Os erros do relativismo e do pragmatismo
Por John Flynn, LC
ROMA, 24 de Junho de 2014 (Zenit.org) -
Algumas leis são justas, outras não. Como
é possível determinar a diferença? Em seu último livro, Sheila Liaugminas
descreve os princípios que devem guiar-nos.
A jornalista de Chicago tem muitos anos de experiência, não só na imprensa,
mas também na TV e no rádio. No livro Non-Negotiable: Essential Principles
of a Just Society and Humane Culture publicado pela Ignatius Press (Não
negociáveis: os princípios essenciais de uma sociedade justa e de uma cultura
humana), Sheila Liaugminas começa, observando que a humanidade está perdendo a
capacidade de pensar e raciocinar.
A erosão de uma base cristã comum a todos para a ética dificulta a manutenção
dos ideais da democracia moderna. Ideais que, de acordo com a jornalista, são
fundadas em princípios cristãos.
No entanto, Sheila Liaugminas afirma que "algumas verdades são tão
fundamentais para a nossa vida e para o nosso aperfeiçoamento, que simplesmente
não estão abertas para debate ou atenuações: Estas verdades não são
negociáveis."
Os capítulos do livro giram em torno do tema da dignidade humana e da
importância de questões como o direito à vida, a eutanásia, a clonagem, a
liberdade religiosa e de consciência.
Sheila Liaugminas começa sua análise sobre essas questões, observando que
vários documentos fazem referência aos direitos fundamentais. A declaração de
independência americana inclui frases como "as leis da natureza e do Deus da
natureza."
Além disso, a Declaração Universal dos Direitos Humanos das Nações Unidas, no
seu preâmbulo contém uma referência a "dignidade inerente a todos os membros da
família humana e de seus direitos, iguais e inalienáveis."
Além disso, Sheila Liaugminas acrescenta que tanto os Estados Unidos como as
Nações Unidas adotam políticas que contradizem as afirmações de suas respectivas
declarações.
Segundo a jornalista isso aconteceu por causa do triunfo de uma perspectiva
da pessoa baseado no relativismo e no utilitarismo. Liaugminas lamenta que
muitas vezes a mudança atual na ideologia cultural prevaleça sobre os
ensinamentos da Igreja.
Citando um comunicado emitido pelos bispos dos Estados Unidos, a jornalista
nos alerta que "mudamos muito pela nossa cultura e não mudamos a cultura o
suficiente."
Sheila Liaugminas acredita que a confusão moral, gerada quando perdemos de
vista os princípios que devem reger a sociedade, estão ameaçando a liberdade e a
justiça.
A jornalista aprofunda esse aspecto, dizendo que "não podemos afirmar que
somos católicos e, ao mesmo tempo, contradizer publicamente, negar ou trair os
ensinamentos da fé." Além disso, a visão de que somos guiados por nossa
consciência quando negamos estas verdades, não deveria ser usado como uma
desculpa para justificar decisões que são irracionais ou imorais.”
Segundo a jornalista, uma postura do tipo: "Eu, pessoalmente, sou contra, mas
..." é pura desonestidade intelectual. Liaugminas acrescenta ainda que as leis
que permitem o aborto e a eutanásia são gravemente imoral e não devem ser
aceitas.
Em seu livro, a jornalista compara o aborto à escravidão, explicando que
Abraham Lincoln, que lutou muito para acabar com a escravidão, não poderia
imaginar que uma futura decisão do Supremo Tribunal dos EUA teria sido capaz de
deixar toda uma classe de seres humanos não dignos de proteção
constitucional.
A jornalista acrescenta à esse exemplo a sua convicção de que toda pessoa
inocente tem direito à vida, que nenhum ser humano e nenhum governo tem o
direito de tirar.
Nas últimas páginas sobre os temas da vida, Liaugminas comenta que o suicídio
assistido e a eutanásia tornaram-se questões que afetam os direitos. A
jornalista cita um ensinamento católico que para demonstrar a necessidade de
defender a dignidade humana, oferece apoio aos doentes e idosos, em vez de
facilitar a sua morte.
A autora também adverte que a falsa promessa do movimento que quer dar o
"direito de morrer" é um conceito radical da autonomia de uma pessoa, que, no
entanto, ignora a dignidade da vida humana. E em nenhum momento uma pessoa tem
que perder ou diminuir sua dignidade inata e o seu valor.
Segundo a jornalista, todo mundo tem direito ao ordinário e proporcionado
meio de preservação da vida e aqueles que estão envolvidos com o cuidado de um
paciente são obrigados a administrar esses meios fundamentais para apoiar a
vida.
"Acelerar o fim de uma vida humana não é compaixão, mas crueldade", diz a
jornalista norte-americana.
Sobre outro assunto sujeito a muito debate - o casamento - Liaugminas aborda
a questão apontando a importância do papel da família na sociedade e na
economia.
Para a jornalista redefinir o matrimônio para permitir uma extensão para
casais do mesmo sexo não é uma questão de "igualdade". A natureza do matrimônio
como uma união entre homem e mulher vem antes do Estado ou da Igreja. Portanto,
a definição de matrimônio não tem um aspecto religioso, mas é fundado sobre a
natureza humana.
A jornalista norte-americana explica que "aqueles que afirmam que o propósito
do casamento é apenas a satisfação emocional do casal estão equivocados a
propósito do matrimônio."
Liaugminas também dá espaço para uma consideração sobre a liberdade de
religião e de consciência. Uma grande parte do capítulo é a descrição do
conflito inerente na regulamentação emitida pelo Departamento de Saúde e
Serviços Humanos dos Estados Unidos.
"Ninguém tem o direito - escreve a jornalista - de forçar outra pessoa a
violar sua consciência." Assim como a Constituição dos EUA, que garante não só a
liberdade de religião, mas também a liberdade de religião.
A autora conclui o livro, exortando as pessoas a lutar para proteger o que é
inegociável e lutar por uma sociedade justa para todos.
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