Formação Espiritual da criança: Quem é o responsável?
Coluna de orientação catequética aos cuidados de
Rachel Lemos Abdalla
Por Rachel Lemos Abdalla
CAMPINAS, 12 de Julho de 2013 (Zenit.org) - O Catecismo da Igreja Católica afirma que
os pais são os primeiros responsáveis pela educação de seus filhos (2222). Mas,
qual é a melhor forma de orientá-los? Sendo exemplo dando testemunho ao formar
um lar onde a ternura, o perdão, o respeito, a fidelidade e o serviço
desinteressado são as regras que permeiam o dia a dia do casal.
Respeitar os filhos é a única forma de eles aprenderem a respeitar os pais, e
isso não quer dizer que o respeito dos pais para com os filhos irá prejudicar ou
diminuir a autoridade que têm sobre eles, pelo contrário. Aliás, os pais nunca
devem se esquecer de que, por mais difícil que seja a educação, a formação e a
criação dos filhos, eles nunca perdem a autoridade que lhes é concedida por Deus
e que deve ser usada como uma ferramenta do amor que se coloca à frente, como um
escudo, como uma proteção junto aos filhos.
Alguns pais dizem que não têm autoridade sobre seus filhos, mas de fato, o
que acontece é que eles não estão sabendo usar desta autoridade, que é muito
diferente de autoritarismo.
Maria, nas Bodas de Caná, mesmo sem a
concordância de Jesus, ao ordenar aos serviçais, "Façam o que ele mandar" (Jo
2,5), ela está agindo com autoridade sobre o Seu filho, o Filho de Deus! E isso
não é um desrespeito para com Ele, ou uma falta, ao contrário, mesmo se
referindo ao próprio Deus, Ela age, naquele momento, com a autoridade que lhe
foi concedida, por ser Mãe. E isto se confirma no respeito e na obediência de
Jesus à ordem dada por Ela com autoridade que Ele reconhece e acata.
Outras ferramentas que podem e devem ser usadas na formação espiritual são a
afetividade, o amor, a verdade, o estímulo, a confiança, a sabedoria. E todas
elas se encontram na Palavra de Deus como fonte e modelo de atitudes e valores
cristãos que devem ser usados no dia a dia, no mais íntimo da relação com os
filhos desde bem pequeninos.
Falar a verdade sempre é uma questão ética e moral, "por isso, renunciai à
mentira. Fale, cada um, a verdade a seu próximo (Ef 4,25)."
Na fase de
crescimento, a dedicação dos pais deve ser mais intensa, pois as crianças
necessitam não só fisicamente como também emocionalmente de seus genitores,
aqueles que mais os amam, para seu sadio desenvolvimento e crescimento. É o
momento onde o amor começa a ser compreendido, aceito, acatado e reproduzido no
coração e no entendimento da criança. Ela precisa ser amada para aprender a
amar, pois é no amor que se encontra o maior fundamento da existência
humana!
Muitos pais, infelizmente, não se encontram mais em união conjugal, mas isso
não diminui a responsabilidade ou a essência do 'ser' pai ou mãe. A primícia de
uma relação entre pais e filhos é e sempre será o amor paternal e maternal, e
isso ninguém pode tirar de um ou de outro. Portanto, são eles, os pais, os
primeiros responsáveis pela educação religiosa e formação espiritual de seus
filhos, inclusive para que, na idade adequada sejam encaminhados à Igreja para
se prepararem para receber os Sacramentos, sinal sensível, visível e perceptível
da presença de Cristo invisível, presente na vida de cada cristão.
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