sábado, 26 de abril de 2014

Anúncio do grande acontecimento

Anúncio do grande acontecimento / Arqrio
São Mateus narra tanto a morte quanto a ressurreição do Senhor sob o impacto simbólico do terremoto. Tendo origem nas profundezas da Terra, entre os antigos o sismo sempre carregou em si um simbolismo trágico, avassalador e mítico. Nas Escrituras, quase sempre, é indicação da revelação divina na história. Haja vista o tremor violento da montanha do Sinai a sinalizar a nova orientação da vida de Israel, na lei e na aliança (Ex 19, 18).
Os símbolos sísmicos bíblicos falam e nos projetam para realidades que vão além. Assim acontece com o fato da morte de Jesus, descrita em linguagem desestabilizadora. Não só as trevas cobrem toda a Terra (Mt 27, 45). Há terremoto e fenda nas rochas (v. 51). O sismo causa grande medo no centurião e nos guardas (v. 54), temor próprio da reação humana diante de teofanias.
Se as próprias seguranças se apavoram, confirma-se que a morte de Jesus revela o agir de Deus. Ela é a realização do dia da justiça, anunciado em profecias, tais como: “Farei o sol declinar em pleno meio-dia e escurecerei a Terra em um dia de luz” (Am 8, 9); “Não esquecerei jamais nenhuma de suas ações. Não tremerá por causa disso a Terra?” (vv. 7-8). Assim, é após o medo do sismo que os soldados reconhecem o sagrado em Jesus: “Verdadeiramente, este era o Filho de Deus” (v. 54).
Um grande terremoto ocorre (28, 2) também por ocasião da narrativa preparatória da revelação de outro grande acontecimento: a ressurreição. Desce o Anjo do Senhor. Seu aspecto é o do relâmpago. Suas vestes são brancas como a neve. Ele é quem rola a pedra. Senta-se em cima. Diante da visão luminosa, os guardas do túmulo tremem de medo e ficam como mortos (v. 4). Aqueles, da guarda dos sacerdotes (27, 65), temem mais a visão que os soldados romanos o sismo.
A composição da cena prepara o anúncio da boa notícia às mulheres, também elas amedrontadas: “Não temais! Ele não está aqui, pois ressuscitou, conforme havia dito. Vinde ver o lugar onde Ele jazia” (v. 5-6). Entretanto, o sepulcro aberto e vazio se presta a outra interpretação: a violação da sepultura para sumir com o corpo (Mt 28,11-15). Diante disso, Mateus expressa a intenção apologética, através de pormenores. José de Arimateia depositou o corpo de Jesus no túmulo e “rolou uma grande pedra na entrada” (27,60). Portanto, de difícil locomoção. Reproduz a preocupação das autoridades judaicas e o consequente pedido a Pilatos: “Lembramo-nos do que aquele impostor disse quando ainda vivo: ‘depois de três dias ressuscitarei’. Ordena, pois que o sepulcro seja guardado com segurança até o terceiro dia, para que os discípulos não venham roubá-lo e depois digam ao povo: Ele ressuscitou dos mortos. A última impostura será pior do que a primeira” (vv. 63-64). Ele dá destaque às mulheres como primeiras a irem ao túmulo, apenas para vê-Lo, pois eram incapazes de rolar a grande pedra. Enfim, o ser celeste é quem a rola e senta-se sobre ela em total domínio da situação. Portanto, a intervenção é divina. Os guardas nada podem fazer, apenas se acovardam.
O segundo anúncio segue o primeiro, intimamente ligado ao apostolado das mulheres. Serão comunicadoras pessoais do Ressuscitado: “Ide já contar aos discípulos que Ele ressuscitou dos mortos, e que Ele vos precede na Galileia. Ali o vereis. Vede bem, eu vos disse” (28,7). Também sentem medo, mas é maior a alegria (v. 8). Durante o caminho de volta, o próprio Jesus virá ao encontro delas. Confirma o anúncio a ser dado e marca a assembleia com os seus, na Galileia.
As narrativas das aparições do Ressuscitado expressam de modo diverso as experiências de nossos primeiríssimos irmãos. Quanto aos apóstolos, unidos ao Jesus celeste como ao terrestre, foram qualificados como suas testemunhas e mediadores. Por isso, mantemos a comunhão necessária com eles e permanecermos unidos (1 Jo 1,3). Celebremos, pois, a Páscoa, renovando e atualizando a memória de nossa origem cristã, de seus sólidos fundamentos e do sentimento de pertença eclesial.

Papa: evitar ser “cristãos morcegos”, que têm medo da alegria da Ressurreição

Existem cristãos que têm medo da alegria da Ressurreição e a vida deles parece um funeral, mas o Senhor ressuscitado está sempre conosco: foi o que afirmou hoje o Papa Francisco durante a Missa presidida na Casa Santa Marta.
O Evangelho proposto pela liturgia do dia narra a aparição de Cristo ressuscitado aos discípulos. Na saudação de paz, ao invés de se alegrarem, eles ficam tomados de “espanto e temor”, imaginando ver um espírito. Jesus tenta explicar a eles que o que veem é a realidade, convidando-os a tocarem o seu corpo. Mas – observou o Papa – os discípulos não podiam acreditar:
“Esta é uma doença dos cristãos. Temos medo da alegria. É melhor pensar: ‘Sim, sim, Deus existe, mas está lá; Jesus ressuscitou, mas está lá’. Um pouco de distância. Temos medo da proximidade de Jesus, porque isso nos dá alegria. E assim se explicam os muitos cristãos de funeral, não? Aos quais parece que a vida é um funeral contínuo. Preferem a tristeza, e não a alegria. Movem-se melhor não na luz da alegria, mas nas sombras, como aqueles animais que só conseguem sair à noite, mas à luz do dia não veem nada. Como os morcegos. E com um pouco de senso de humor, podemos dizer que existem cristãos morcegos, que preferem as sombras à luz da presença do Senhor”.
Mas “Jesus, com a sua Ressurreição – prosseguiu o Papa – nos dá a alegria: a alegria de ser cristãos; a alegria de segui-lo de perto; a alegria de caminhar nas estradas das Bem-aventuranças; a alegria de estar com Ele”:
“E nós, tantas vezes, ficamos perturbados ou repletos de medo, acreditamos ver um fantasma ou pensamos que Jesus é um modo de agir: ‘Mas nós somos cristãos e devemos fazer assim’. Mas onde está Jesus? ‘Não, Jesus está no Céu’. Você fala com Jesus? Você diz a Ele: ‘Eu acredito que o Senhor está vivo, que ressuscitou, que está perto de mim, que não me abandona’? A vida cristã deve ser isso: um diálogo com Jesus, porque – isso é verdade – Jesus está sempre conosco, está sempre com os nossos problemas, com as nossas dificuldades, com as nossas boas obras”.
Quantas vezes – disse por fim o Papa Francisco – nós cristãos “não somos felizes porque temos medo!”. Cristãos que foram “derrotados” na Cruz:
“Na minha terra há um ditado que diz: ‘Quando alguém se queima com leite quente, depois, quando vê uma vaca leiteira, chora’. E estes se queimaram com o drama da cruz e disseram: ‘Não, vamos parar por aqui; Ele está no Céu; mas tudo bem, ressuscitou, mas que não venha outra vez aqui porque não aguentaremos’. Peçamos ao Senhor que faça com todos nós o que fez com os discípulos, que tinham medo da alegria: que abra a nossa mente e nos faça entender que Ele é uma realidade viva, que Ele tem corpo, que Ele está conosco e nos acompanha e que Ele venceu. Peçamos ao Senhor a graça de não ter medo da alegria”.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

SÃO MARCOS



São Marcos
São Marcos nos remete aos primórdios de nossa tradição, testemunhando para nós a alegria de caminhar, sofrer e morrer pelo Evangelho.
Por Fabiano Farias de Medeiros

HORIZONTE, 25 de Abril de 2014 (Zenit.org) - São Marcos foi um dos evangelistas. Nasceu em Jerusalém no século I. Era filho de Maria de Jerusalém e primo de Barnabé. A tradição da Igreja o aponta como seguidor de São Paulo tendo sido batizado por ele na infância. Sua casa, que ficava próxima ao Jardim do Getsêmani, servia de local para as reuniões dos cristãos e apóstolos da época. Sua casa também seria agraciada com a realização da última ceia e com a reunião dos apóstolos com Maria ao receberem o Espírito Santo.
Como discípulo de São Paulo, é atribuído a ele a interpretação e redação de muitos escritos e cartas do apóstolo, sendo seu Evangelho considerado uma síntese das pregações que ouviu de Paulo. Também foi muito próximo a São Pedro. Acompanhou-os em muitas viagens das quais pôde testemunhar o poder da Palavra de Deus que era anunciada por cartas às comunidades. Assim foi em Jerusalém, Antioquia, Babilônia, Éfeso até chegar a Roma de onde escreveu seu Evangelho que é reconhecido como um dos mais antigos.
Após retornar de Roma, São Marcos viajou para o Egito onde fundou uma escola cristã na qual ensinava a liturgia, doutrina e outros serviços da Igreja. Partiu em missão para pregar o Evangelho na Região da África retornando para Alexandria para lutar contra o avanço do paganismo na região. E muitos foram convertidos ao cristianismo e batizados. Sabendo da insatisfação dos líderes pagãos, ordenou alguns companheiros ao presbitério e dentre eles Ananias que ordenou Bispo para que dessem seguimento à sua missão caso morresse. E assim aconteceu: São Marcos foi preso, torturado e arrastado pelas ruas até a morte. Após sua morte os pagãos ainda tentaram queimá-lo, mas a terra tremeu e estrondosos trovões varreram o céu dispersando assim os algozes.
Foi enterrado em uma cripta sob a qual no ano 310 foi construída uma Igreja. Sua relíquias foram levadas para Veneza no ano 820, e lá  foi erguida uma Basílica em sua homenagem.

Escutei João Paulo II me dizer: Levante-se e não tenhas medo

Entrevista com Floribeth Mora, a costarriquenha que foi curada milagrosamente de um aneurisma cerebral, quando lhe restava só um mês de vida

Roma,  (Zenit.orgSergio Mora 

A senhora costarriquenha Floribeth Mora, que foi curada de forma inexplicável de um aneurisma cerebral, por intercessão de João Paulo II, veio à Roma para a canonização do Papa polonês. A surpresa que teve quando lhe disseram que tinha só mais um mês de vida, o medo, o assombro dos médicos ao ver os exames posteriores ao momento do milagre, a voz que escutou e a segurança de que era a de João Paulo II.
ZENIT esteve com ela hoje, que contou vários detalhes para os nossos leitores***
ZENIT: O que aconteceu quando disseram que você tinha um aneurisma cerebral e que não havia saída?
- Floribeth Mora: Quando recebi o diagnóstico fiquei surpresa porque ninguém espera isso, pois se considera uma pessoa saudável. Fui ao hospital várias vezes para ter meus cinco filhos. O pior foi dias depois quando me disseram que me restava somente um mês de vida, esse foi o pior momento.
ZENIT: E, então, os médicos disseram pra você ir para casa?
- Floribeth Mora: Sim, foi incrível, eu nunca esperei receber uma notícia tão forte, no entanto, estava segurando firme nas mãos de Deus, pedindo a intercessão de João Paulo II. E quando se aproximava o momento pedia a Deus para me dar força, porque tinha medo, mas que Deus realizasse a sua vontade e não a minha, porque a sua é a que deve prevalecer em tudo.
ZENIT: Houve algum momento determinado em que você pediu a intercessão do Papa?
- Floribeth Mora: Ainda não tinha sido beatificado, embora sempre pensei que João Paulo II fosse um santo, não somente agora que vão canoniza-lo, já estando em vida o considerava um santo, desde sempre, uma pessoa tão especial.
ZENIT: Como foi que você se deu conta do milagre?
- Floribeth Mora: Quando ouvi uma voz no meu quarto que me disse “levante-se” e pela segunda vez, “levante-se e não tenhas medo”. Havia ali uma revista que na capa trazia a foto de João Paulo II e vi as mãos do Papa sobressair, então me levantei da cama e sabendo que estava curada. E desde aquele dia estou de pé para a glória de Deus.
ZENIT: Quantos exames fizeram em você antes? Consultaram em outros países?
- Floribeth Mora: Em outros países não podíamos consultar porque não tinha os meios econômicos para isso. Porém, fui vista por vários médicos neurólogos de Costa Rica. Primeiro me fizeram um TAC, depois a ressonância magnética e depois a artereografía.
ZENIT: O aneurisma foi visto na artereografia ou em outros exames?
- Floribeth Mora: Em todos os exames o aneurisma aparecia. De minha parte estava certa da minha cura imediata, embora não tivesse os meios econômicos para comprovar o que estava dizendo. Só foi visto seis meses depois quando me fizeram uma ressonância magnética. Lembro e tenho muito clara em minha mente a cara de susto do médico, correndo de um lado para outro para ver se eram os exames certos. Não entendia esses últimos exames, correu para os arquivos, porque disse que uma mulher que teve o impacto cerebral como o que eu tinha sofrido não podia estar assim bem. Eu lhe disse: ‘sei que estou curada’ pela intercessão de João Paulo II, estou curada. Então, para mim, eram importantes os exames médicos porque eram uma prova do que dizia, e não apenas minhas palavras.
ZENIT: E depois?
- Floribeth Mora: Depois fui analisada por vários neurólogos de Costa Rica e também do setor privado. E sempre se surpreendiam. Eu ria muito quando me diziam: ‘Mulher e quem foi que te disse que tinha um aneurisma?’. E depois aqui em Roma estive internada em outubro de 2012 no policlínico Gemelli onde fui analisada por vários médicos neurólogos, e me fizeram vários exames: ressonância magnética, arteriografia e outros.
ZENIT: E ficou alguma cicatriz ou algum traço?
- Floribeth Mora: Isso é o mais importante , não há nada nos exames que indique que em algum momento sofri um aneurisma, e nem sequer uma sequela na minha parte física que indique que sofri um dano ou uma paraplegia do meu lado esquerdo.
ZENIT: Por que se confiou a João Paulo II e não a outros santos?
- Floribeth Mora: Sempre admirei o padre Pio e creio na sua intercessão, mas com João Paulo II foi diferente, era o primeiro papa que chegou em Costa Rica e chocou a todos nós. Nesse momento eu era jovem e tinha 19 anos. O vi quando passou pela avenida segunda e depois pude participar de uma missa que o Papa celebrou na La Sabana, onde havia muitos jovens. E, embora o visse de longe, não precisei mais que isso para entender quem fosse.
ZENIT: Quando ouviu essa voz interior, em que idioma a ouviu?
- Floribeth Mora: Em espanhol, era a sua voz forte, sem dúvida, não posso duvidar do que eu ouvi, estou muito certa disso.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Santos por amor

Reflexões de Dom Alberto Taveira, Arcebispo Metropolitano de Belém do Pará
Por Dom Alberto Taveira Corrêa

BELéM DO PARá, 24 de Abril de 2014 (Zenit.org) - Nos primeiros séculos, os que tinham sido batizados na Vigília pascal se vestiam de branco até o segundo domingo da Páscoa, oferecendo a todos o testemunho externo da vida nova recebida no Sacramento. Neste final de semana, é toda a Igreja, vestida de gala, que deseja oferecer ao mundo inteiro a roupa da alegria, chamada santidade, com a canonização de João XXIII e João Paulo II, duas pérolas da coroa da Igreja em nosso tempo, cujos exemplos são oferecidos como referência para a maravilhosa aventura cristã. São dois contemporâneos, com os quais muitos de nós compartilharam diálogo e convivência. Seu modo de viver está bem ao nosso alcance, suas palavras e ensinamentos ecoaram pelo mundo através dos meios de comunicação de nossa época. Mostram que a santidade é atual e possível.
Os santos são homens e mulheres que levaram a sério a graça do Batismo e decidiram viver não para si, mas para Deus e para o serviço dos outros. Não programaram ser canonizados, mas quiseram ser bons cristãos. João XXIII, em seu diário, descreveu com simplicidade e profundidade o seu dia a dia, seus roteiros de oração e meditação, suas decisões cotidianas de perdão, alegria, seriedade no seguimento de Nosso Senhor. João Paulo II, que viveu na infância e na juventude capítulos dolorosos provocados pelas ideologias e autoritarismos do século XX, conduziu a Igreja à virada do milênio e nos brindou justamente com o convite à santidade: "Se o Batismo é um verdadeiro ingresso na santidade de Deus através da inserção em Cristo e da habitação do seu Espírito, seria um contrassenso contentar-se com uma vida medíocre, pautada por uma ética minimalista e uma religiosidade superficial. Perguntar a um catecúmeno: 'Queres receber o Batismo?' significa ao mesmo tempo pedir-lhe: 'Queres fazer-te santo?' Significa colocar na sua estrada o radicalismo do Sermão da Montanha: 'Sede perfeitos, como é perfeito vosso Pai celeste' (Mt 5,48). Este ideal de perfeição não deve ser objeto de equívoco vendo nele um caminho extraordinário, percorrível apenas por algum gênio da santidade. Os caminhos da santidade são variados e apropriados à vocação de cada um. Agradeço ao Senhor por me ter concedido beatificar e canonizar muitos cristãos, entre os quais numerosos leigos que se santificaram nas condições ordinárias da vida. É hora de propor de novo a todos, com convicção, esta medida alta da vida cristã ordinária: toda a vida da comunidade eclesial e das famílias cristãs deve apontar nesta direção" (Novo millenio ineunte, 31).
João XXIII viveu as duras realidades das duas guerras mundiais e veio a suceder, visto como eventual papa "de transição", o grande Papa Pio XII. Como alguém que trata de amenidades, fez saber aos que com ele trabalhavam, no início de seu pontificado, que convocaria um Concílio Ecumênico. Dali para frente, provocou na Igreja a oração e a preparação efetiva para o que o próprio Papa chamou de nova primavera, desejando uma nova estação de abertura e diálogo com todas as realidades de nosso tempo. Os cinco anos de pontificado valeram séculos! "Mater et Magistra" e "Pacem in terris" foram duas Encíclicas que firmaram princípios e práticas para a ação social da Igreja. Abriu e conduziu a primeira Sessão de trabalhos do Concílio Vaticano II, mostrou ao mundo a face da bondade, abriu sorrisos, foi ao encontro dos mais sofredores, pintou de bom humor o rosto da Igreja! Viveu a dura experiência de uma enfermidade dolorosa, com o câncer que o levou à morte, parecido com tanta gente de nosso tempo. Sim, foi homem, Papa, irmão, sorriso de Deus para sua época. No próximo Domingo, elevado definitivamente à glória dos altares, resplandece como presente de Deus à Igreja e à humanidade.
De João Paulo II nunca se falará suficientemente. Um magistério pontilhado pela sensibilidade inusitada a todas as situações humanas e desafios a serem enfrentados pela Igreja. Uma presença universal efetiva, indo até os confins da terra para levar a Boa Nova do Evangelho. Aquele que nas lides da Polônia havia enfrentado nazistas e comunistas, corajoso na liderança dos católicos para se manterem fiéis à fé cristã, tesouro maior de sua nação, foi conduzido ao sólio de Pedro em mil novecentos e setenta e oito, permanecendo à frente da Igreja até o dia dois de abril de dois mil e cinco, na véspera da Festa da Divina Misericórdia. E no próprio Domingo da Misericórdia é agora canonizado. Quantos adultos, jovens e crianças só tiveram esta figura de Papa em seu horizonte de Igreja, até que o Senhor o chamou para a sua Páscoa pessoal. Naquele início de noite de sua partida, desejoso de ir para estar com o Senhor, tinha o coração agradecido especialmente aos jovens aos quais tantas vezes se dirigiu e ali se encontravam, bem perto dele. Apagou-se como uma chama, deu tudo de si à Igreja e ao mundo. Em seus funerais, uma faixa emergia no meio da multidão - "Santo subito" - pedindo que fosse logo aclamado santo. Seu sucessor, o grande Bento XVI, teve a alegria de beatificá-lo, numa apoteótica afluência de gente do mundo inteiro, no dia primeiro de maio de dois mil e onze. Seus ensinamentos continuam a ser conhecidos e aprofundados na Igreja e no mundo. O convite feito, no início de seu pontificado, continua atual e provocante: "Não tenhais medo de acolher Cristo e de aceitar o seu poder! Antes, procurai abrir, melhor, escancarar as portas a Cristo! Ao seu poder salvador abri os confins dos Estados, os sistemas econômicos assim como os políticos, os vastos campos de cultura, de civilização e de progresso! Não tenhais medo! Cristo sabe bem 'o que é que está dentro do homem'. Somente Ele o sabe!" (Homilia da Missa de inauguração do Pontificado de João Paulo II, 22 de outubro de 1978).
Agora, Papa Francisco canoniza os dois Papas. A Igreja oferece, na Festa da Divina Misericórdia, dois presentes de amor. Fizerem-se santos pela Igreja e pela humanidade, foram homens de nosso tempo, amaram a Igreja e se entregaram por ela. Louvado seja o Senhor, pela história, o exemplo e a intercessão dos dois heróis de nosso tempo.
São João XXIII, rogai por nós!
São João Paulo II, rogai por nós!

ENSINO APOSTÓLICO

)

Dom Jose Alberto Moura
Arcebispo de Montes Claros (MG

Vivemos num pluralismo religioso que confunde a muitos, até dentro de um relativismo na prática da fé. Não poucos “botequins” religiosos acontecem e também comunidades de fé robusta. Muitos se deixam levar por estímulos sentimentais que tocam o coração pela emoção, provocadora do sentimento religioso. Se a pessoa não tiver uma razão forte de sua fé pode se desiludir de determinados líderes religiosos. À vezes estes até abusam da simplicidade e boa fé de pessoas humildes ou mesmo desejosas de resolverem seus problemas pessoais e relacionais.

A fé não é simplesmente a busca de solução de problemas, mas a confiança no Deus que é a finalidade da vida, para a pessoa realizar um projeto de vida de acordo com os ditames dele, custe o que for. A solução de problemas pode ser bom mas não é tudo. O próprio Jesus fala que não adianta a pessoa ganhar o mundo todo se vier a perder a vida plena. A pessoa pode até ter saúde ótima, muito dinheiro e bem estar presente, mas, se não realizar o projeto de Deus na vida, pode perder a vida eterna feliz com Ele.
A vida presente é muito importante. A saúde deve ser cuidada, o bem estar deve ser buscado, o que material deve ser o necessário para uma vida digna. Mas tudo tem de ser usado com os critérios relativos ao seu objetivo de instrumento de vida e não finalidade, perpassando-se tudo pela ética, pela lei da justiça, da caridade, da solidariedade e do projeto do Criador.
No referente à fortificação da fé, que é um dom de Deus, Jesus deixou sua Igreja, sob a orientação dos apóstolos, com o ensinamento de que eles devem ser ouvidos, tendo a chefia de Pedro (Cf. Mateus 16,18-19) . Até o poder de perdoar pecados Jesus lhes deu (Cf. João 20,23). O não querer aceitar determinados ensinamentos apostólicos limitam a compreensão, a aceitação e a prática da fé. Estamos numa sociedade em que se quer passar por cima de verdades objetivas, preferindo-se o desejo próprio como verdade. O relativismo corrói a base da fé. A Igreja apostólica ensina o original da fé em Cristo com a certeza de seu ensinamento, guiado pelo Espírito Santo. Desta forma, a subjetivização da fé, julgando-se que cada um tem a inspiração divina, é querer cada um ser o técnico e o árbitro do próprio time ao mesmo tempo, sem nenhuma representatividade da instituição divina. É evidente que muitos têm reta intenção em manifestar e praticar a fé conforme recebe orientação de seus líderes. Certamente serão vistos por Deus com sua boa vontade em seguir o que lhes parecer, em consciência, ser o mais válido. Isso, porém, não deixa de levar os que têm condição de avaliar sua fé em relação às verdades apresentadas historicamente pelos apóstolos para uma melhora da qualidade de aceitação da verdade e seguimento da mesma.
Os antigos escritores sagrados da Igreja apresentam uma fonte muito abrangente dos ensinamentos apostólicos. Lendo-os muitos poderiam fundamentar melhor sua fé e notar a preciosidade da vivência da mesma conforme sua origem em Jesus e a prática da comunidade inicial. Na Igreja temos a Tradição Apostólica,com as verdades ensinadas pelos Apóstolos e assumidas pelas primeiras comunidades cristãs.

VIA INTERNET

POEMA A VIRGEM - SÃO JOSÉ DE ANCHIETA

COMPAIXÃO E PRANTO
DA VIRGEM
NA MORTE DO FILHO
Poema a Virgem - Padre José de AnchietaEscrito pelo Padre nas areias da Praia de Iperoig em Ubatuba.
Minha alma, por que tu te abandonas ao profundo sono?
Por que no pesado sono, tão fundo ressonas?
Não te move à aflição dessa Mãe toda em pranto,
Que a morte tão cruel do FILHO chora tanto?
E cujas entranhas sofre e se consome de dor,
Ao ver, ali presente, as chagas que ELE padece?
Em qualquer parte que olha, vê JESUS,
Apresentando aos teus olhos cheios de sangue.
Olha como está prostrado diante da Face do PAI,
Todo o suor de sangue do seu corpo se esvai.
Olha a multidão se comporta como ELE se ladrão fosse,
Pisam-NO e amarram as mãos presas ao pescoço.
Olha, diante de Anás, como um cruel soldado
O esbofeteia forte, com punho bem cerrado.
Vê como diante Caifás, em humildes meneios,
Aguenta mil opróbrios, socos e escarros feios.
Não afasta o rosto ao que bate, e do perverso
Que arranca Tua barba com golpes violento.
Olha com que chicote o carrasco sombrio
Dilacera do SENHOR a meiga carne a frio.
Olha como lhe rasgou a sagrada cabeça os espinhos,
E o sangue corre pela Face pura e bela.
Pois não vês que seu corpo, grosseiramente ferido
Mal susterá ao ombro o desumano peso?
Vê como os carrascos pregaram no lenho
As inocentes mãos atravessadas por cravos.
Olha como na Cruz o algoz cruel prega
Os inocentes pés o cravo atravessa.
Eis o SENHOR, grosseiramente dilacerado pendurado no tronco,
Pagando com Teu Divino Sangue o antigo crime!
 (Pecado Original cometido pelos primeiros pais)
Vê: quão grande e funesta ferida transpassa o peito, aberto
Donde corre mistura de sangue e água.
Se o não sabes, a Mãe dolorosa reclama
Para si, as chagas que vê suportar o FILHO que ama.
Pois quanto sofreu aquele corpo inocente em reparação,
Tanto suporta o Coração compassivo da Mãe, em expiação.
Ergue-te, pois e, embora irritado com os injustos judeus
Procura o Coração da MÃE DE DEUS.
Um e outro deixaram sinais bem marcados
Do caminho claro e certo feito para todos nós.
ELE aos rastros tingiu com seu sangue tais sendas,
Ela o solo regou com lágrimas tremendas.
A boa Mãe procura, talvez chorando se consolar,
Se as vezes triste e piedosa as lágrimas se entregar.
Mas se tanta dor não admite consolação
É porque a cruel morte levou a vida de sua vida,
Ao menos chorarás lastimando a injúria,
Injúria, que causou a morte violenta.
Mas onde te levou Mãe, o tormento dessa dor?
Que região te guardou a prantear tal morte?
Acaso as montanhas ouvirão Teus lamentos?
Onde está a terra podre dos ossos humanos?
Acaso está nas trevas a árvore da Cruz,
Onde o Teu JESUS foi pregado por Amor?
Esta tristeza é a primeira punição da Mãe,
No lugar da alegria, segura uma dor cruel,
Enquanto a turba gozava de insensata ousadia,
Impedindo Aquele que foi destruído na Cruz.
Mãe, mas este precioso fruto de Teu ventre
Deu vida eterna a todos os fieis que O amam,
E prefere a magia do nascer à força da morte,
Ressurgindo, deixou a ti como penhor e herança.
Mas finda Tua vida, Teu Coração perseverou no amor,
Foi para o Teu repouso com um amor muito forte!
O inimigo Te arrastou a esta cruz amarga,
Que pesou incomodo em Teu doce seio.
Morreu JESUS traspassado com terríveis chagas
ELE, formoso espírito, glória e luz do mundo;
Quanta chaga sofreu e tantas LHE causaram dores;
Efetivamente, uma vida em vós era duas! 
(Natureza Humana e Divina do SENHOR)
Todavia conserva o Amor em Teu Coração, e jamais
Evidentemente deixou de o hospedar no Coração,
Feito em pedaços pela morte cruel que suportou
Pois à lança rasgou o Teu Coração enrijecido.
O Teu Espírito piedoso e comovido quebrou na flagelação,
A coroa de espinhos ensanguentou o Teu Coração fiel.
Contra Ti conspirou os terríveis cravos sangrentos,
Tudo que é amargo e cruel o Teu FILHO suportou na Cruz.
Morto DEUS, então porque vives Tu a Tua vida?
Porque não foste arrastada em morte parecida?
E como é que, ao morrer, não levou o Teu espírito,
Se o Teu Coração sempre uniu os dois espíritos?
Admito, não pode tantas dores em Tua vida
Suportar, aguentando se não com um amor imenso;
Se não Te alentar a força do nascimento Divino
Deixará o Teu Coração sofrendo muito mais.
Vives ainda, Mãe, sofrendo muitos trabalhos,
Já te assalta no mar onda maior e cruel.
Mas cobre Tua Face Mãe, ocultando o piedoso olhar:
Eis que a lança em fúria ataca pelo espaço leve,
Rasga o sagrado peito ao teu FILHO já morto,
Tremendo a lança indiferente no Teu Coração.
Sem dúvida tão grande sofrimento foi à síntese,
Faltava acrescentá-lo a Tuas chagas!
Esta ferida cruel permaneceu com o suplício!
Tão penoso sofrimento este castigo guardava!
Com O querido FILHO pregado a Cruz Tu querias
Que também pregassem Teus pés e mãos virginais.
ELE tomou para SI a dura Cruz e os cravos,
E deu-Te a lança para guardar no Coração.
Agora podes, ó Mãe, descansar, que possui o desejado,
A dor mudou para o fundo do Teu Coração.
Este golpe deixou o Teu corpo frio e desligado,
Só Tu compassiva guarda a cruel chaga no peito.
Ó chaga sagrada feita pelo ferro da lança,
Que imensamente nos faz amar o Amor!
Ó rio, fonte que transborda do Paraíso,
Que intumesce com água fartamente a terra!
Ó caminho real com pedras preciosas, porta do Céu,
Torre de abrigo, lugar de refúgio da alma pura!
Ó rosa que exala o perfume da virtude Divina!
Jóia lapidada que no Céu o pobre um trono tem!
Doce ninho onde as puras pombas põem ovinhos,
E as castas rolas têm garantia de suster os filhotinhos!
Ó chaga, que és um adorno vermelho e esplendor,
Feres os piedosos peitos com divinal amor!
Ó doce chaga, que repara os corações feridos,
Abrindo larga estrada para o Coração de CRISTO.
Prova do novo amor que nos conduz a união! 
(Amai uns aos outros como EU vos amo)
Porto do mar que protege o barco de afundar!
Em TI todos se refugiam dos inimigos que ameaçam:
TU, SENHOR, és medicina presente a todo mal!
Quem se acabrunha em tristeza, em consolo se alegra:
A dor da tristeza coloca um fardo no coração!
Por Ti Mãe, o pecador está firme na esperança,
Caminhar para o Céu, lar da bem-aventurança!
Ó Morada de Paz! Canal de água sempre vivo,
Jorrando água para a vida eterna!
Esta ferida do peito, ó Mãe, é só Tua,
Somente Tu sofres com ela, só Tu a podes dar.
Dá-me acalentar neste peito aberto pela lança,
Para que possa viver no Coração do meu SENHOR!
Entrando no âmago amoroso da piedade Divina,
Este será meu repouso, a minha casa preferida.
No sangue jorrado redimi meus delitos,
E purifiquei com água a sujeira espiritual!
Embaixo deste teto (Céu) que é morada de todos,
Viver e morrer com prazer, este é o meu grande desejo.


CATEQUESE DO PAPA FRANCISCO




CATEQUESE
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 23 de abril de 2014
Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal
Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Esta semana é a semana da alegria: celebramos a Ressurreição de Jesus. É uma alegria verdadeira, profunda, baseada na certeza de que Cristo ressuscitado não morre mais, mas está vivo e ativo na Igreja e no mundo. Tal certeza mora nos corações dos crentes daquela manhã de Páscoa, quando as mulheres foram ao sepulcro de Jesus e os anjos disseram a elas: “Por que procurais entre os mortos Aquele que está vivo?” (Lc 24, 5). “Por que procurais entre os mortos aquele que está vivo?”. Estas palavras são como uma pedra milenar na história; mas também uma “pedra de tropeço”, se não nos abrimos à Boa Notícia, se pensam que dê menos cansaço um Jesus morto que um Jesus vivo! Em vez disso, quantas vezes, no nosso caminho cotidiano, temos necessidade de ouvirmos dizer: “Por que estais procurando entre os mortos Aquele que está vivo?”. Quantas vezes nós procuramos a vida entre as coisas mortas, entre as coisas que não podem dar vida, entre as coisas que hoje são e amanhã não serão mais, as coisas que passam… “Por que procurais entre os mortos Aquele que está vivo?”.
Temos necessidade disso quando nos fechamos em qualquer forma de egoísmo ou de auto-piedade; quando nos deixamos seduzir pelos poderes terrenos e pelas coisas deste mundo, esquecendo Deus e o próximo; quando colocamos as nossas esperanças em vaidades mundanas, no dinheiro, no sucesso. Então a Palavra de Deus nos diz: “Por que procurais entre os mortos Aquele que está vivo?”. Por que estás procurando ali? Aquela coisa não pode te dar vida! Sim, talvez te dará uma alegria de um minuto, de um dia, de uma semana, de um mês… e depois? “Por que procurais entre os mortos Aquele que está vivo?”. Esta frase deve entrar no coração e devemos repeti-la. Vamos repeti-la juntos três vezes? Façamos um esforço? Todos: “Por que procurais entre os mortos Aquele que está vivo?” [repete com a multidão] Hoje, quando voltarmos para casa, digamos essa frase do coração, em silêncio, e nos façamos esta pergunta: por que eu, na vida, procuro entre os mortos Aquele que está vivo? Fará bem a nós.
Não é fácil ser aberto a Jesus. Não se deduz aceitar a vida do Ressuscitado e a sua presença em meio a nós. O Evangelho nos faz ver diversas reações: aquela do apóstolo Tomé, aquela de Maria Madalena e aquela dos dois discípulos de Emaús: faz bem a nós confrontarmo-nos com eles. Tomé coloca uma condição à fé, pede para tocar a evidência, as chagas; Maria Madalena chora, O vê, mas não O reconhece, dá-se conta de que é Jesus somente quando Ele a chama pelo nome; os discípulos de Emaús, deprimidos e com sentimentos de derrota, chegam ao encontro com Jesus deixando-se acompanhar por aquele misterioso andarilho. Cada um por caminhos diversos! Buscavam entre os mortos Aquele que está vivo e foi o mesmo Senhor a corrigir a rota. E eu o que faço? Qual a rota sigo para encontrar o Cristo vivo? Ele estará sempre próximo a nós para corrigir a rota se nós tivermos errado.
“Por que procurais entre os mortos Aquele que está vivo?” (Lc 24, 5). Esta pergunta nos faz superar a tentação de olhar para trás, para aquilo que foi ontem, e nos impele a seguir adiante rumo ao futuro. Jesus não está no sepulcro, é o Ressuscitado! Ele é o Vivo, Aquele que sempre renova o seu corpo que é a Igreja e o faz caminhar atraindo-o para Ele. “Ontem” é o túmulo de Jesus e o túmulo da Igreja, o sepulcro da verdade e da justiça; “hoje” é a ressurreição perene rumo à qual nos impele o Espírito Santo, doando-nos a plena liberdade.
Hoje é dirigida também a nós esta interrogação. Você, por que procuras entre os mortos Aquele que está vivo, você que se fecha em si mesmo depois de um fracasso e você que não tem mais a força de rezar? Por que procuras entre os mortos Aquele que está vivo você que se sente sozinho, abandonado pelos amigos e talvez também por Deus? Por que procuras entre os mortos Aquele que está vivo você que perdeu a esperança e você que se sente aprisionado pelos seus pecados? Por que procuras entre os mortos Aquele que está vivo você que aspira à beleza, à perfeição espiritual, à justiça, à paz?
Precisamos ouvir repetir e recordarmos sempre a advertência do anjo! Esta advertência, “Por que procurais entre os mortos aquele que está vivo”, ajuda-nos a sair dos nossos espaços de tristeza e nos abre aos horizontes da alegria e da esperança. Aquela esperança que remove as pedras dos sepulcros e encoraja a anunciar a Boa Nova, capaz de gerar vida nova para os outros. Repitamos esta frase do anjo para tê-la no coração e na memória e depois cada um responda em silêncio: “Por que procurais entre os mortos Aquele que está vivo?” Repitamos a frase! [repete com a multidão] Vejam, irmãos e irmãs, Ele está vivo, está conosco! Não caminhemos para tantos sepulcros que hoje te prometem alguma coisa, beleza, e depois não te dão nada! Ele está vivo! Não procuremos entre os mortos Aquele que está vivo! Obrigado.

II Congresso Latino Americano do Método de Ovulação Billings



Dos dias 1 a 4 de maio no Auditório Paulinas na Cidade de São Paulo. O evento é promovido pela Organização Mundial do Método de Ovulação Billings, entidade fundada pelos Drs. John e Evelyn Billings
Por Thácio Siqueira

BRASíLIA, 23 de Abril de 2014 (Zenit.org) -
Fundada pela Ir. Martha Bhering, a CENPLAFAM – WOOMB BRASIL é a responsável no país pelo ensino do autêntico Método de Ovulação Billings™, sendo afiliada a WOOMB INTERNACIONAL (Organização Mundial do Método de Ovulação Billings™), entidade fundada pelos Drs. John e Evelyn Billings.
Há mais de 3 (três) décadas atua, com centros regionais e núcleos espalhados em todo o território nacional, promovendo a vida humana e a família, através do ensino do autêntico Método de Ovulação Billings™.
Em parceria com a WOOMB – LATINO AMERICANA, está organizando para os próximos dias 01 a 04 de maio de 2014, o II CONGRESSO DA WOOMB LATINO AMERICANA, no Auditório Paulinas, na Rua Dona Ignácia Uchoa nº 62 – Vila Mariana – São Paulo/SP.
Durante o evento será realizada uma Conferência destinada a profissionais de saúde, instrutores, sacerdotes, religiosos, agentes de pastoral e público em geral, além de Treinamentos para a formação de instrutores (básico e avançado). Estarão presentes Diretoras da Woomb Internacional (Austrália) e Delegados dos EUA, Chile, México e outros países da América Latina.
Informações e inscrições podem ser obtidas através do site: www.encontromob.com.br.
Acompanhe abaixo a entrevista que ZENIT realizou com Silvia Paula Monteiro da Costa Diretora Administrativa CENPLAFAM – WOOMB BRASIL
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ZENIT: Quem foi a Ir. Martha Bhering? Brevemente, como ela fundou a CENPLAFAM - WOOMB BRASIL?
Silvia Paula: A Irmã Martha Silvia Bhering era religiosa, Filha da Caridade São Vicente de Paulo. Trabalhou inicialmente como professora e depois graduou-se em enfermagem, fazendo Residência em Obstetrícia e pós graduação em Administração Hospitalar. Em 1973, quando atuava no Hospital São Paulo (atual UNIFESP) e Amparo Maternal, tomou conhecimento do Método de Ovulação Billings™ (MOB). Este método veio ao encontro do que ela buscava para auxiliar os casais. Com esta descoberta, Ir. Martha formou um grupo de estudos sobre o Método e trabalhou com os casais ajudando-os a bem preparar-se para gerar e acolher novas vidas. Isso se transformou na MISSÃO DE SUA VIDA. Em 1979 juntou-se a Drª. Madre Maria José Torres†, da Congregação Santa Dorotéia e fundaram em 1981 a CENPLAFAM. Irmã Martha andou por todo o Brasil, e, especialmente em comunidades mais pobres, ensinou não apenas o método (ciência), mas pregou a beleza do amor conjugal, a fertilidade no amor, ensinou como acolher a nova vida, a nutrição ideal do seio materno, a segurança afetiva veiculada pelo amor dos pais. Dedicou também especial atenção aos jovens mostrando-lhes como por bons caminhos podem chegar à realização de um casamento feliz. Esteve presente em inúmeros encontros de Planejamento Natural da Família mundo a fora, representando sempre com dignidade o trabalho desenvolvido no Brasil[i]. Os Drs. John e Evelyn Billings eram seus amigos pessoais, tendo visitado nossa sede em algumas oportunidades. A CENPLAFAM, que concretizou o seu ideal, é a entidade reconhecida e comprometida em ser fiel representante da Organização do Método Billings™ em nosso país. Como ela dizia, continuamos “segurando sua bandeira”.
ZENIT: Quais são as principais críticas que o Método de Ovulação Billings recebe?
Silvia Paula: Por haver confusão com outros métodos de regulação natural da fertilidade, como a tabelinha ou o método sintotérmico, ouve-se dizer que o Método de Ovulação Billings™ apenas é eficaz para a mulher que possui um ciclo menstrual regular de 28 dias. Não é verdade. Pode ser usado por qualquer mulher e em qualquer etapa da vida reprodutiva, sendo importante ferramenta de monitoramento da saúde da mulher. Diz-se erroneamente que é um método em que o casal é submetido a grandes períodos de abstinência. Também não é verdade, já que os dias disponíveis para relações não são poucos a cada ciclo, e mais, a mulher está livre da influência hormonal dos contraceptivos, que muitas vezes interferem com a libido. Outros alegam baixa eficácia. Outra inverdade. Cremos que muitas destas críticas são por absoluto desconhecimento das bases científicas do Método de Ovulação Billings™, e das sérias pesquisas de efetividade desenvolvidas internacionalmente.  Podemos citar outras críticas, como a de que não protege contra DSTs. O Método incentiva a fidelidade conjugal. Existe maior proteção do que esta?
 ZENIT: É um método eficaz para evitar a gravidez ou para ter mais filhos?
Silvia Paula: Absolutamente eficaz. Trata-se de um método validado por cientistas de renome e aprovado pela Organização Mundial de Saúde. Uma última pesquisa realizada na China (1996/1997) apurou taxa de efetividade comprovada de 0% (zero por cento) gravidezes em casais que aplicavam corretamente as regras e de 0,5% (meio por cento) em casos em que houve algum erro de ensino ou aprendizado equivocado pelos usuários.[ii] Daí a necessidade de buscar informações precisas sobre o método e assistência de um instrutor habilitado.  As taxas de sucesso de gravidezes são igualmente animadoras: Um estudo de 5 anos com casais desejosos de engravidar, mostrou uma taxa de 78% de sucesso. A taxa obtida em casais subférteis foi de 65% e de 66% em mulheres com mais de 38 anos. E em casais que já haviam previamente buscado a fecundação in vitro ou inseminação artificial sem sucesso, a taxa de gravidezes foi de 35%. Tudo isso sem drogas ou aparelhos, de um modo muito fácil de aprender, acessível a qualquer mulher e sem qualquer custo de utilização[iii].
ZENIT: Qual o principal intuito do Congresso a ser realizado dos dias 1 a 4 de maio desse ano? Formar o público geral ou formar instrutores?
Silvia Paula: A cada dois anos a Organização Mundial do Método de Ovulação Billings™ (WOOMB INTERNACIONAL) organiza uma Conferência e Treinamentos, no intuito de reunir as experiências de ensino ao redor do mundo. Há poucos anos, foi fundada a WOOMB LATINO AMERICANA, com o mesmo objetivo em nível continental.. Por iniciativa desta entidade, foi realizado em 2012, no Chile, o I Congresso. Neste ano, aceitamos o desafio de realizar o II Congresso no Brasil, com o objetivo de proporcionar uma cooperação mútua entre as afiliadas da América Latina. Igualmente, queremos sensibilizar o público em geral e os profissionais de saúde quanto à seriedade do nosso trabalho, e o embasamento científico do Método, além de proporcionar aos nossos instrutores um momento único de motivação, de troca de experiências, e, é claro de aperfeiçoamento.  Esperamos iniciar a formação de novos instrutores também.
ZENIT: Por que um sacerdote, bispo, religioso ou religiosa deveriam ter esse conhecimento?
Silvia Paula: O Magistério da Igreja nos ensina que são ilícitos e imorais os métodos contraceptivos (esterilização, pílula, DIU, implantes, camisinha, etc.), mas ensina que: “A continência periódica, os métodos de regulação dos nascimentos baseados na auto-observação e no recurso aos períodos infecundos, são conformes aos critérios objetivos da moralidade.” [iv] Seguindo estes critérios, o Método de Ovulação Billings™ é moralmente aceitável para os casais católicos. Ocorre que o clero e os religiosos devem estar aptos a ajudar o povo de Deus a viver esta dimensão da castidade matrimonial. Há um Documento do Pontifício Conselho Para a Família que nos ajuda a responder esta pergunta, chama-se Vademecum para os Confessores sobre Alguns Temas de Moral Relacionados à Vida Conjugal[v], elaborado em 1980 a pedido do Beato João Paulo II para ajudar os Sacerdotes a orientarem os casais nestes temas. Este documento diz que é necessário voltar a ter presente “pontos firmes” que permitam afrontar de modo pastoralmente adequado as novas modalidades de contracepção. E conhecer, ainda que de forma geral, o Método de Ovulação Billings™, ajuda o Sacerdote a ter “pontos firmes” e científicos para orientar os casais. O mesmo documento ainda diz que: “Diante do problema de uma honesta regulação da natalidade, a comunidade eclesial, no tempo presente, deve assumir como seu dever suscitar convicções e oferecer ajuda concreta a quantos quiserem viver a paternidade e a maternidade de modo verdadeiramente responsável” (51). Aqui vemos dois deveres: “criar convicções” e “oferecer ajuda concreta”. É evidente que sem conhecimento, um Padre não pode cumprir este dever. É certo que muito dificilmente um Sacerdote ou um Bispo se tornará um instrutor, mas sua orientação e apoio é essencial, inclusive na formação de novos núcleos de atendimento em Paróquias ou Centros Pastorais, por exemplo. A Providência Divina tem inspirado muitos Bispos e Sacerdotes a apoiarem nosso trabalho, a quem somos muito gratos, mas ainda não conseguimos estar presentes em todas as Dioceses do Brasil. No mais, embora a maioria dos nossos instrutores sejam leigos, também há muitas religiosas instrutoras e o trabalho delas é reconhecidamente importante.
ZENIT: Podemos dizer que o Método Billings é conhecido no Brasil?
Silvia Paula: Podemos dizer que muita gente acha que conhece o Método de Ovulação Billings™. Há muita confusão.. Ao lado do Método de Ovulação Billings™ existem outros métodos naturais que usam o muco cervical como parâmetro de aferição dos períodos férteis da mulher, mas com eficácia muito variável para o espaçamento da gravidez. Aqui no Brasil, e em outros países da América Latina, há uma tendência de chamar todo e qualquer método que use o muco de “Método Billings”, inclusive no meio médico. Já que a eficácia destes métodos é menor, esta confusão é muito ruim para o Método de Ovulação Billings™. Este possui terminologias, regras e metodologia de ensino próprias, assim como há uma bibliografia e material de ensino oficiais e unificados em todo o mundo. É o correto ensino e a fidelidade às regras que asseguram a eficácia da qual falamos. Como afiliada à WOOMB INTERNACIONAL, a missão da CENPLAFAM – WOOMB BRASIL é dissipar estas dúvidas e ensinar o autêntico Método de Ovulação Billings™, sendo que os nossos instrutores precisam reafiliar-se a cada três anos e assinam um termo de compromisso em salvaguardar o correto ensino. Graças a Deus temos conseguido atingir muitos casais. Algumas famílias já estão na terceira geração de usuários: Avós, filhas e netas compartilham deste conhecimento!
ZENIT: Quais os benefícios que o Método de Ovulação Billings™ traz para os casais?
Silvia Paula: Primeiramente, não possui qualquer tipo de efeito colateral, por não utilizar nenhuma química. É fácil de aprender e de utilizar. Não possui custos, nem implicações culturais ou morais. Mantém intacta a fertilidade do casal e respeita os ritmos naturais femininos. Além de ajudar a espaçar a gravidez, o método ainda ajuda a conseguir a gravidez e é ferramenta eficaz para monitorar a saúde reprodutiva. Mas há um benefício muito mais precioso: o casal ganha em cumplicidade e diálogo, melhorando a relação. Não é à toa que o Dr. Bllings sempre dizia: “Este Método é amor”.
Quem quiser saber mais sobre o Método de Ovulação Billings, pode nos contactar:
CENPLAFAM – WOOMB BRASIL (SEDE NACIONAL)
Av. Bernardino de Campos, 110 cj. 12 – São Paulo/SP – Cep: 04004-040
E-mail: (0xx11) 3889-8800
Website: www.cenplafam.com
Facebook: https://www.facebook.com/pages/CENPLAFAM-WOOMB-Brasil/136030053139242?fref=ts
Twitter: @CENPLAFAMWOOMBBRASIL
[i] http://www.cenplafam.com/portal/irma-martha-silvia-bhering-uma-historia-de-amor/
[ii] http://www.thebillingsovulationmethod.org/how-effective-is-the-billings-ovulation-method%E2%84%A2/effectiveness-in-preventing-pregnancy.html
[iii] http://www.thebillingsovulationmethod.org/how-effective-is-the-billings-ovulation-method%E2%84%A2/success-in-achieving-pregnancy.html
[iv] http://www.vatican.va/archive/cathechism_po/index_new/p3s2cap2_2196-2557_po.html
[v] http://www.vatican.va/roman_curia/pontifical_councils/family/documents/rc_pc_family_doc_12021997_vademecum_po.html

João XXIII e João Paulo II influenciaram profundamente a América Latina



Embaixadores junto à Santa Sé apresentaram as mudanças que esses papas fizeram no Continente da Esperança

Roma,  (Zenit.orgSergio Mora 

Os pontificados de João Paulo II e João XXIII e sua relação com a América Latina, tem sido o tema de um café da manhã – reunião desta terça-feira 15 de abril em Roma. Participaram embaixadores e jornalistas de vários países latino-americanos. Estavam na mesa três embaixadores junto à Santa Sé, o do Brasil,  Fontes Pinto; o do México, M. Palacios; e o de Guatemala, Alfonso Roberto Mata Fahsen. O evento foi organizado pela Fundação de Promoção Social da Cultura (www. Fundacionfpsc.org ), a Agência Mediatrends Prestomedia, um observatório independente que estuda as tendências da informação internacional.
O embaixador do México destacou a mudança nas relações entre a Igreja e o Estado durante o pontificado de João Paulo II e sua viagem ao México, detalhando os precedentes liberais e anti-católicos de governos que desde o início do século XIX produziram uma perseguição à Igreja com a guerra dos cristeros, a proibição da educação religiosa a trabalhadores e camponeses e com um projeto socialista para repartir a terra.
A primeira das cinco viagens de João Paulo II ao México, em janeiro de 1979, causou uma mobilização impressionante, disse. Visitou todas as grandes metrópoles do país e se declarou um fervoroso guadalupano. O embaixador azteca recordou que já em 1992, foram negociadas reformas constitucionais e chegou-se a uma acordo com plenas relações diplomáticas com a Santa Sé e a reforma do status da Igreja particular. Esclareceu, entretanto, que ainda hoje há outras questões em aberto, como o aborto ou uniões de pessoas do mesmo sexo.
Um detalhe interessante que acrescentou é que os 35 milhões de mexicanos que veneraram as relíquias do Papa Polonês, estimularam a visita de Bento XVI. Concluiu afirmando que mantêm João Paulo II fresco na memória, mais do que João XXIII, embora reconhecendo a sua importância. Lembrou também a grande quantidade de processos de canonização de mártires cristeros que foram abertos desde então e que a canonização da madre Maria Guadalupe parece quase uma exceção no santoral do país onde de 8 a cada 10 são homens e mártires.
O embaixador da Guatemala junto à Santa Sé, Alfonso Roberto Mata Fahsen, depois de lembrar que João Paulo II visitou o país em três ocasiões, destacou que a primeira foi em 1983, quando Guatemala estava terminando um conflito armado interno que durou quase 30 anos, com uma ditadura no governo, com uma situação muito difícil. Recordou que o pedido de clemência do Papa evitou a execução de um grupo de guerrilheiros condenados. Sua mensagem era ser portador de paz e de harmonia e não a caso “as negociações começaram poucos anos depois, quase desconhecidas, porque a portas fechadas, às quais participei”, disse.
Em 1996, a segunda visita foi marcada pelo encontro com a juventude, que favoreceu a ideia das jornadas mundiais. E a terceira já com o governo democrático, o Papa realizou a visita ao Santuário de Estipulas, onde depois aconteceram as reuniões de pacificação. E foi embora dizendo: “levo Guatemala no coração”.
O embaixador brasileiro Fontes Pinto, por sua vez, disse que a situação da história da Igreja no Brasil foi o oposto da situação no México, porque em seu país, a Igreja sempre esteve muito próxima do Estado. Percorreu desde o império à independência e posteriormente ao nascimento da república, chegando a João XXIII.
O diplomata lembrou, no início da década de 60, as grandes discussões existentes, com dom Helder Camara, o Vaticano II, a teologia da libertação e as grandes perguntas da população sobre o futuro da Igreja.
Depois com Paulo VI, as discussões sobre a teologia da libertação, mas com João Paulo II também estão as suas viagens: em 1980, 1991 e 1993. A do 80 com mais de 15 dias pelo país. O embaixador concluiu que João Paulo II deixou um sentido de grande unidade e comunhão. E símbolo disso é que uma Igreja composta por homens tão diferentes, hoje tem uma Conferência Episcopal mais unida e que as palavras do Papa polonês aos bispos brasileiros ainda são um ponto de união entre eles.
Vários embaixadores presentes indicaram a relação desses dois papas com os seus respectivos países, o da Argentina, Juan Pablo Cafiero recordou a paz alcançada por João Paulo II quando os militares de ambos os países no poder queriam fazer uma guerra por questões fronteiriças, mudando a história da América do Sul. O do Peru, Juan Carlos Gamarra Skeels, da grande recepção dada ao Santo Padre e do fervor despertado na população.
O embaixador na Venezuela, Germán José Mundarain Hernández, destacou o papel de João XXIII com o tema das encíclicas, e que a visita de João Paulo II foi muito marcada pelo tema musical e uma visita que foi uma contribuição muito grande à calma e reconciliação, disse.
O embaixador do Uruguai junto à Santa Sé, Daniel Ramada Pendibene no entanto, indicou que a figura de João XXIII, em um país marcado pelo laicismo como o seu, ocasionou uma mudança mais profunda do que a de João Paulo II do qual, entretanto, a memória é mais viva porque mais recente, devido às suas encíclicas e aos ensinamentos do Concílio Vaticano II, que tirou a Igreja do centro e a colocou como servidora dando-lhe assim o devido protagonismo.
Os embaixadores de Honduras, Carlos Ávila Molina, e de Costa Rica, Fernando Sánchez Campos, recordaram o papel de João Paulo II no contexto dos anos 80 na América Central. E o embaixador da Costa Rica acrescentou que o Papa convidou-os para sair da sua posição isolada a fim de interessar-se como mediador de paz dos outros países da região.