sábado, 6 de julho de 2013

"O coração da mensagem de Deus é a misericórdia"


Homilia do papa Francisco na missa desta sexta-feira, concelebrada com cardeal venezuelan"O coração da mensagem de Deus é a misericórdia   Por Salvatore Cernuzio
ROMA, 05 de Julho de 2013 (Zenit.org) - “O coração da mensagem de Deus é a misericórdia”, destacou hoje o papa Francisco na missa da Casa Santa Marta, comentando o evangelho sobre a vocação de Mateus. Concelebrou com ele o cardeal Jorge Liberato Urosa, arcebispo de Caracas, no dia da festa nacional da Venezuela. Assistiu à missa um grupo de funcionários do Vaticano.
"Eu quero misericórdia e não sacrifício": o papa repete as palavras de Jesus aos fariseus, que o criticam por comer com os pecadores. Os publicanos, explica o papa, "eram duplamente pecaminosos, porque estavam apegados ao dinheiro e porque eram traidores da pátria", já que recolhiam os impostos do seu próprio povo para entregar aos romanos. Jesus vê Mateus, o arrecadador de impostos, e olha para ele com misericórdia:
"Jesus olha para aquele homem, sentado na banca de impostos, e aquele homem sente algo no olhar de Jesus, fica maravilhado no espírito, e escuta o convite de Jesus: ‘Segue-me! Segue-me!'. E naquele momento, ele se torna um homem cheio de alegria, mas também fica um pouco em dúvida, porque é muito apegado ao dinheiro. E basta um momento a sós, que nós sabemos como Caravaggio conseguiu expressar: aquele homem que olhava, mas que também, com as mãos, segurava o dinheiro... basta um momento a sós com Jesus para que Mateus diga ‘sim’, abandone tudo e vá atrás do Senhor. É o momento da misericórdia recebida e acolhida: ‘Sim, eu vou contigo!’. É o primeiro momento do encontro, uma experiência espiritual profunda".
"Depois vem um segundo momento: a festa. Jesus faz festa com os pecadores": celebra a misericórdia de Deus, que "muda a vida". Depois desses dois momentos, o estupor do encontro e a festa, vem "o trabalho diário", o anúncio do evangelho:
"Esse trabalho tem que ser alimentado com a lembrança daquele primeiro encontro, daquela festa. E isso não é apenas um momento, é um tempo: até o fim da vida. A lembrança. Lembrança de quê? Daqueles fatos! Daquele encontro com Jesus que mudou a minha vida! Quando Ele teve misericórdia! Quando Ele foi tão bom comigo e me disse: 'Convida os teus amigos pecadores, para fazermos uma festa!'. Essa lembrança dá forças a Mateus para seguir em frente. ‘Jesus mudou a minha vida! Eu encontrei o Senhor'. Recordar sempre. É como soprar as brasas daquela lembrança, não é mesmo? Soprar para manter o fogo sempre aceso".
Nas parábolas evangélicas, fala-se da recusa de muitos convidados à festa do Senhor. Por isso, Jesus foi "buscar os pobres, os doentes, e fez a festa com eles".
"E Jesus, continuando com esse costume, celebra com os pecadores e oferece aos pecadores a graça. ‘Eu quero misericórdia, e não sacrifícios. Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores’. Ele veio por nós, pecadores, e é isto o que é bonito. Deixemo-nos olhar pela misericórdia de Jesus, façamos festa e guardemos a lembrança desta salvação!"

sexta-feira, 5 de julho de 2013

LUMEN FIDEI - A LUZ DA FÉ

Lumen Fidei - A luz da fé, assim se intitula a primeira Encíclica do Papa Francisco que hoje foi apresentada em conferência de imprensa, no Vaticano. Dirigida aos bispos, sacerdotes, diáconos, religiosos e religiosas e a todos os fiéis leigos, a Encíclica – explica o Papa Francisco - já estava "quase completada" por Bento XVI. Àquela "primeira versão" o atual Pontífice acrescentou "ulteriores contribuições". A finalidade do documento é recuperar o caráter de luz que é específico da fé, capaz de iluminar toda a existência humana.Quem acredita nunca está sozinho, porque a fé é um bem comum que ajuda a edificar as nossas sociedades, dando esperança. E’ este é o coração da Lumen fidei. Numa época como a nossa, a moderna - escreve o Papa - em que o acreditar se opõe ao pesquisar e a fé é vista como um salto no vazio que impede a liberdade do homem, é importante ter fé e confiar, com humildade e coragem, ao amor misericordioso de Deus, que endireita as distorções da nossa história.
Testemunha fiável da fé é Jesus, através do qual Deus atual realmente na história. Como na vida de cada dia confiamos no arquiteto, o farmacêutico, o advogado, que conhecem as coisas melhor que nós, assim também para a fé confiamos em Jesus, um especialista nas coisas de Deus. A fé sem a verdade não salva, diz em seguida o Papa – fica a ser apenas um bonito conto de fadas, sobretudo hoje em que se vive uma crise de verdade, porque se acredita apenas na tecnologia ou nas verdades do indivíduo, porque se teme o fanatismo e se prefere o relativismo. Pelo contrário, a fé não é intransigente, o crente não é arrogante: a verdade que vem do amor de Deus não se impõe pela violência, não esmaga o indivíduo e torna possível o diálogo entre fé e razão.
Se torna, portanto, essencial a evangelização: a luz de Jesus brilha no rosto dos cristãos e se transmite de geração em geração, através das testemunhas da fé. Mas de uma maneira especial, a fé se transmite através dos Sacramentos, como o Batismo e a Eucaristia, e através da confissão de fé do Credo e a Oração do Pai Nosso, que envolvem o crente nas verdades que confessa e o fazem ver com os olhos de Cristo. A fé é uma, sublinha o Papa, e a unidade da fé é a unidade da Igreja. Também é forte a ligação entre acreditar e construir o bem comum: a fé torna fortes os laços entre os homens e se coloca ao serviço da justiça, do direito e da paz. Essa não nos afasta do mundo, muito pelo contrário: se a tirarmos das nossas cidades, ficamos unidos apenas por medo ou por interesse. A fé, pelo contrário, ilumina a família fundada no matrimônio entre um homem e uma mulher; ilumina o mundo dos jovens que desejam “uma vida grande", dá luz à natureza e nos ajuda a respeitá-la, para "encontrar modelos de desenvolvimento que não se baseiam apenas na "utilidade ou lucro, mas que consideram a criação como um dom”. Mesmo o sofrimento e a morte recebem um sentido do fato de confiarmos em Deus, escreve ainda o Pontífice: ao homem que sofre o Senhor não dá um raciocínio que explica tudo, mas a sua presença que o acompanha. Finalmente, o Papa lança um apelo: "Não deixemos que nos roubem a esperança, não deixemos que ela seja frustrada com soluções e propostas imediatas que nos bloqueiam o caminho para Deus”.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Beijar as feridas dos pobres e dos necessitados para encontrar o Deus vivo



Homilia do Papa Francisco: Só existe uma forma de realmente conhecer a Cristo - beijar as suas feridas nas pessoas que sofrem

Por Salvatore Cernuzio
ROMA,  Julho de 2013 (Zenit.org) - São Tomé "foi um teimoso", mas "Cristo quis justamente um teimoso" para afirmar plenamente a sua divindade. O papa Francisco, na missa de hoje na Casa Santa Marta, lança nova luz sobre a figura do apóstolo cuja festa litúrgica é celebrada hoje e que se tornou conhecido na história como "o incrédulo".
Partindo do seu gesto de querer "tocar nas chagas de Cristo para acreditar", o Santo Padre deu hoje mais uma indicação a quem quer seguir o caminho que leva até Deus: beijar as feridas de Jesus em nossos irmãos em necessidade.
Comentando o evangelho do dia, que fala da aparição de Jesus aos apóstolos depois da ressurreição, o papa destacou a ausência de Tomé. Um fato não casual: Cristo, disse o papa, "quis que ele esperasse uma semana". Ele "sabe por que faz as coisas" e "dá para cada um de nós o tempo que acha melhor. Para Tomé, Ele deu uma semana".
Quando o apóstolo vê Jesus se revelando com o seu corpo "limpo, belíssimo e cheio de luz", mas ainda coberto de chagas, é "convidado a colocar o dedo na ferida dos pregos, a colocar a mão em seu lado trespassado". Tomé, fazendo este gesto, "não disse ‘É verdade: o Senhor ressuscitou’, mas foi ainda mais longe", disse o papa. Tomé afirmou: "Deus!" e o adorou, tornando-se "o primeiro dos discípulos a fazer a confissão da divindade de Cristo após a ressurreição".
Isso explica "a intenção do Senhor ao fazê-lo esperar", disse Bergoglio: "levar a sua descrença não apenas à afirmação da ressurreição, mas à afirmação da sua divindade". Porque há somente um caminho "para o encontro com Jesus-Deus: as suas feridas. Não há outro".
"Na história da Igreja", prosseguiu Francisco, "houve alguns enganos no caminho rumo a Deus". Alguns, disse ele, "acreditaram que o Deus vivo, o Deus dos cristãos, pode ser encontrado no caminho da meditação, indo ‘mais alto’ na meditação. Isso é perigoso", alertou: “muitos se perderam nessa estrada, porque, mesmo que até possam ter chegado ao conhecimento de Deus, nunca chegaram ao de Jesus Cristo, Filho de Deus, segunda Pessoa da Santíssima Trindade". É como "o caminho dos gnósticos", disse o pontífice, que "são bons, que trabalham", mas que não seguem o "caminho certo", e sim outro caminho "muito complicado", que "não leva a bom porto".
Há outros, disse o Santo Padre, que "pensaram que, para chegar até Deus, devemos nos mortificar, ser austeros, e escolheram o caminho da penitência e do jejum". Nem estes, no entanto, "chegaram até o Deus vivo, até Jesus Cristo Deus vivo". Eles "são os pelagianos, que acreditam que podem chegar lá com o seu próprio esforço", e que, portanto, erram completamente o caminho indicado por Jesus Cristo para encontrá-lo, isto é, "as suas chagas".
O problema é entender como e onde estão essas chagas de Cristo. O papa Francisco respondeu a esta pergunta afirmando: "Nós encontramos as feridas de Jesus fazendo as obras de misericórdia, ao corpo e à alma, e eu destaco ‘ao corpo’, dos nossos irmãos e irmãs que sofrem, que passam fome, que têm sede, que estão nus, que são humilhados, que são escravos, que estão presos, que estão no hospital".
"Essas são as chagas de Jesus hoje", reiterou, "e Jesus nos pede um ato de fé nele através destas chagas". É muito bom criar uma fundação para ajudar os necessitados, "mas se ficarmos só nesse âmbito, seremos apenas filantrópicos. Temos que tocar nas chagas de Jesus, acariciar as feridas de Jesus, cuidar das feridas de Jesus com ternura, temos que beijar as chagas de Jesus, e isso literalmente". Como São Francisco, que, depois de abraçar o leproso, "viu a sua vida mudar".
Em essência, concluiu o papa, "não precisamos de um curso de reciclagem para tocar no Deus vivo", mas "simplesmente sair às ruas", indo procurar, encontrar e tocar nas chagas de Cristo em quem é pobre, frágil, marginalizado. Uma coisa que não é simples nem natural. Por esta razão, exortou o Santo Padre, "peçamos a São Tomé a graça de ter a coragem de entrar nas feridas de Jesus com a nossa ternura e certamente teremos a graça de adorar o Deus vivo".

quarta-feira, 3 de julho de 2013

A PROCURA DO AMOR


Hoje vivemos em uma sociedade capitalista, consumista, regida pelo dinheiro, o ter e o poder. Tudo converge para o lucro, a vantagem, a competição.
Nas relações pessoais não é diferente. Há o interesse particular, o egoísmo, a falsidade, a corrupção. Não há respeito à ética e moral. Para essas pessoas não existe gratuidade, tudo deve ser em troca de dinheiro ou poder.
Mas esta sociedade, também está  sedenta de amor e paz.      Busca um ambiente de segurança em um mundo nada hospitaleiro, estranho e violento. Esta sociedade está com sede do sagrado, cheia de misticismo e em busca do transcendente.
Porém não há coerência entre sua espiritualidade e seu modo de viver. Por isso não conseguem percorrer o caminho para Deus. Pois o caminho que leva a Deus tem a lógica do amor, da gratuidade, da doação. Porque a essência de Deus é o amor.
É pela graça que fostes salvos, mediante a fé. E isso não vem de vós: é dom de Deus!” (Ef 2,8)
Santo Agostinho diz : “Deus criou o homem e a mulher livres, dotados de vontade. Portanto, quando este se afasta do ser a caminha para o não ser, aproxima-se do mal e comete pecados. Cada um responsável por seu pecado.  O homem e mulher estão condenados e só serão salvos pela graça divina. O poder de salvar vem de Deus, é Deus quem salva. A tarefa do homem e da mulher é abrir-se a Deus.” (Confissões 18)
Somos amados por Deus, e esse amor se revela em Jesus Cristo, na sua Redenção. Nossa condição natural era caracterizada por culpa, pois todos pecaram e carecem da glória de Deus.
Sendo justificados gratuitamente por sua graça mediante a redenção que  em Cristo Jesus.”(Rm 3, 23-24.)
Por isso a nossa resposta a esse divino presente, deve ser através do nosso modo de ser e agir. De viver em paz consigo mesmo e com os irmãos, em harmonia com a natureza. Mudar!
Colocar amor em tudo que fazemos. Deus é amor. Estar com Deus é viver no amor.
São Paulo afirma: “Precisai deixar a vossa antiga maneira de viver e despojar-se do homem velho, que vai se corrompendo ao sabor das paixões. Por outro lado, precisais renovar-vos, pela transformação espiritual de vossa mente, e revestir-vos do homem novo, criado a imagem de Deus, na verdadeira justiça e santidade.” (Ef 4, 22-24)
A sociedade só se transformará  a partir da mudança de cada pessoa. Pense nisso!
                                  Maria Ronety Canibal

terça-feira, 2 de julho de 2013

OS DONS DO ESPIRITO SANTO







 OS SIMBOLOS DO ESPIRITO SANTO

O Espírito Santo é a Terceira Pessoa da Trindade Santa. Portanto precisamos ter a clareza para entender que o Espírito Santo é uma pessoa e não uma coisa
 Na Bíblia o Espírito Santo é representado por símbolos, vejamos :
Pomba: Mt3,16.
A pomba simboliza a paz, é alimento, sacrifício e mensageira. Jesus também se fez alimento, no pão Eucarístico, sacrifício, na entrega de sua vida e mensageiro da verdade de Deus.
Fogo: At 2, 3-4.
O fogo limpa, purifica, ilumina, queima e esquenta. O Espírito Santo atua dessa forma em nossa vida. Nos limpa, purifica, ilumina, queima e esquenta nosso coração.
Água: Jo 7, 38-39.
Água é vida, sem ela morremos. O batismo é vida nova em Cristo.
Óleo: 1Sm 16,13.
O óleo ungi, cura as feridas, perfuma, protege a pele. A ação do Espírito Santo nos deixa ungido, isto é, nos capacita para o serviço,  cura as feridas da alma e nos deixa em paz.
Selo: Ef 1,13.
O selo é usado para autenticar, sem selo a carta não chega ao destinatário , assim selados pelo Espírito Santo chegamos ao nosso destino.
Outros nomes dados ao Espírito Santo: nuvens e luz, mão, sopro, vento suave, brisa leve.

 No Espírito Santo reside o amor supremo entre o Pai e o Filho. O amor de Deus chega até nós pela ação do Espírito Santo. São sinais de amor de Deus por nos os Dons do Espírito Santo, são os presentes de Deus.

 OS DONS DO ESPIRITO SANTO

1- Fortaleza:  por essa virtude Deus nos dá  a coragem  necessária para enfrentarmos as tentações, as tribulações e as perseguições.
2- Sabedoria:  é o dom de perceber o certo e o errado, o que é de Deus, o que favorece o Projeto de Deus. Nos dá o sentido da vida e o reconhecimento da sabedoria divina.
3- Ciência: todo saber vem de Deus, é o dom de interpretar a Palavra de Deus, de explicar o Evangelho e a doutrina da Igreja.
4- Conselho: é o dom de saber discernir caminhos, opções, de saber orientar e escutar, de animar a fé e a esperança da comunidade.
5- Entendimento: é o dom de entender os sinais da presença de Deus nas situações humanas. É o dom que nos ilumina para aceitar as verdades reveladas por Deus.
6- Piedade: é o dom de estar aberto a vontade de Deus, é a devoção fervorosa no cumprimento das Escrituras.
7- Temor a Deus: é o dom que nos faz respeitar e amar a Deus. Teme a Deus aquele que pratica seus mandamentos com sinceridade de coração.

Precisamos rezar e pedir a Deus os dons que nos permitam perceber e viver as graças dele e praticar em nossa vida a sua vontade. É  necessário que ns tornemos dóceis ao sopro do Espírito , para poder ouvir a voz de Deus no nosso interior e nas coisas criadas por Ele.
                      Maria Ronety Canibal
     

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Jesus quer os cristãos livres como Ele

Papa Francisco antes de recitar o Angelus comenta o Evangelho do dia

CIDADE DO VATICANO, 30 de Junho de 2013 (Zenit.org) - Milhares de pessoas estavam na Praça de São Pedro hoje para rezar o Angelus com o Papa. Antes de recitar a oração mariana, o Papa Francisco comentou o evangelho do dia.
Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
O Evangelho deste domingo (Lc 9, 51-62) mostra uma passagem muito importante na vida de Cristo: o momento em que - como escreve São Lucas - "manifestou o firme propósito de ir a Jerusalém.”(9,51). Jerusalém é o destino final, onde Jesus, em sua última Páscoa, deve morrer e ressuscitar, e, assim, cumprir sua missão de salvação.
Desde aquele momento, após a "firme decisão", Jesus fixa a meta, e também para as pessoas que ele encontra e que lhe pedem para segui-lo, ele diz claramente quais são as condições:não ter uma moradia estável; desapegar-se dos afetos humanos; não ceder à nostalgia do passado.
E Jesus disse também aos seus discípulos, instruídos a precedê-lo em seu caminho para Jerusalém para anunciar sua passagem, de não impor nada:se não encontrarem disponibilidade a acolhê-Lo, que continuem, que se prossiga. Jesus jamais impõe, Ele é humilde e convida. Sevocê quiser, venha. A humildade de Jesus é assim: Ele convida sempre, não impõe.
Tudo isso nos faz pensar. Nos fala, por exemplo, a importância que, mesmo para Jesus teve a consciência: de ouvir em seu coração a voz do Pai e segui-la. Jesus, em sua vida terrena, não foi, por assim dizer, "teleguiado":era o Verbo encarnado, o Filho de Deus feito homem, e a um certo ponto tomou a firme decisão de ir a Jerusalém pela última vez; uma decisão tomada na sua consciência, mas não sozinho: com o Pai, em plena união com Ele! Decidiu em obediênciaao Pai, em escuta profunda,intimo de sua vontade. E por isso a decisão era firme, porque tomada com o Pai.E no Pai, Jesus encontrava a força e a luz para seu caminho. E Jesus era livre, naquela decisão estava livre. Jesus quer os cristãos livres como Ele, com a liberdade que vem deste diálogo com o Pai, a partir deste diálogo com Deus. Jesus não quer nem cristãos egoístas, que seguem o próprio eu, não falam com Deus; nem cristãos fracos, cristãos, que não têm vontade, cristãos, “teleguiados”, incapazes de criatividade, que tentam sempre se conectar com a vontade do outro, e não são livres. Jesus nos quer livres e esta liberdade, onde se realiza? Se realiza no diálogo com Deus na sua consciência. Se um cristão não sabe como falar com Deus, não sabe ouvir a Deus em sua própria consciência, não é livre, não é livre.
Por isso, devemos aprender a escutar mais a nossa consciência. Mas atenção! Isso não significa seguir o próprio eu, fazer o que me interessa, o que me convém, o que eu gosto... Não é isso! A consciência é o espaço interior da escuta da verdade, do bem, da escuta de Deus; é o lugar interior da minha relação com Ele, que fala ao meu coração e me ajuda a discernir, a compreender o caminho que deve percorrer, e uma vez tomada a decisão, a ir avante, a permanecer fiel.
Tivemos um exemplo maravilhoso de como é esta relação com Deus na própria consciência,um recente exemplo maravilhoso. O PapaBento XVI nos deu um grande exemplo quando o Senhor lhe fez entender, na oração, qual era o passo que ele tinha que dar. Ele seguiu, com grande sentido de discernimento e coragem, a sua consciência, ou seja, a vontade de Deus que falava ao seu coração.E este exemplo do nosso Pai faz bem a todos nós, comoum exemplo a seguir.
Nossa Senhora, com grande simplicidade, escutava e meditava no íntimo de si a Palavra de Deus e o que estava acontecendo com Jesus. Seguiu seu Filho com profunda convicção, com firme esperança. Marianos ajude a nos tornar sempre mais homens e mulheres de consciência,livres na consciência, pois é na consciência que se dá o diálogo com Deus; homens e mulherescapazes de escutar a voz de Deus e segui-la com decisão.

domingo, 30 de junho de 2013

ESPIRITO SANTO


Existem muitas coisas que não vemos. Por exemplo, o perfume existe? Nós o vemos? Mas percebemos sua existência. Assim há  formas de perceber as coisas, não somente com os olhos, mas com o tato, ouvido ou olfato. Há também verdades que não captamos com os sentidos.

Assim podemos compreender a ação do Espírito Santo, a terceira pessoa da Santíssima Trindade. Ele é comparado ao vento, a brisa suave, ao fogo, ao calor. São imagens que nos ajudam a entender a presença do Espírito Santo. Embora ao possamos ver, mas podemos sentir sua ação, seu fogo abrasador no coração, seus movimentos que levam a humanidade a encontrar a paz, sua força viva.

O Espírito Santo  é Deus que sai de si para criar outro e vivificá-lo com a força do seu amor. No Espírito, Deus reúne em si tudo o que está longe dele.  O Espírito Santo está presente na ação salvadora de Deus, lá no inicio na criação “... o Espírito pairava sobre as águas...”; atuou na inspiração dos profetas, “... o Espírito do Senhor repousa sobre eles...” e na Encarnação “... o Espírito de Deus cobrirá Maria com sua sombra...”

O Espírito Santo continua a atuar no mundo, pois Jesus Cristo na ascensão volta para o Pai.O Espírito permanece com a missão de continuar no mundo a missão de Cristo. No Evangelho de São João  14,18 “... dá-nos um Defensor que fica para sempre conosco.”

O Espírito Santo não pode ser visto, mas atua na historia da humanidade. Desde sempre foi representado com símbolos e sinais.. A pomba animal manso e pacifico que representa a vida.(Mt 3,16)  O fogo  seu poder de aquecer e purificar, além de iluminar. ( At 2, 1-12) O vento por soprar e ninguém ver, ser forte ou suave.( Jo 20,22) A água sinal maior da vida e óleo um símbolo utilizado pela Igreja para a realização dos sacramentos, como o batismo, confirmação, ordenação e unção dos enfermos. Os óleos santos são símbolos de todos os dons do Espírito Santo.

Portanto  é o Espírito Santo que atualiza em cada tempo a mensagem de Jesus. Pela ação do Espírito que habita em nosso peito e nos abre os olhos e o coração para acolher esse mistério. O Espírito Santo é que renova a face da terra, com sua força vital, e torna o impossível realizável. Ele sopra onde quer, quando quer e como quer. Ele é o vento de Deus,Ele é Deus.



E                                           Maria Ronety Canibal

SÃO JOÃO BATISTA O MAIOR DOS PROFETAS

Por: Dom Fernando Mason

A natividade de São João Batista

No dia 24 de junho, a Igreja celebra a solenidade litúrgica do nascimento de João Batista, “o maior dos profetas”, que foi enviado “para preparar os caminhos do Senhor”. Ele e a Virgem Maria são os únicos em que a liturgia lembra o nascimento. Os demais santos são comemorados no dia da morte, mas João é comemorado duas vezes: no nascimento e no seu martírio, celebrado em 29 de agosto.

A celebração da natividade de João Batista evoca a manifestação da graça e bondade de Deus. O lema é a frase de Zacarias, seu pai, no evangelho dessa solenidade: “Seu nome é João”. A frase é uma mensagem da gratuidade e bondade divinas. O próprio nome – Yohanan – significa “Deus se mostrou misericordioso”. É importante lembrar que seus pais, Zacarias e Isabel, eram idosos e a mãe, estéril. Portanto o nascimento de João revela o poder e a bondade de Deus e é um sinal claro da importante missão que a ele é confiada.

Ele é o “profeta do Altíssimo” e seu modo de viver lembra Elias, o profeta que vivia no deserto, impelido pelo Espírito. Aliás, no evangelho de Lucas, o anjo anuncia que João andará no espírito de Elias, o mais típico “homem de Deus” do Antigo Testamento.

João é testemunha da Luz, sobretudo por ter apontado Cristo no meio da humanidade. Ele encarna a plenitude do Antigo Testamento e a preparação para o Evangelho. E teve a graça de batizar o próprio Cristo, marcando o início da missão do divino Salvador.

O maior dos profetas
“Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e resgatou o seu povo.” Assim o evangelho de Lucas inicia o canto de Zacarias que louva a Deus pelo nascimento do filho João Batista. E mais adiante ele proclama: “E tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo porque irás adiante da face do Senhor a preparar os seus caminhos.” (Lc 1, 68.76)

No dia 24 de junho, com muita alegria, a Igreja solenemente celebra o nascimento de São João Batista que, ao lado da Virgem Maria, são os únicos em que a liturgia lembra o nascimento. Os demais santos são comemorados no dia da morte – quando terminam sua missão e nascem para a vida eterna – mas João é comemorado duas vezes: no nascimento e no seu martírio, celebrado em 29 de agosto.

Esse privilégio litúrgico se deve à grandeza da missão do Batista. Ele é o precursor do Messias, aquele que foi enviado para preparar os caminhos do Senhor. É testemunha da luz por ter apontado Cristo no meio da humanidade: “Eis o Cordeiro de Deus, eis o que tira o pecado do mundo.” (Jo 1, 29)

Sua festa evoca a manifestação da graça e bondade de Deus. O nome João significa “Deus se mostrou misericordioso”. A misericórdia de Deus se manifestou no nascimento desse profeta. Seus pais, Zacarias e Isabel, “eram justos diante de Deus, caminhando irrepreensivelmente em todos os mandamentos e preceitos do Senhor.” (Lc 1, 6) Não tinham filhos porque Isabel era estéril e ambos estavam em idade avançada. Isso era considerado um castigo de Deus na mentalidade judaica da época, mas Deus prova o contrário.

A misericórdia divina também se manifesta na missão importante a ser vivida por João. Ele nasceu seis meses antes de Jesus Cristo, de quem é primo, segundo a Tradição. É o último e o maior dos profetas, aquele que veio para dar testemunho da luz verdadeira que é Jesus Cristo.

Nos evangelhos, várias passagens ressaltam a pessoa e a missão do Batista. O evangelista João afirma que “houve um homem enviado por Deus que se chamava João. Este veio para dar testemunho da luz, para que todos cressem por meio dele. (Jo 1, 6) Em outra passagem o mesmo evangelista narra que, interrogado pelos judeus se ele era o messias esperado, João Batista testemunhou: “Eu não sou o Cristo. Eu batizo em água, mas no meio de vós está quem vós não conheceis. Este é o que há de vir depois de mim, ao qual eu não sou digno de desatar a correia das sandálias.” (Jo 1, 20. 26-27)

Marcos inicia seu evangelho apresentando João Batista que “pregava o batismo de penitência para remissão dos pecados.” (Mc 1, 4) O evangelho de Mateus conta que João começou a pregar no deserto da Judéia, dizendo: “Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus. Porque este é aquele de quem falou o profeta Isaías quando disse: Voz do que clama no deserto. Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas.” (Mt 3, 2-3)

E o próprio Jesus dá seu testemunho sobre a missão de João quando deseja ser por ele batizado. Em outra ocasião, Jesus novamente destaca a missão de seu precursor, afirmando que ele é mais que um profeta, pois foi enviado para preparar o caminho do Messias. E completa: “Na verdade vos digo que entre os nascidos das mulheres não veio ao mundo outro maior que João Batista.” (Mt 11, 11)

Homem de coragem, enfrentou as autoridades e os poderosos, denunciando seus erros e injustiças. Enfrentou o próprio rei Herodes, censurando-o por ter tomado como mulher a esposa de seu irmão: “Não te é lícito” – exclamava com firmeza e coragem, que lhe custaram a prisão e a morte.

Na celebração desse grande santo, que mensagem eu gostaria de transmitir a todos os fiéis diocesanos confiados ao meu pastoreio? A minha mensagem e a mesma de João Batista, conclamando o povo à conversão: “Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas. E todo homem verá a salvação de Deus.” (Lc 3, 4-6)

João Batista nos convida a mudarmos de vida, a direcioná-la conforme os valores do Reino de Deus: “Quem tem duas túnicas, dê uma ao que não tem; e o que tem que comer, faça o mesmo.” (Lc 3, 11) A salvação divina se concretiza na medida em que o Reino de Deus se realiza: na vivência da fraternidade, na prática da justiça, na defesa da vida, na promoção da dignidade humana, no resgate dos direitos dos pobres e excluídos.

Por isso a mensagem de São João Batista se faz atual e contundente. Ela convida todos a se empenharem na construção de uma nova sociedade, sem violência, sem miséria, uma sociedade que ofereça condições de vida digna para todos. Pois, como proclama Zacarias em seu canto, João veio ao mundo “para dar ao povo o conhecimento da salvação, para alumiar os que jazem nas trevas e na sombra da morte, para dirigir nossos pés no caminho da paz.” (Lc 1, 77-79)

Celebrando a festa de São João Batista, rogamos que sua proteção se faça constante e sua mensagem sempre nos interpele para a construção de uma sociedade cada vez mais alegre e bonita. Para a construção de uma sociedade cada vez mais cheia de vida, marcada pelos valores do Evangelho de Jesus Cristo, de quem João Batista foi o precursor!

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