os transmitiram aos Judeus, que alcançaram o seu apogeu na construção do templo de Salomão. Depois da destruição do templo, o conhecimento teria passado para os cristãos. Os depositários desses segredos seriam os "quatro santos coroados" e Santo Albano na Inglaterra, o qual com a ajuda do rei Athelstan os teria codificado.

A maioria dos estudiosos não aceita essa primeira origem, ela é considerada um tanto fantasiosa. Admiti-se que a origem remota da maçonaria moderna( franco-maçonaria = pedreiros livres) desenvolveu-se a partir das organizações medievais que agrupavam arquitetos, mestres- de- obras e pedreiros, os quais, por construírem castelos e igrejas eram considerados espiritualmente nobres.
Tinham como meta construir a liberdade e a tolerância e o aperfeiçoamento da humanidade. Professavam a existência de um Principio Criador, sob a denominação de Grande Arquiteto do Universo.

A maçonaria, conforme é conhecida até os nossos dias, foi criada em 24 de junho de 1717, como a fundação da Grande Loja da Inglaterra. Surgiu da iniciativa dos pastores protestantes ingleses James Anderson e J. T. Desaguliers. No ano de 1723, Anderson elabora a primeira Constituição maçônica. A partir de então a maçonaria adotou uma forma de organização política que deveria conservar daí por diante.
Durante o século XVIII surgiram lojas na Europa e na América. Com o tempo os maçons tornaram-se anticlericais, sendo por isso, excomungados pela Igreja Católica (1738). Após a cisão que resultou na fundação do Grande Oriente, na França, em 1773, a maçonaria alcançou o apogeu, tendo importante papel nos acontecimentos da Revolução Francesa.

A maçonaria tem como principio professar as mais diversas religiões. Como no Brasil a grande maioria dos brasileiros é cristã, adota-se a Bíblia como livro da lei. Em outra nação, o livro que ocupa o lugar de destaque no Templo poderá ser o Alcorão, o Tora, o livro de Maomé, os Vedas etc., de acordo com a religião de seus membros.
Em 24 de abril de 1738, o papa Clemente XII escreve a encíclica IN EMINENTI, em que condenou abertamente pela primeira vez a maçonaria. A partir dessa palavra oficial da Igreja foi proibido aos católicos pertencer á maçonaria.

Nos séculos seguintes inúmeros papas confirmaram essa mesma posição por meio de diferentes documentos:
· Benedicto XIV, Providas, 18 de maio de1751.
· Pio VII, Ecclesiam a Jesu Chisto, 13 de setembro de 1821.
· LeãoXII, Quo Graviora, 13 de março de 1825.
· Pio VIII, Traditi Humilitati, 24 de maio de 1829.
· Gregório XVI, Mirari Vos, encíclica, 15 de agosto de 1832.
· Pio IX, Qui Pluribus, encíclica, 9 de novembro de 1846.
· Leão XIII, Humanum Genus, encíclica, 20 de abril de 1884.
· Leão XIII, Dall Alto Dell Apostólico, Seggio, encíclica, de 15 de outubro de 1890.

A encíclica HUMANUM GENUS, escrita por Leão XIII, é um das mais fortes e extensas no que diz respeito a indicar os erros da maçonaria e sua incompatibilidade com a doutrina cristã.O papa ensina, nessa encíclica, que a Igreja católica e a maçonaria são como dois reinos em guerra.
Entre os pontos principais apresentados por Leão XIII sobre os erros da maçonaria, destacam-se:
- a finalidade da maçonaria é destruir toda ordem religiosa e política do mundo inspirada pelos ensinamentos cristãos e substituí-las por uma nova ordem de acordo com suas idéias.
- Suas idéias procedem de um mero "naturalismo". A doutrina fundamental do naturalismo é a crença de que a natureza e a razão humana devem guiar tudo.
- A maçonaria apresenta -se como religião natural do homem. Por isso afirma ter sua origem no começo da história da humanidade.

- O conceito de DEUS é diferente daquele apresentado na Bíblia e na doutrina católica. Para a maçonaria, DEUS é um conceito filosófico e natural. DEUS passa a ser a imagem do homem. Por isso, não existe uma clara distinção entre o espírito imortal do homem e DEUS.
- A maçonaria nega a possibilidade de DEUS ter ensinado algo.
- Não aceita ser entendida pela inteligência humana.
- A maçonaria estimula o sincretismo religioso, isto é, a mistura das mais diferentes crenças.
- A maçonaria compara a Igreja católica a uma seita.

Em 1917, no antigo CÓDIGO DE DIREITO CANÔNICO (lei oficial da igreja), a maçonaria foi comparada explicitamente:
CÂNON 2.335: Pessoas que entram em associações da seita maçônica, ou outra do mesmo tipo que conspire contra a Igreja e a autoridade civil legítima, recebem excomunhão simplesmente reservada á Sé Apostólica.
Em 17 de fevereiro de 1981, a Sagrada Congregação para a doutrina da fé divulgou uma orientação para os católicos sobre a maçonaria, em que reafirma a posição tradicional da Igreja.
O Código de Direito Canônico atual, publicado em 1983, não fala de modo explícito da maçonaria, somente dá uma orientação geral contra esse tipo de associação:
CÂNON 1.374: Quem der nome a uma associação, que maquine contra a igreja, seja punido com justa pena; quem promover ou dirigir tal associação seja punido com interdito.

Por não falar da maçonaria, alguns católicos, pensaram que esse cânon não se aplicasse a ela. Surgiu um impasse: teria acabado a proibição para os católicos participarem das lojas maçônicas? Para esclarecer essa dúvida, em 26 de novembro de 1983, a Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé publicou a Declaração sobre as Associações maçônicas,
QUAESITUM EST:
"Foi perguntado se mudou o parecer da Igreja a respeito da maçonaria pelo fato de que no novo Código de Direito Canônico ela não vem expressamente mencionada como no Código anterior.
Esta Sagrada Congregação quer responder que tal circunstância é devida a um critério redacional seguido também quanto ás outras associações igualmente não mencionadas, uma vez que estão compreendidas em categorias mais amplas.

Permanece, portanto, imutável o parecer negativo da Igreja a respeito das associações maçônicas, pois os seus princípios foram sempre considerados inconciliáveis com a doutrina da Igreja e por isso permanece proibida a inscrição nelas. Os fiéis que pertencem ás associações maçônicas estão em estado de pecado grave e não podem aproximar-se da Sagrada Comunhão. Não compete ás autoridades eclesiásticas locais pronunciarem-se sobre a natureza das associações maçônicas com juízo que implique derrogação de quanto foi acima estabelecido, e isto segundo a mente da Declaração desta Sagrada Congregação, de 17 de fevereiro de 1981"( cf. AAS 73,1981,pp. 240-241).
O Sumo Pontífice João Paulo II, durante audiência concedida ao subscrito Cardeal Prefeito, aprovou a presente declaração, decidida na reunião ordinária desta Sagrada Congregação, e ordenou a sua publicação.

Roma, da Sede da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, 26 de novembro de 1983.
Joseph Card. Ratzinger.
PREFEITO
Fr. Jérôme Hamer, O.P.
SECRETÁRIO.
VIA INTERNET
site do Padre Reginaldo Manzotti

Afinal, por que o Católico NÃO pode ser Espírita?


Cada religião possui seus dogmas, seus artigos de fé. Se duas religiões possuíssem os mesmos pensamentos e dogmas não seriam duas, mas apenas uma. Por isso, uma pessoa não pode participar de duas religiões, pois não cumprirá honestamente nem uma, nem outra.
O católico não pode ser espírita porque:
 O católico admite a possibilidade do Mistério e aceita Verdades sempre que tem certeza que foram reveladas por Deus.  O espírita proclama que não há mistérios e tudo o que a mente humana não pode compreender é falso e deve ser rejeitado.
O católico instruído crê que Deus pode e faz milagresO espírita rejeita a possibilidade de milagres e ensina que Deus também deve obedecer as leis da natureza.
O católico crê que a Bíblia foi inspirada por Deus e, portanto, não pode conter erros em questão de fé e moral. O espírita declara que a Bíblia está cheia de erros e contradições e que esta nunca foi inspirada por Deus.
O católico crê que Jesus enviou o Espírito Santo aos apóstolos e seus sucessores para que pudessem transmitir fielmente a sua doutrina. O espírita declara que os apóstolos e seus sucessores não entenderam os ensinamentos de Cristo e que tudo quanto transmitiram está errado ou foi falsificado.
O católico crê que o papa, sucessor de São Pedro, é infalível em questões de fé e moral. O espírita declara que os papas só espalharam o erro e a incredulidade. 
O católico crê que Jesus instituiu a Igreja para continuar a sua obra. O espírita declara que até a vinda de Allan Kardec, a obra de Cristo estava inutilizada e perdida.
O católico crê que Jesus ensinou toda a Revelação e que não há mais nada para ser revelado. O espírita proclama que o Espiritismo é a terceira revelação, destinada a retificar e até mesmo substituir o Evangelho de Cristo.
O católico crê no mistério da Santíssima TrindadeO espírita nega esse augusto mistério.
O católico crê que Deus é o Criador de tudo, Ser pessoal, distinto do mundo. O espírita afirma que os homens são partículas de Deus (verdadeiro panteísmo).
O católico crê que Deus criou a alma humana no momento de sua união com o corpo. O espírita afirma que nossa alma é resultado de lenta e longa evolução, tendo passado pelo reino mineral, vegetal e animal.
O católico que o homem é uma composição substancial entre corpo e alma. O espírita afirma que é composto entre perispírito e alma e que o corpo é apena um invólucro temporário, um “alambique para purificar o espírito”.
17. O católico obedece a Deus que proibiu a evocação dos mortos. O espírita faz desta evocação uma nova religião.
18. O católico crê na existência de anjos e demôniosO espírita afirma que não há anjos, mas espíritos evoluídos e que eram homens; que não há demônios, mas apenas espíritos imperfeitos que alcançarão a perfeição.
20. O católico crê que Jesus Cristo é verdadeiramente o Filho Unigênito de Deus, Segunda Pessoa da Santíssima Trindade.21. O espírita nega esta verdade fundamental da fé cristã e afirma que Cristo era apenas um grande médium e nada mais.
O católico crê também que Jesus é verdadeiro homem, com corpo real e alma humana. Grande parte dos espíritas afirma que Cristo tinha apenas um corpo aparente ou fluídico.
O católico crê que Maria é a Mãe de Deus, Imaculada e assunta ao céu. O espírita nega e ridiculariza todos os privilégios de Maria.
O católico crê que Jesus veio para nos salvar, por sua Paixão e Morte. O espírita afirma que Jesus não é nosso Redentor, mas apenas veio para ensinar algumas verdades e de modo obscuro; e que cada pessoa precisa remir-se a si mesma.
O católico crê que Deus pode perdoar o pecador arrependido. O espírita afirma que Deus não pode perdoar os pecados sem que se proceda rigorosa expiação e reparação feita pelo próprio pecador, sempre em novas reencarnações.
O católico crê nos Sete Sacramentos e na graça própria de cada Sacramento. O espírita não aceita nenhum Sacramento, nem mesmo o poder da graça santificante.
O católico crê que o homem vive uma só vez sobre a Terra e que desta única existência depende a vida eterna. O espírita afirma que a gente nasce, vive, morre e renasce, e progride continuamente (reencarnação).
O católico crê que após esta vida exista o céu e o inferno. O espírita nega, pois crê em novas reencarnações.
Texto do Frei Boaventura Kloppenburg, O.F.M.

Para examinar e reimpulsionar projetos confessionais online



10 conselhos em forma de perguntas

Roma,  (Zenit.org) Jorge Henrique Mújica 

O mais forte não é quem sobrevive, mas quem se adapta melhor às mudanças, aprendendo a incorporá-las e, mais ainda, tentando descobrir, adiantar-se e propor o novo.
Esta não é uma máxima do evolucionismo, e sim uma constatação empírica do mundo da tecnologia, em particular da internet. Em sua curta vida, a web já viu milhares de iniciativas nascerem e desaparecerem: muitas delas foram paradigmas da comunicação digital, divisores de águas para novos projetos que vieram depois. 
A internet, como a conhecemos hoje, é uma grande rede social: não há fronteiras, a interação é a norma, todos podem ser emissores e os conteúdos virais costumam vir de pessoas que viram celebridades da noite para o dia. Como descobrir e aproveitar todas essas possibilidades que a rede mundial nos fornece no âmbito confessional católico? 
Daniel McInerny participou do Christian Leaders Technology Forum, no início de dezembro de 2013, no Vale do Silício, Califórnia. Ele ouviu as falas dos “gurus digitais” e as suas contribuições tanto no âmbito da aplicação tecnológica quanto no das ideias digitais a serviço do Evangelho. Fazendo uma síntese, McInerny recopilou e publicou em Aleteia.org dez sugestões que agora enriquecemos com exemplos práticos de sites católicos. 
1. Mobilidade. Daniel McInerny diz que há hoje no mundo mais dispositivos móveis do que escovas de dentes: 4 bilhões, para ser exato. Daí a pergunta: o seu site está preparado para ser aberto em dispositivos móveis? O Vaticano está na vanguarda. Conheça o aplicativo do papa:  http://www.thepopeapp.com/
2. Conexão emocional. O conselho se refere a criar uma ligação emocional com os próprios seguidores ou “fãs”: mostrar empatia, proximidade. Não como estratégia de marketing, mas como cabe a quem se relaciona com pessoas de carne e osso. O seu site cria uma conexão emocional com as pessoas? Veja como isso é feito nas fan pages da Evangelidigitalización (https://www.facebook.com/evangelidigitalizacion). 
3. Personalização. Uma consequência do ponto anterior: em que medida o visitante pode personalizar a experiência dele no seu site? Um exemplo é a Netflix que, mesmo sendo um site pago, conseguiu se posicionar como um dos projetos digitais mais importantes de 2013. 
4. Fazer diferença. O que há no seu site que não há em nenhum outro? Daniel McInerny recorda que fazer diferença não equivale a conquistar 15 minutos de fama. Ele menciona o caso da “Charity: Water” (“Caridade: Água”, http://www.charitywater.org), um projeto que faz diferença porque pratica a caridade levando água para quem não tem. Exemplos na mesma linha são os sites Misas.org (http://www.misas.org/), que reúne horários de missas do mundo inteiro, e o http://www.whynotpriest.org, o primeiro portal vocacional que usa vídeos para apresentar a vocação sacerdotal aos jovens. 
5. A geração Y. Trata-se da geração que nasceu a partir de 1980 e que cresceu com a internet. Eles não tiveram que “migrar”: são nativos digitais. E muitos desses jovens procuram respostas na web para as suas perguntas mais profundas. Qual é o linguajar que você usa no seu site? Os jovens entendem o que você está dizendo? O seu conteúdo inclui material multimídia? O projeto Arguments (http://www.arguments.es/) é um exemplo, com seus já famosos vídeos (http://www.youtube.com/user/catequesisarguments). 
.6. Humor.  O cardeal Dolan costuma dizer: “O cristão é alegre porque Cristo ressuscitou; a história de Jesus não terminou na Sexta-Feira Santa”. O humor é uma das melhores maneiras de fazer conexão. E, curiosamente, o humor cria confiança. Na internet, as coisas sérias também podem ser contadas de modo positivo e engraçado. Qual é o seu modo de comunicar? Veja o exemplo do projeto “Rápido e Curioso”: https://www.youtube.com/ImparareRoma.
7. Conteúdo e histórias. Esta é a substância de todo projeto. E as pessoas querem conteúdos não só de valor, mas grátis! Em troca, elas dão a sua confiança. Como é o conteúdo do seu site? Se a ele for “xoxo”, então pense que as histórias reais de pessoas reais são bem atrativas. Hoje não interessa não só a vida das “estrelas”, mas também a de quem sai do anonimato para virar testemunha da fé e de valores na internet. Exemplos: CatholicLink.com  e as fan pages da BoasNotícias.org (https://www.facebook.com/BoasNoticias.Org).
8. Transparência. Especialmente para quem vincula os seus projetos a campanhas de arrecadação de fundos, McInerny cita de novo o caso da “Charity: Water”: as pessoas que doam podem  rastrear cada centavo para saber o destino final do seu dinheiro (https://www.charitywater.org/donate/). Outro exemplo é a própria ZENIT (https://donations.zenit.org/es).
9. Nuvem. O autor se refere às facilidades tecnológicas de armazenar todos os conteúdos em servidores na web (por exemplo, SkyDrive, Google Drive, Dropbox, etc.). Onde você guarda os seus conteúdos? Tudo no seu próprio computador? E se você o perder?
10. Dinheiro e parceiros. Não há como fugir deste problema comum: a economia. Identifique líderes sociais que podem se interessar pelo seu projeto e ofereça a eles um benefício em troca. “Busque parceiros, não esmola”. E não é questão somente de dinheiro: bloggers e líderes de opinião podem divulgar mais e melhor o nosso projeto. São exemplares os casos da Catholic.net (http://catholic.net/) e da Aleteia.org (http://www.aleteia.org), que são plataformas para conteúdos de terceiros.
* O autor é analista da ZENIT para meios de comunicação, internet e jornalismo religioso.