Entrevista com Floribeth Mora, a costarriquenha que foi curada milagrosamente de um aneurisma cerebral, quando lhe restava só um mês de vida
Roma, (Zenit.org) Sergio Mora
A senhora costarriquenha Floribeth Mora, que foi curada de forma inexplicável de um aneurisma cerebral, por intercessão de João Paulo II, veio à Roma para a canonização do Papa polonês. A surpresa que teve quando lhe disseram que tinha só mais um mês de vida, o medo, o assombro dos médicos ao ver os exames posteriores ao momento do milagre, a voz que escutou e a segurança de que era a de João Paulo II.
ZENIT esteve com ela hoje, que contou vários detalhes para os nossos leitores***
ZENIT: O que aconteceu quando disseram que você tinha um aneurisma cerebral e que não havia saída?
- Floribeth Mora: Quando recebi o diagnóstico fiquei surpresa porque ninguém espera isso, pois se considera uma pessoa saudável. Fui ao hospital várias vezes para ter meus cinco filhos. O pior foi dias depois quando me disseram que me restava somente um mês de vida, esse foi o pior momento.
ZENIT: E, então, os médicos disseram pra você ir para casa?
- Floribeth Mora: Sim, foi incrível, eu nunca esperei receber uma notícia tão forte, no entanto, estava segurando firme nas mãos de Deus, pedindo a intercessão de João Paulo II. E quando se aproximava o momento pedia a Deus para me dar força, porque tinha medo, mas que Deus realizasse a sua vontade e não a minha, porque a sua é a que deve prevalecer em tudo.
ZENIT: Houve algum momento determinado em que você pediu a intercessão do Papa?
- Floribeth Mora: Ainda não tinha sido beatificado, embora sempre pensei que João Paulo II fosse um santo, não somente agora que vão canoniza-lo, já estando em vida o considerava um santo, desde sempre, uma pessoa tão especial.
ZENIT: Como foi que você se deu conta do milagre?
- Floribeth Mora: Quando ouvi uma voz no meu quarto que me disse “levante-se” e pela segunda vez, “levante-se e não tenhas medo”. Havia ali uma revista que na capa trazia a foto de João Paulo II e vi as mãos do Papa sobressair, então me levantei da cama e sabendo que estava curada. E desde aquele dia estou de pé para a glória de Deus.
ZENIT: Quantos exames fizeram em você antes? Consultaram em outros países?
- Floribeth Mora: Em outros países não podíamos consultar porque não tinha os meios econômicos para isso. Porém, fui vista por vários médicos neurólogos de Costa Rica. Primeiro me fizeram um TAC, depois a ressonância magnética e depois a artereografía.
ZENIT: O aneurisma foi visto na artereografia ou em outros exames?
- Floribeth Mora: Em todos os exames o aneurisma aparecia. De minha parte estava certa da minha cura imediata, embora não tivesse os meios econômicos para comprovar o que estava dizendo. Só foi visto seis meses depois quando me fizeram uma ressonância magnética. Lembro e tenho muito clara em minha mente a cara de susto do médico, correndo de um lado para outro para ver se eram os exames certos. Não entendia esses últimos exames, correu para os arquivos, porque disse que uma mulher que teve o impacto cerebral como o que eu tinha sofrido não podia estar assim bem. Eu lhe disse: ‘sei que estou curada’ pela intercessão de João Paulo II, estou curada. Então, para mim, eram importantes os exames médicos porque eram uma prova do que dizia, e não apenas minhas palavras.
ZENIT: E depois?
- Floribeth Mora: Depois fui analisada por vários neurólogos de Costa Rica e também do setor privado. E sempre se surpreendiam. Eu ria muito quando me diziam: ‘Mulher e quem foi que te disse que tinha um aneurisma?’. E depois aqui em Roma estive internada em outubro de 2012 no policlínico Gemelli onde fui analisada por vários médicos neurólogos, e me fizeram vários exames: ressonância magnética, arteriografia e outros.
ZENIT: E ficou alguma cicatriz ou algum traço?
- Floribeth Mora: Isso é o mais importante , não há nada nos exames que indique que em algum momento sofri um aneurisma, e nem sequer uma sequela na minha parte física que indique que sofri um dano ou uma paraplegia do meu lado esquerdo.
ZENIT: Por que se confiou a João Paulo II e não a outros santos?
- Floribeth Mora: Sempre admirei o padre Pio e creio na sua intercessão, mas com João Paulo II foi diferente, era o primeiro papa que chegou em Costa Rica e chocou a todos nós. Nesse momento eu era jovem e tinha 19 anos. O vi quando passou pela avenida segunda e depois pude participar de uma missa que o Papa celebrou na La Sabana, onde havia muitos jovens. E, embora o visse de longe, não precisei mais que isso para entender quem fosse.
ZENIT: Quando ouviu essa voz interior, em que idioma a ouviu?
- Floribeth Mora: Em espanhol, era a sua voz forte, sem dúvida, não posso duvidar do que eu ouvi, estou muito certa disso.
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