domingo, 14 de julho de 2013

Formação Espiritual da criança: Quem é o responsável?

Coluna de orientação catequética aos cuidados de Rachel Lemos Abdalla
Por Rachel Lemos Abdalla

CAMPINAS, 12 de Julho de 2013 (Zenit.org) - O Catecismo da Igreja Católica afirma que os pais são os primeiros responsáveis pela educação de seus filhos (2222). Mas, qual é a melhor forma de orientá-los? Sendo exemplo dando testemunho ao formar um lar onde a ternura, o perdão, o respeito, a fidelidade e o serviço desinteressado são as regras que permeiam o dia a dia do casal.
Respeitar os filhos é a única forma de eles aprenderem a respeitar os pais, e isso não quer dizer que o respeito dos pais para com os filhos irá prejudicar ou diminuir a autoridade que têm sobre eles, pelo contrário. Aliás, os pais nunca devem se esquecer de que, por mais difícil que seja a educação, a formação e a criação dos filhos, eles nunca perdem a autoridade que lhes é concedida por Deus e que deve ser usada como uma ferramenta do amor que se coloca à frente, como um escudo, como uma proteção junto aos filhos.
Alguns pais dizem que não têm autoridade sobre seus filhos, mas de fato, o que acontece é que eles não estão sabendo usar desta autoridade, que é muito diferente de autoritarismo.
Maria, nas Bodas de Caná, mesmo sem a concordância de Jesus, ao ordenar aos serviçais, "Façam o que ele mandar" (Jo 2,5), ela está agindo com autoridade sobre o Seu filho, o Filho de Deus! E isso não é um desrespeito para com Ele, ou uma falta, ao contrário, mesmo se referindo ao próprio Deus, Ela age, naquele momento, com a autoridade que lhe foi concedida, por ser Mãe. E isto se confirma no respeito e na obediência de Jesus à ordem dada por Ela com autoridade que Ele reconhece e acata.
Outras ferramentas que podem e devem ser usadas na formação espiritual são a afetividade, o amor, a verdade, o estímulo, a confiança, a sabedoria. E todas elas se encontram na Palavra de Deus como fonte e modelo de atitudes e valores cristãos que devem ser usados no dia a dia, no mais íntimo da relação com os filhos desde bem pequeninos.
Falar a verdade sempre é uma questão ética e moral, "por isso, renunciai à mentira. Fale, cada um, a verdade a seu próximo (Ef 4,25)."
Na fase de crescimento, a dedicação dos pais deve ser mais intensa, pois as crianças necessitam não só fisicamente como também emocionalmente de seus genitores, aqueles que mais os amam, para seu sadio desenvolvimento e crescimento. É o momento onde o amor começa a ser compreendido, aceito, acatado e reproduzido no coração e no entendimento da criança. Ela precisa ser amada para aprender a amar, pois é no amor que se encontra o maior fundamento da existência humana!
Muitos pais, infelizmente, não se encontram mais em união conjugal, mas isso não diminui a responsabilidade ou a essência do 'ser' pai ou mãe. A primícia de uma relação entre pais e filhos é e sempre será o amor paternal e maternal, e isso ninguém pode tirar de um ou de outro. Portanto, são eles, os pais, os primeiros responsáveis pela educação religiosa e formação espiritual de seus filhos, inclusive para que, na idade adequada sejam encaminhados à Igreja para se prepararem para receber os Sacramentos, sinal sensível, visível e perceptível da presença de Cristo invisível, presente na vida de cada cristão.

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