quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

O nome de Jesus




















João Batista, precursor do Salvador, parente de Jesus segundo a carne, amadureceu em seu processo de reconhecimento daquele que passou à sua frente, do qual reconhecia não ser digno de desamarrar as sandálias. O Evangelho de São João descreve com arte a cena (Jo 1,29-34) em que João o apresenta como o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. Não haveria modo mais adequado para expressar a identidade daquele que se achava diante de João. À margem do Jordão, enviado a batizar com água, João Batista tinha visto o Espírito pairar sobre Jesus. Mudou sua vida e o mundo mudou. Chegou aquele que as profecias haviam anunciado. Chegou aquele que virou as páginas da história da humanidade, pois tudo se conta pela sua vinda, antes de Cristo ou depois de Cristo. Veio a nós aquele que se chama Deus conosco, Emanuel, Deus salva! Ele é a luz das nações, para que a salvação chegue aos confins da terra (Cf. Is 49, 3.5-6).

A Liturgia da Igreja usa fórmulas bíblicas com as quais resume a fé cristã, de modo que a oração expressa as convicções profundas, que sustentam o testemunho a ser oferecido ao mundo. Dentre estas, chama atenção o início da primeira Carta de São Paulo aos Coríntios, correspondente a uma das saudações usadas no início da Santa Missa: “Paulo, chamado a ser apóstolo do Cristo Jesus, por vontade de Deus, e o irmão Sóstenes, à igreja de Deus que está em Corinto: aos que foram santificados no Cristo Jesus, chamados a serem santos, junto com todos os que, em qualquer lugar, invocam o nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso. Para vós, graça e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo” (1 Cor 1,1-3). A oração da Igreja começa no alto, vem de Deus, a quem cabe a iniciativa! É também do Apóstolo das Gentes o belíssimo hino da Carta aos Filipenses (Fl 2, 6-11), utilizado também com frequência na oração da Igreja, que assim se conclui: “Ao Nome de Jesus, todo joelho se dobre no céu, na terra e abaixo da terra, e toda língua confesse: ‘Jesus Cristo é o Senhor’, para a glória de Deus Pai. E as orações litúrgicas, em sua maior parte, são feitas ao Pai, por Cristo e no Espírito Santo. Assim a Igreja nos ensina quem é caminho, verdade e vida. Em Jesus Cristo está a salvação, a vida e a liberdade. 

Aprendemos que a invocação do nome de Jesus traz consigo a graça e a salvação. Tive o grande consolo de muitas vezes, ao me deparar com pessoas que se encontravam à beira da morte, predispondo-as para a absolvição dos pecados, pronunciar ao ouvido delas “Meu Jesus, misericórdia”, ou dizer repetidamente o nome de Jesus, na certeza de que ali se encontrava a força necessária para o definitivo encontro com o Senhor, quando lhes era dada a possibilidade de abrir os olhos para as realidades definitivas, a fim de entrar na contemplação da face de Cristo, aquele que é porta para o Reino dos Céus.

São de grande inspiração bíblica as invocações feitas na Ladainha do Santíssimo Nome de Jesus, com a qual a devoção da Igreja nos convida a nos voltarmos para o centro de nossa profissão de fé: Jesus Filho de Deus vivo, esplendor do Pai, pureza da luz eterna, Rei da glória, sol de justiça, Filho da Virgem Maria, amável, admirável, Deus forte, Pai do futuro século, Anjo do grande conselho, Poderosíssimo, Pacientíssimo, Obedientíssimo, Manso e Humilde de coração, Amante da castidade, Nosso amado, Deus da paz, Autor da vida, Exemplo das virtudes, Zelador das almas, Nosso Deus, Nosso Refúgio, Pai dos pobres, Tesouro dos fiéis, Bom Pastor, Verdadeira Luz, Sabedoria eterna, Bondade infinita, Nosso Caminho e Nossa Vida, Alegria dos Anjos, Rei dos Patriarcas, Mestre dos Apóstolos, Doutor dos evangelistas, Fortaleza dos Mártires, Luz dos Confessores, Pureza das Virgens, Coroa de todos os Santos.

É dele que nos vem a certeza de tudo o que é necessário à salvação, tanto que a mesma Ladainha suplica que Ele nos livre de todo mal, de todo o pecado, da ira de Deus, das ciladas do demônio, do espírito de impureza e do desprezo de suas inspirações. Continuamente nos voltamos ao Senhor, pedindo a liberdade plena, pelo mistério de sua Encarnação, pela sua Natividade, pela Infância de Jesus, pela sua Vida nesta terra, pelos seus Trabalhos, pela sua Agonia e Paixão, pela Cruz e Desamparo, pelas Angústias passadas, pela Morte, Sepultura e Ressurreição, pela Ascensão, suas Alegrias e sua Glória.

As Ladainhas são manifestações de amor e piedade, com as quais repetimos invocações que percorrem diversos aspectos do mesmo mistério. Os refrões que nos conduzem a dizer “tende piedade de nós” ou “livrai-nos, Senhor” conduzem nossa piedade ao centro da fé professada, tanto que todas as ladainhas da Igreja se concluem com a invocação que ecoa a apresentação feita por São João Batista, chamando-o “Cordeiro de Deus”, diante do qual dizemos “livrai-nos, Senhor”, “ouvi-nos, Senhor” e “tende piedade de nós”.

Há poucos dias, celebrando a Santa Missa na “Igreja de Jesus”, no Dia do Santíssimo Nome de Jesus, assim se expressou o Papa Francisco: “Tende entre vós os mesmos sentimentos que havia em Cristo Jesus: Ele que era de condição divina não reivindicou o direito de ser equiparado a Deus. Mas despojou-se a si mesmo, tomando a condição de servo” (Fl 2, 5-7). O que o Papa disse aos jesuítas, peço licença para tomar posse dos mesmos desejos, pois correspondem ao seguimento de Jesus da parte de todos os que pronunciam o seu Santo Nome: “Queremos ser distinguidos com o nome de Jesus, militar sob a insígnia da sua Cruz, e isto significa: ter os mesmos sentimentos de Cristo. Significa pensar como Ele. Significa fazer o que ele fez e com os seus mesmos sentimentos, com os sentimentos do seu Coração. O coração de Cristo é o coração de um Deus que, por amor, se despojou. Quem segue a Jesus, deveria estar disposto a despojar-se de si mesmo. Somos chamados a este abaixamento: ser «despojados», pessoas que não vivem concentradas em si mesmas porque o centro de suas vidas é Cristo e a sua Igreja.

Dom Alberto Taveira Corrêa
via internet

INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ

. Iniciamos o Ano do Senhor de 2014. Que ele seja abençoado para todos nós. A Diocese de Uruguaiana, como em diversas outras Igrejas particulares do Rio Grande do Sul e do país, seguindo o espírito do Documento de Aparecida e das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 2011-2015, assume como prioridade ou tema pastoral do ano: A Iniciação à Vida Cristã. Por isso, entre as primeiras mensagens do novo ano, queremos abordar este assunto. Ao contemplarmos a nossa vida cristã, percebemos que há duas importantes fases, enquanto vivemos neste mundo: a Iniciação à Vida Cristã e a Vida Cristã Permanente. A primeira fase contempla todo processo de conhecimento e encontro com Jesus Cristo e de inserção na comunidade cristã. Ela contempla três sacramentos que formam unidade: batismo, eucaristia e crisma (confirmação). Nos primórdios do cristianismo, quando a iniciação acontecia normalmente com adultos, estes três sacramentos eram recebidos numa mesma celebração, na Vigília Pascal, depois de longo processo de preparação, chamado catequese catecumenal (para os que se preparam para serem batizados). A restauração do catecumenato, atualizado aos nossos tempos, deseja retomar a dimensão mística e celebrativa da catequese dos primeiros séculos, a fim de que os iniciantes possam fazer uma autêntica experiência cristã (IVC 59). É um processo gradual ou itinerário catequético que inicia as pessoas no mistério de Cristo (experiência da união com Deus) e ajuda a amadurecer na fé e comunhão da Igreja. O Documento de Aparecida afirma: “Ou educamos na fé, colocando as pessoas realmente em contato com Jesus Cristo e convidando-as para seu seguimento, ou não cumpriremos nossa missão evangelizadora” (DAp 287). Conceber a catequese como iniciação à vida cristã implica em assumi-la como um longo processo vital de introdução dos ainda não iniciados, independente da sua idade, nos diversos aspectos da vida cristã. Na verdade, os Catecúmenos começam a caminhada para Deus, rumo à maturidade em Cristo. A catequese de iniciação à vida cristã nunca pode ser considerada completa ou concluída, com caráter de formatura cristã para o resto da vida. Os cristãos sentem necessidade de uma catequese permanente (IVC 66-69), não somente ocasional para a recepção dos sacramentos. É o espírito da Nova Evangelização, que usa a linguagem de “Igreja em estado de missão permanente” (DGAE – 2011-2015, n. 85).
            Por isso podemos falar numa segunda fase: Vida Cristã Permanente. Se hoje o sacramento da Crisma, de certa forma, conclui a Iniciação à Vida Cristã, ao mesmo tempo inicia a fase permanente, que continua o amadurecimento da fé por toda vida, com definição vocacional e inserção gradativa na vida e missão da comunidade cristã (IVC 121). Por isso, a Iniciação à Vida Cristã deve acontecer não apenas uma vez na vida das pessoas. A adesão a Jesus Cristo deve ser “refeita, fortalecida e ratificada tantas vezes quantos o cotidiano exigir... Nossas comunidades precisam ser comunidades diuturnamente mistagógicas, preparadas para permitir que o encontro com Jesus Cristo se faça e se refaça permanentemente” (DGAE 2011-2015, n. 41). Trata-se de uma catequese não ocasional (só para sacramentos), mas permanente (DGAE 2011-22015, n. 85), aberta para todas as idades e situações da vida.
          Que o ano de 2014 seja de Iniciação à Vida Cristã para muitas pessoas de nossa Diocese e de continuação e aprofundamento para os já iniciados há mais tempo, e que sentem necessidade de constante aprofundamento na fé cristã. Todos são bem-vindos para aprofundar seu encontro com Jesus Cristo e integrar-se sempre mais na comunidade de fé!
Dom Aloísio A. Dilli - Bispo de Uruguaiana

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

A dimensão comunitária não é só uma moldura, mas é parte integrante da vida cristã



Audiência Geral: Papa Francisco continua a reflexão sobre o Batismo

CIDADE DO VATICANO, 15 de Janeiro de 2014 (Zenit.org) - Nesta quarta-feira, 15 de janeiro, o Papa Francisco dando continuidade à reflexão sobre o Batismo, reuniu-se com os fiéis e peregrinos, na Praça São Pedro, para a tradicional audiência geral.
Eis o texto na íntegra:
Queridos irmãos e irmãs, bom dia.
Quarta-feira passada iniciamos um breve ciclo de catequeses sobre os Sacramentos, começando pelo Batismo. E sobre o Batismo gostaria de concentrar-me ainda hoje, para destacar um fruto muito importante deste Sacramento: esse nos torna membros do Corpo de Cristo e do Povo de Deus. São Tomás de Aquino afirma que quem recebe o Batismo é incorporado a Cristo quase como seu próprio membro e é agregado à comunidade dos fiéis (cfr Summa Theologiae, III, q. 69, art. 5; q. 70, art. 1), isso é, ao Povo de Deus. Na escola do Concílio Vaticano II, nós dizemos hoje que o Batismo nos faz entrar no Povo de Deus, nos torna membros de um Povo em caminho, um Povo peregrino na história.
De fato, como de geração em geração se transmite a vida, assim também de geração em geração, através do renascimento na fonte batismal, transmite-se a graça, e com esta graça o Povo cristão caminha no tempo, como um rio que irriga a terra e difunde no mundo a benção de Deus. Do momento em que Jesus disse o que escutamos no Evangelho, os discípulos foram batizar; e daquele tempo até hoje há uma sequência na transmissão da fé mediante o Batismo. E cada um de nós é um elo dessa sequência: um passo adiante, sempre; como um rio que irriga. Assim é a graça de Deus e assim é a nossa fé, que devemos transmitir aos nossos filhos, transmitir às crianças, para que essas, uma vez adultas, possam transmiti-la a seus filhos. Assim é o Batismo. Por que? Porque o Batismo nos faz entrar neste Povo de Deus que transmite a fé. Isto é muito importante. Um Povo de Deus que caminha e transmite a fé.
Em virtude do Batismo, nós nos tornamos discípulos missionários, chamados a levar o Evangelho no mundo (cfr Exort. ap. Evangelii gaudium, 120). “Cada batizado, qualquer que seja a sua função na Igreja e o grau de instrução da sua fé é um sujeito ativo de evangelização… A nova evangelização deve implicar um novo protagonismo” (ibid) de todos, de todos o povo de Deus, um novo protagonismo de cada um dos batizados. O Povo de Deus é um Povo discípulo – porque recebe a fé – e missionário – porque transmite a fé. E isto faz o Batismo em nós. Doa-nos a Graça e transmite a fé. Todos na Igreja somos discípulos, e o somos sempre, para toda a vida; e todos somos missionários, cada um no lugar que o Senhor lhes atribuiu. Todos: o menor é também missionário; e aquele que parece maior é discípulo. Mas alguém de vocês vai dizer: “Os bispos não são discípulos, os bispos sabem tudo; o Papa sabe tudo, não é discípulo”. Não, mesmos os bispos e o Papa devem ser discípulos, porque se não são discípulos não fazem o bem, não podem ser missionários, não podem transmitir a fé. Todos somos discípulos e missionários.
Existe uma ligação indissolúvel entre a dimensão mística e aquela missionária da vocação cristã, ambas enraizadas no Batismo. “Recebendo a fé e o Batismo, nós cristãos acolhemos a ação do Espírito Santo que conduz a confessar Jesus Cristo como Filho de Deus e a chamar Deus ‘Abba’, Pai. Todos os batizados e as batizadas…somos chamados a viver e transmitir a comunhão com a Trindade, porque a evangelização é um apelo à participação na comunhão trinitária” (Documento final de Aparecida, n. 157)..
Ninguém se salva sozinho. Somos comunidade de crentes, somos Povo de Deus e nesta comunidade experimentamos a beleza de partilhar a experiência de um amor que precede a todos, mas que ao mesmo tempo nos pede para sermos “canais” da graça uns para os outros, apesar dos nossos limites e dos nossos pecados. A dimensão comunitária não é só uma “moldura”, um “contorno”, mas é parte integrante da vida cristã, do testemunho e da evangelização. A fé cristã nasce e vive na Igreja e no Batismo as famílias e as paróquias celebram a incorporação de um novo membro a Cristo e ao seu corpo que é a Igreja (cfr ibid.; n. 175b).
A propósito da importância do Batismo para o Povo de Deus, é exemplar a história da comunidade cristã do Japão. Essa sofreu uma dura perseguição no início do século XVII. Foram numerosos mártires, os membros do clero foram expulsos e milhares de fiéis foram mortos.  Não permaneceu no Japão nenhum padre, todos foram expulsos. Então a comunidade se retirou na clandestinidade, conservando a fé e a oração em reclusão. E quando nascia uma criança, o pai ou a mão a batizavam, porque todos os fiéis podem batizar em particulares circunstâncias. Quando, depois de dois séculos e meio, 250 anos depois, os missionários retornaram ao Japão, milhares de cristãos saíram da clandestinidade e a Igreja pôde reflorescer. Tinham sobrevivido com a graça de seu Batismo! Isto é grandioso: o Povo de Deus transmite a fé, batiza os seus filhos e segue adiante. E mantiveram, mesmo em segredo, um forte espírito comunitário, porque o Batismo os tornou um só corpo em Cristo: foram isolados e escondidos, mas foram sempre membros do Povo de Deus, membros da Igreja. Podemos aprender tanto com esta história! Obrigado.
(Trad.:Canção Nova)

Papa Francisco: todos são chamados a ser discípulos e missionários



Na Audiência Geral, o Santo Padre continuou a catequese sobre o Sacramento do Batismo
Por Redacao

CIDADE DO VATICANO, 15 de Janeiro de 2014 (Zenit.org) - Mais uma quarta-feira, os fiéis reunidos na Praça de São Pedro, à espera do Santo Padre, cantavam e agitavam suas bandeiras.. Francisco chegou depois das 9:30 no Jeep branco e dedicou meia hora para saudar os peregrinos de todo o mundo. Como de costume, os protagonistas deste tour foram as crianças, que nos braços dos seguranças são elevados para receber a bênção do Papa. Alguns choram e outros permanecem quase imóveis, mas todos recebem o carinho do Pontífice argentino.
O frio do inverno continua acompanhando o público das audiências de quarta-feira que, por causa da multidão que se reúne a cada semana, ainda é celebrada na Praça e não na Sala Paulo VI, como era de costume nesta época do ano. Os fiéis protegidos com cachecóis, luvas e chapéus, escutam atentamente a catequese do Papa que, esta semana, deu continuidade à da semana passada sobre o Sacramento do Batismo.
Com estas palavras em português o Papa resumiu a catequese desta quarta-feira:
O batismo faz de nós membros do Corpo de Cristo e do Povo de Deus.. Como de geração em geração se transmite a vida, também de geração em geração, através da fonte batismal, se transmite a graça e, com esta graça, o Povo cristão caminha no tempo como um rio que irriga a terra e espalha pelo mundo a Bênção de Deus. A fé cristã nasce e vive na Igreja. Somos comunidade de crentes e, na comunidade, experimentamos a beleza de partilhar a experiência de um amor que precede a nós todos, mas, ao mesmo tempo, pede para sermos, uns para os outros, “canais” da graça, apesar das nossas limitações e pecados. Ninguém se salva sozinho. A dimensão comunitária não é uma espécie de moldura, mas parte integrante da vida cristã, do testemunho e da evangelização. Temos um exemplo disso na comunidade cristã do Japão: no início do século dezessete, abateu-se sobre ela a perseguição, vendo-se então privada de sacerdotes e forçada a viver na clandestinidade. Quando dois séculos e meio depois, voltou a gozar de liberdade, aquela Igreja local apareceu formada por milhares de cristãos; eles tinham mantido, mesmo em segredo, um forte espírito comunitário, porque o batismo lhes tinha feito um só corpo em Cristo.
Por fim, o Papa Francisco dirigiu a seguinte saudação aos peregrinos de língua portuguesa:
Dirijo uma cordial saudação aos peregrinos de língua portuguesa, presentes nesta Audiência, especialmente aos grupos vindos do Brasil. Queridos amigos, todos os batizados estão chamados a ser discípulos missionários, vivendo e transmitindo a comunhão com Deus, transmitindo a fé. Em todas as circunstâncias, procurai oferecer um testemunho alegre da vossa fé. Que Deus vos abençoe!

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Construir sobre a rocha

Catequese para a família
Por Eva Carreras del Rincón

MADRI, 13 de Janeiro de 2014 (Zenit.org) - Faz pouco mais de um ano que o meu pai faleceu e, durante a missa do funeral, enquanto nos despedíamos dele, eu senti ao mesmo tempo uma dor imensa e uma intensa alegria. Depois, conversando com as amigas que me acompanhavam, eu me lembro de ter dito que o meu maior agradecimento ao meu pai era pela fé e pela confiança na providência divina que ele tinha me transmitido. Era aquela, para mim, a herança mais preciosa. É ela que me mantém de pé sobre rocha.
E esta é a herança que eu também quero deixar para os meus filhos, familiares e amigos.
O primeiro passo é ser conscientes da sua importância. Podemos deixar muitas coisas para os nossos filhos: estudos, bons colégios, viagens, esporte, computadores, idiomas, cursos... Tudo isso é muito bom e necessário. Mas se nos esquecemos de ensinar a eles o imenso Amor de Deus ou o escondemos no fundo do nosso coração ou nos limitamos a uma série de costumes e tradições, vamos deixá-los indefesos diante da vida e das tormentas que os esperam. Estaremos construindo sobre areia.
Por onde começar? Tornando-nos como crianças. Não precisamos ficar lembrando as nossas tentativas frustradas nem os bons momentos em que tudo parecia um mar de rosas, antes que os nossos filhos entrassem na adolescência, por exemplo. Temos é que olhar para frente, segurando firme na mão de Deus.
Seria bom meditarmos e conversar com Deus para saber o que Ele quer para cada um de nós e para as nossas famílias. Nada melhor do que os exercícios espirituais para isso. E é bom fazê-los todos os anos, porque nós e as nossas famílias vamos mudando: o que é bom hoje, talvez não seja o melhor amanhã.
Comecemos por nós mesmos: renovemos o nosso amor a Deus e a nossa fé, porque ninguém dá o que não tem. Depois podemos passar para a parte prática e de organização. Quais são os tempos de oração que existem na minha casa? Cada família é única e tem que encontrar o seu próprio caminho. Mas há orações que pedem a participação da família: o santo terço, as orações da manhã e da noite, a bênção da mesa, a Santa Missa dos domingos e das festas de guarda… E cada um pode acrescentar o que quiser, para começar a sua própria tradição familiar.
Enquanto escrevo, folheio o que o papa disse na homilia deste domingo e encontro estas palavras: “As crianças são o elo de uma corrente. Vocês, pais, têm um filho ou uma filha para batizar, mas, dentro de alguns anos, serão eles que vão ter que batizar um filho ou um sobrinho. Essa é a corrente da fé! O que significa isso? Eu só queria dizer isto: são vocês que comunicam a fé, vocês são os transmissores; vocês têm o dever de comunicar a fé a essas crianças. É a herança mais bela que eles podem receber: a fé. Só isso. Levem para casa este único pensamento. Temos que ser transmissores da fé. Pensem nisso e em como transmitir a fé às crianças”.
E não é preciso dizer mais nada.

domingo, 12 de janeiro de 2014

Solenidade do Batismo do Senhor

O Pai, o Filho e o Espírito Santo descem entre os homens e revelam-nos o Seu amor que salva.

"Devemos cumprir toda a justiça", essa frase do Evangelho deste domingo centraliza a mensagem da liturgia do Batismo do Senhor. Mas que justiça é essa? Se entendermos que a encarnação do Verbo contou com a participação das Três Pessoas divinas e o motivo foi a redenção do gênero humano, ficará para nós que a justiça da qual Jesus fala com João Batista é a instauração do Reino. João Batista participa da realização dessa justiça, da missão do Redentor, ao pregar e conferir o batismo de penitência.

A ação de Jesus ao aceitar o gesto do Batista recebe a aprovação das Outras duas Pessoas divinas, pois quando sai das águas do Jordão “o céu se abre e o Espírito vem sobre ele e nele pousa”.

Nesse momento recordemos as palavras de Isaías na primeira leitura: “Eu, o Senhor, te chamei para a justiça e te tomei pela mão; eu te formei e te constituí como centro da aliança do povo, luz das nações, para abrires os olhos aos cegos, tirar os cativos da prisão, livrar do cárcere os que vivem nas trevas”. Ele é rei e sacerdote, foi ungido para cumprir toda a justiça dando origem ao Reino de Deus.

Recordemos o nosso batismo. Fomos inseridos no Povo de Deus também para essa missão, cumprir a justiça, não apenas para nos salvar. Temos uma missão apostólica, colaborar com o Senhor na instauração da justiça, da solidariedade, da acolhida a todos, especialmente daqueles que são marginalizados porque pecadores. Ser batizado é ter um coração misericordioso e integrador, como o de Jesus.

Ao celebrarmos a festa do Batismo do Senhor, ocasião propícia para renovarmos nossos compromissos batismais, voltemo-nos para nós mesmos e façamos um exame sobre nossa conduta, sobre nossa presença no meio da sociedade. Até que ponto somos pessoas libertadoras, pessoas que podem ser reconhecidas como abertas à ação de Deus, fautoras do bem, portadoras de vida moradas de Deus em meio aos homens?

Mais ainda: somos alegres, sorridentes ou carrancudos? Somos sinceros ou falsos? Somos éticos ou moralistas? Somos construtores ou demolidores? Somos colaboradores do Senhor ou atrapalhamos a instauração do Reino?

Padre Cesar Augusto dos Santos, SJ

O caminho de fé e caridade traçado pelo Batismo




No Angelus deste domingo, 12, Papa Francisco pediu a intercessão de Maria para que cada um possa seguir o caminho da fé e da caridade, um percurso traçado pelo Batismo. Trata-se de se deixar invadir pelo amor de Deus para ver "céus abertos", uma invocação muito presente no tempo do Advento.

"Se os céus permanecem fechados, o nosso horizonte nesta vida terrena é escuro, sem esperança. Em vez disso, celebrando o Natal, a fé mais uma vez nos deu a certeza de que os céus se rasgaram com a vinda de Jesus", disse.

A partir do Evangelho do dia, Francisco afirmou que, com o nascimento de Jesus, os céus se abrem e Deus dá em Cristo a garantia de um amor indestrutível. E como o Verbo se fez carne, é possível ver os céus abertos. Cada um dos homens pode fazer isso se se deixar invadir pelo amor de Deus, que é doado pela primeira vez no Batismo.

O Papa lembrou ainda que, quando Jesus recebeu o Batismo, Deus fez ouvir a sua voz, que reconhecia Cristo como o Seu Filho, enviado para partilhar a condição humana. Isso porque partilhar é o verdadeiro modo de amar.

"Não parece que no nosso tempo nos seja necessário um suplemento de partilha fraterna e de amor? Não parece que todos temos necessidade de um suplemento de caridade?", questionou o Papa, dizendo que não se trata de uma ajuda sem envolvimento, mas de uma caridade que partilha, que cuida do sofrimento do irmão.

"Peçamos à Virgem Santa para nos apoiar com a sua intercessão no nosso empenho de seguir Cristo no caminho da fé e da caridade, o caminho traçado pelo nosso Batismo", concluiu.

VIA PORTAL ECCLESIA

AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS



O primeiro mandamento nos diz: “Amar a Deus sobre todas as coisas”.
Deus criou todas as coisas, o céu e a terra, a natureza, os animais, o ser humano. Portanto, tudo, vem de Deus. Se tudo vem de Deus é apenas para ele que precisamos nos voltar.
Esse mandamento é um apelo à pessoa humana para que creia em um só Deus, tenha esperança Nele e, sobretudo tenha amor ao Criador.
É uma exigência de Deus para que o povo o acolha e o adore. Porque  Deus nos amou primeiro.
O povo hebreu, que por quatro séculos viveu no Egito, estava contaminado pelos costumes pagãos, pelo culto a vários deuses, superstições, magias...
Deus, para o povo hebreu, é o todo poderoso, é aquele que os libertou da escravidão no Egito.  Por isso Deus chama para si o amor, o culto, a fé.
Deus não quer representações de sua imagem, pois ele se   revela com palavras e ações.
Nesse mandamento vemos  Deus mostrando a sua vontade para com seu povo, é Deus se desvendando cuidadoso e amoroso. E  Deus retribui com muitas bênçãos todo aquele que segue fielmente o mandamento, que observam os  seus preceitos.
Amar a Deus sobre todas as coisas significa: fé, esperança e caridade, são as virtudes cristãs que todos nós devemos praticar.
-Fé significa acreditar e confiar Nele, dar testemunho Dele.
-Esperança é esperar em Deus, é ter a disposição  de  agir  conforme a sua vontade.
-Caridade é querer corresponder sinceramente ao amor divino.
Viemos de Deus e para Deus voltaremos, por isso é preciso Amá-lo sobre todas as coisas.
Jesus Cristo confirma o amor  de Deus por cada pessoa, e pede que a nossa resposta seja de amor a Deus a ao próximo.
Jesus é a alimento do amor de Deus, veio ao mundo para nos salvar, é a Eterna Aliança. Dá-nos condições de voltarmos para Deus. É o caminho.
Nos tempos atuais ainda é preciso lembrar ao povo dessa vontade de Deus. Pois muitos estão se deixando levar pela ânsia de viver as coisas do mundo. Cresce a procura por magias, horóscopos, superstições, ídolos, espiritismo... Enfim o povo esta mais uma vez contaminado por princípios pagãos e escravos do mundo.
“Não terá outros deuses” diz o Senhor. As nossas orações, culto e graças devem ser dirigidas ao único Deus, vivo, que faz viver, que nos mantém livres e intervém na história. Que une em torno de si todo aquele que o ama sinceramente, construindo a cultura do amor.
Portanto, esse mandamento existe para que o povo viva livre e dignamente. Desfrutando com consciência  da natureza que Deus nos oferece.
                                   Maria Ronety Canibal