Caros diocesanos. Estamos diante da 23ª Romaria Diocesana, que será realizada no dia 23 de novembro, com o lema: “Com Maria caminhamos na estrada de Jesus”.
A história do cristianismo sempre contou com a presença de Maria Santíssima, a Mãe de Jesus e da Igreja, com um sem-número de nomes e manifestações. O Documento de Aparecida afirma: “Com alegria constatamos que ela tem feito parte do caminhar de cada um de nossos povos, entrando profundamente no tecido de sua história e acolhendo as ações mais nobres e significativas de sua gente” (DAp 269). Isso nós confirmamos na história de nosso País e, especificamente, na Fronteira Oeste de nosso Estado, com a manifestação de Nossa Mãe Conquistadora. Sempre é bom recordarmos sua origem, sua história, sobretudo, na época das romarias. Aliás, estamos numa fase de incentivarmos a devoção a Nossa Senhora Conquistadora, padroeira da diocese. Certamente, os diocesanos dedicam à Mãe Conquistadora sua devoção mariana primordial, uma vez que ela surgiu em nossa região, junto com os Mártires das Missões. Assim como outrora conquistou os nativos desta terra para o cristianismo, ela continua a conquistar hoje também os nossos corações para Jesus. E como gesto concreto nós queremos edificar uma Capela, em sua homenagem, no terreno do santuário. Participe da campanha da estampa de Nossa Senhora Conquistadora! Veja em sua Paróquia!
Eis um breve histórico de Nossa Senhora Conquistadora!
Nossa Senhora foi companheira inseparável de Pe. Roque Gonzáles. Ele, junto com o Pe. Afonso Rodrigues e Pe. João de Castilhos, foi missionário jesuíta que ensinou o Evangelho aos índios do Rio Grande do Sul, região inicialmente chamada Tupanciretã, que significa “Terra da Mãe de Deus”. A partir de 1626, fundou algumas Reduções que não prosperaram (1ª fase do Tape). Entrando de barco pelo nosso rio Ibicuí, até cinqüenta léguas acima de sua foz. Em 1682, ocorreu a fundação dos Sete Povos das Missões, dos quais São Borja foi o primeiro (2ª fase do Tape).
A imagem da Imaculada Conceição que acompanhava os missionários passou a chamar-se de “Conquistadora” pelo seguinte fato: no início de 1614, Pe. Diogo Torres visitou a célebre e próspera Redução de Santo Inácio Guassu (na atual Argentina). Este trazia consigo um quadro da Mãe de Deus, pintado, em 1613, pelo Irmão jesuíta Bernardo Rodrigues, contemporâneo do Pe. Roque Gonzáles. A imagem foi recepcionada solenemente, com músicas, danças e orações. Na entrega da imagem, o Provincial Torres disse aos índios que colocassem nela toda confiança; que grandes benefícios haveriam de alcançar de Deus, pela intercessão de Maria. Na ocasião, estavam também dois caciques de outras aldeias, ainda contrários à fé católica. Pe. Diego os convidou à conversão, mas recusaram. Os índios já cristãos recomendaram o caso a Nossa Senhora e, dia após, ambos apareceram, trazendo consigo um terceiro cacique. Além desse fato, contam que o Pe. Roque Gonzáles, quando ia em missão, carregava consigo o quadro de Nossa Senhora da Conceição e dizia: “Ela é a nossa Conquistadora! Ela nos ajudará a evangelizar e a conquistar os índios!”. E assim, ela passou a ser chamada e invocada por todos como Nossa Senhora Conquistadora.
Aos 15 de novembro de 1628, Pe. Roque Gonzáles e Pe. Afonso Rodrigues foram mortos por outros índios, que não aderiram à fé católica. Após o martírio dos missionários, a estampa da Conquistadora foi rasgada e lançada às chamas. Isso ocorreu em Caaró, município de Caibaté/RS. Dia 17, foi morto também Pe. João de Castilhos. Aos 07/06/1957, o Papa Pio XII declarou Nossa Senhora Conquistadora como Padroeira da Diocese de Uruguaiana, juntamente com São Miguel Arcanjo. Sua festa é celebrada dia 15 de novembro.
Dom Aloísio A. Dilli – Bispo de Uruguaiana
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