quinta-feira, 18 de julho de 2013

Nossa Senhora Conquistadora



Foi o Padre Roque Gonzáles, um missionário jesuíta, que pela primeira vez se referiu a Nossa Senhora, a Mãe de Deus, como Conquistadora.
Aconteceu que Roque Gonzáles, em 1614, recebeu de presente do Superior Provincial da Companhia de Jesus, o Padre Diogo de Torres,  por ocasião de sua visita a redução Santo Inácio Guaçu, um quadro pintado pelo Irmão Bernardo Rodrigues, SI, representando a Imaculada Conceição.
O povo da redução  recebeu com muita alegria e entusiasmo a Mãe do Céu e da Terra, foram muitas as manifestações de acolhidas. Foram danças religiosas, cantos e procissão. A imagem foi carregada por quatro caciques.
Mas dois morubixas vizinhos estavam observando toda a festa feita à Nossa Senhora. O Padre Diogo, vendo-os, tomou a iniciativa de os convidar para fazer a catequese, para tornarem-se cristãos, mas eles recusaram e fugiram.
 O povo da redução sabendo do fato colocou-se em oração e vigília diante do quadro da Mãe para pedir pela conversão dos dois caciques. E no dia seguinte os dois retornaram na companhia de mais um, com a intenção de assumir eles com suas tribos a fé cristã.
Diante deste fato o Padre Roque voltou-se para a imagem e com muito entusiasmo a chamou de CONQUISTADORA.  Pois ela havia feito uma conquista espiritual daqueles corações.
 Depois disso, aquela imagem pintada foi assim chamada, e o Padre Roque e seus companheiros sempre levavam consigo, aonde fossem a Imagem da Conquistadora.
Foi em 1626 que o Padre Roque Gonzáles e seus companheiros Padres Afonso Rodrigues e João Del Castilhos chegaram a essa região, hoje Diocese de Uruguaiana, entrando na região pelo rio Ibicui com o firme propósito de aumentar o numero de reduções do sul.  As Missões Jesuíticas, especificamente a Missão de Yapeju que tinha um território que abrangia Alegrete, Uruguaiana, Itaqui e Quarai. Estabeleceu aqui um trabalho muito intenso com os índios, sempre com a proteção da Nossa Senhora Conquistadora, fazendo com que os índios se afeiçoassem à Mãe com um carinho filial.
Os Guaranis passaram a chamar o lugar que viviam de Tupanciretã que significa: Terra da Mãe de Deus.
Tupan – Deus
Ci – Mãe
Retã – terra.
 Os  três padres missionários tornaram-se mártires das Missões. O quadro com a pintura da Nossa Senhora Conquistadora, por ocasião do martírio, foi rasgado. Passaram anos e séculos, mas luz não se apagou. Nossa Senhora Conquistadora continua a conquistar os corações, e João Paulo II disse: “ cristão que não é mariano não é bom cristão.’
 A devoção a Nossa Senhora Conquistadora continua forte, em toda região da campanha e oeste do Rio Grande do Sul, e principalmente na Diocese de Uruguaiana, onde ela é a Padroeira da Diocese. A Romaria Diocesana de Nossa Senhora Conquistadora é uma marca da fé do povo por essa Mãe tão cativante.
 Assim continua a dar frutos na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul a devoção plantada por Roque Gonzáles à Mãe Conquistadora.
OBS: A Virgem dos Milagres, Padroeira do Paraguai, por sua semelhança na origem é muitas vezes confundida com a Nossa Senhora Conquistadora, pois ambas são Imaculada Conceição e tem histórias de conversão dos índios.
                                         Maria Ronety Canibal
Fontes:
Roque Gonzáles e Companheiros – Pe. Roque Scheneider
Ano dos Mártires das Missões – Arthur Rabuske
Jornal Expresso Minuano nº 343
Internet



Nenhum comentário:

Postar um comentário