O que devemos lancetar definitivamente de nossa pastoral é o ecumenismo do tanto faz, que, na verdade, constitui um irenismo inoportuno, totalmente descartado pelo Concílio Vaticano II.
Por Edson Sampel
SãO PAULO, 05 de Fevereiro de 2014 (Zenit.org) - Ultimamente a Santa Sé resolveu adotar um
novo caminho de diálogo com os irmãos separados, principalmente com os
evangélicos.. Em vez de se tratar de temas comuns à Igreja e às comunidades
eclesiais oriundas da chamada Reforma, exemplificativamente, a teologia
trinitária, põe-se na mesa de discussão uma temática caracteristicamente
católica, como, por exemplo, a mediação de Maria santíssima.
Esta nova forma de ecumenismo promete ótimos frutos, porquanto apresentamos aos irmãos separados o que possuímos de melhor, nosso tesouro inestimável. Em havendo boa vontade de ambos os lados, católico e protestante, decerto o entendimento doutrinário poderá mesmo avançar sobremaneira.
Não é impossível! Outro dia, assistindo a um programa de certa televisão evangélica, ouvi um pastor dizer que se Maria é mãe de Jesus e se Jesus é Deus, conclui-se que Maria é mãe de Deus. O indigitado pastor tirou essa conclusão espontaneamente, sem nenhum esforço ecumênico.
O que devemos lancetar definitivamente de nossa pastoral é o ecumenismo do “tanto faz”, que, na verdade, constitui um irenismo inoportuno, totalmente descartado pelo Concílio Vaticano II. Com efeito, a Congregação para a Doutrina da Fé, já em 1966, emitiu uma carta sobre opiniões errôneas na interpretação dos decretos conciliares, lamentando que “(...) não falte quem, interpretando a seu modo o decreto conciliar [Unitatis Redintegratio], exija uma ação ecumênica que vá contra a verdade, assim como contra a unidade da fé e da Igreja, fomentando um perigoso irenismo e indiferentismo, que é totalmente alheio à mente do Concílio.” (n. 10). Muitas vezes, ouvimos esta frase: “vamos nos focar no muito que nos une e não no pouco que nos separa”. Ora, temos de ser realistas, pois, do ponto de vista doutrinário, existe uma diferença colossal entre um católico e um evangélico. Não é pouco! É muito! Só para dar uma ideia: a denominada Reforma não aceita nenhum dos sete sacramentos, exceto o batismo e, mesmo assim, para algumas comunidades eclesiais, o mencionado sacramento não é indispensável à salvação.
O bem-aventurado João Paulo II nos dá uma pista do papel que santa Maria desempenha no ecumenismo. Fá-lo na encíclica Redemptoris Mater. Escreveu o papa: “(...) é preciso que os mesmos cristãos aprofundem em si próprios e em cada uma de suas comunidades aquela ‘obediência de fé’ de que Maria santíssima é o primeiro e o mais luminoso exemplo..” (n. 29b).
A união entre todos os cristãos é muito importante, desejada pelo próprio Cristo (Jo 17,21), mas só será factível à medida que nós soubermos dar as razões de nossa fé àqueles que nos indagarem (1Pd 3,15), tornando-nos, teologicamente falando, cem por cento católicos.
Edson Sampel é Teólogo e Doutor em Direito Canônico. Membro da Academia Marial de Aparecida (AMA).
Esta nova forma de ecumenismo promete ótimos frutos, porquanto apresentamos aos irmãos separados o que possuímos de melhor, nosso tesouro inestimável. Em havendo boa vontade de ambos os lados, católico e protestante, decerto o entendimento doutrinário poderá mesmo avançar sobremaneira.
Não é impossível! Outro dia, assistindo a um programa de certa televisão evangélica, ouvi um pastor dizer que se Maria é mãe de Jesus e se Jesus é Deus, conclui-se que Maria é mãe de Deus. O indigitado pastor tirou essa conclusão espontaneamente, sem nenhum esforço ecumênico.
O que devemos lancetar definitivamente de nossa pastoral é o ecumenismo do “tanto faz”, que, na verdade, constitui um irenismo inoportuno, totalmente descartado pelo Concílio Vaticano II. Com efeito, a Congregação para a Doutrina da Fé, já em 1966, emitiu uma carta sobre opiniões errôneas na interpretação dos decretos conciliares, lamentando que “(...) não falte quem, interpretando a seu modo o decreto conciliar [Unitatis Redintegratio], exija uma ação ecumênica que vá contra a verdade, assim como contra a unidade da fé e da Igreja, fomentando um perigoso irenismo e indiferentismo, que é totalmente alheio à mente do Concílio.” (n. 10). Muitas vezes, ouvimos esta frase: “vamos nos focar no muito que nos une e não no pouco que nos separa”. Ora, temos de ser realistas, pois, do ponto de vista doutrinário, existe uma diferença colossal entre um católico e um evangélico. Não é pouco! É muito! Só para dar uma ideia: a denominada Reforma não aceita nenhum dos sete sacramentos, exceto o batismo e, mesmo assim, para algumas comunidades eclesiais, o mencionado sacramento não é indispensável à salvação.
O bem-aventurado João Paulo II nos dá uma pista do papel que santa Maria desempenha no ecumenismo. Fá-lo na encíclica Redemptoris Mater. Escreveu o papa: “(...) é preciso que os mesmos cristãos aprofundem em si próprios e em cada uma de suas comunidades aquela ‘obediência de fé’ de que Maria santíssima é o primeiro e o mais luminoso exemplo..” (n. 29b).
A união entre todos os cristãos é muito importante, desejada pelo próprio Cristo (Jo 17,21), mas só será factível à medida que nós soubermos dar as razões de nossa fé àqueles que nos indagarem (1Pd 3,15), tornando-nos, teologicamente falando, cem por cento católicos.
Edson Sampel é Teólogo e Doutor em Direito Canônico. Membro da Academia Marial de Aparecida (AMA).