domingo, 14 de julho de 2013

A FAMÍLIA E A ORAÇÃO DO PAI NOSSO

             Desde os primórdios do mundo, o ser humano sempre procurou aproximar-se e comunicar-se com Deus, por meio da oração. A oração cristã é a forma de comunicação com o Pai. E é através da oração que podemos elevar a nossa alma até Ele.
            A oração é um desejo interior. “Pois a oração é um impulso do coração, é um simples olhar lançado ao céu, um grito de reconhecimento e amor no meio da provação ou em meio a alegria.”CIC 2558.
              Sempre que oramos e seja através de gestos, cantos ou palavras, o nosso corpo inteiro fica em oração. Mas a oração parte  do fundo de nossa alma. É o nosso coração que reza.
              Se o nosso coração não está em Deus, se está longe de Deus, a oração é vã. São apenas palavras que não chegam até Deus.
             Pois, “ O coração é casa em que estou, onde moro. Ele é o nosso centro escondido, inatingível pela razão e por outra pessoa; só o Espírito de Deus pode sondá-lo e conhecê-lo. Ele é o lugar da decisão, no mais profundo de nossas tendências psíquicas. É o lugar da verdade, onde escolhemos a vida ou a morte.”CIC 2563  Assim vemos que o coração é o nosso ponto de encontro com Deus.
               A iniciativa de comunicação sempre parte de Deus, Ele nos chama, assim como chamava  Abraão ( Gn 12,4) A escuta do coração  ao chamado de Deus é essencial para acontecer a comunicação, entre Deus e eu.
               Portanto a oração cristã é ação de Deus e do homem, brota do Espírito e de nós, é dirigida ao Pai, em união com Jesus Cristo.
               A Bíblia nos relata que Jesus em varias ocasiões se retirou para orar. Comunicava-se com o Pai através da oração, nos ensinou a rezar, nos ensinou a oração do Pai Nosso. Lc 11, 1-13.
              A oração precisa ser vivida a partir do nosso coração, para ser vivida em nossa vida , em nossa realidade.
             Vivemos em um mundo competitivo, individualista, consumista e personalista. Criamos os nossos filhos para o mundo. Criamos nossos filhos para esse  mundo desleal e desonesto. O que ensinamos em casa? Qual o nosso exemplo de vida? O que esperamos deles? Qual proposta de vida que apresentamos a eles? Uma vida de sucesso ou uma vida de felicidade? Queremos os dois sucesso e felicidade, será que é possível?
             Na verdade, queremos que nossos filhos tenham sucesso na vida, e por isso queremos e cobramos sempre a vitória, não nos contentamos com o segundo lugar. E dessa maneira damos a idéia de que é preciso alcançar de qualquer maneira o primeiro lugar. E muitas vezes não nos importamos com os meios de chegar, o importante é chegar. O importante é vencer, ter sucesso. Até sabemos que nosso filho cola nas prova da escola, bem... Mas depois vem uma nota boa e ele passa de ano. Cuidado!!!
            Também queremos que nossos filhos sejam felizes, que  devem     divertir-se, buscar o prazer,   e assim saem para dançar, beber, transar...Correm de moto, ou automóvel, a velocidade faz parte...Enfim, devem aproveitar a juventude.   Pensamos que isso é felicidade. Será que não é mera ilusão?
           Por causa dessa ilusão quantos jovens morrem precocemente de acidente, contraem doenças, caem nos vícios, se desiludem, perdem o rumo.
           Mas como encontrar a felicidade em  um mundo onde as pessoas estão corrompidas pelo poder, um mundo de disputas, guerras, violência,  de desigualdade social grave? Como poderemos ser felizes com esse pano de fundo? Hoje, a felicidade nos parece algo distante, difícil de atingir, mas por que? Se Deus nos criou para sermos felizes!
            A sociedade atual  vive a inversão dos valores, não está mais alicerçada nos valores éticos e morais cristãos. “ A inversão dos meios e dos fins  que acaba por conferir valor de fim àquilo que não passa de meio para consegui-lo, ou por considerar as pessoas como meros meios em vista de um fim, produz estruturas injustas que tornam árdua e praticamente impossível uma conduta cristã conforme os mandamentos do Divino Legislador.” CIC 1887.
             Por isso é necessária uma conversão interior, é preciso resgatar os princípios cristãos na família. Buscar uma mudança pessoal, para levar a uma mudança na família e conseqüentemente na sociedade. Criar nossos filhos próximos de Deus. Colocar o amor à Deus como objetivo principal em nossa vida.
              A oração do Pai Nosso é o caminho que nos leva a uma reflexão mais profunda sobre a nossa vida, o nosso sentir, o nosso pensar, o nosso agir. “ Pois é a mais perfeita das orações...Nela não só pedimos tudo quanto podemos desejar corretamente, mas ainda segundo a ordem em que convém desejá-lo. De modo que esta oração não só nos ensina a pedir, mas ordena também todos os nossos afetos.”CIC 2541.
            A oração nos remete a vida de irmãos, se o Pai é nosso, é porque somos todos irmãos, e na verdade, o somos, pois  a partir do nosso batismo nos tornamos filhos de Deus, e por isso somos irmãos na fé. Vivemos em sociedade e devemos viver o principio do amor. O amor ao próximo. Ter o coração aberto para o outro, sempre pronto a ajudar, a perdoar...A oração também nos ensina que o perdão é fundamental, que precisamos perdoar para ser perdoado. A pessoa humana deve ser sempre o principio, sujeito e fim de todas as instituições sociais, principalmente na família.
            Quando chamamos a Deus de nosso Pai, precisamos lembrar de que devemos comportar-nos como filhos de Deus. Mas se conservamos um coração cruel e desumano, e egoísta voltado para o ter, o poder e o prazer, não nos comportamos como filhos de Deus.
            Devemos entender que o mundo, as riquezas, o prazer nos afastam de Deus, e só encontraremos  Deus, quando nos esforçarmos para descobrir a beleza de uma vida simples, despojada, numa autêntica procura de Deus, e só ai encontraremos a verdadeira vida, a verdadeira felicidade.
             Encontramos nessa oração o resumo do Evangelho, ai Jesus nos ensina uma vida nova por suas palavras, nos ensina a pedi-las pela oração, pois da retidão de nossa oração dependerá a retidão de nossa vida em Cristo.
             Rezar ao Pai Nosso deve desenvolver em nós a vontade de nos assemelhar a ele,  ao seu amor e bondade, ter o coração humilde e confiante, que nos conduz a comunhão com a Santíssima Trindade a aos irmãos.
                             Maria Ronety Canibal



Nenhum comentário:

Postar um comentário