Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)
Neste
domingo celebramos a Festa da Exaltação da Santa Cruz. Muito embora na
cerimônia da Sexta Feira Santa já reverenciamos o Lenho Sagrado, por
estarmos em dia de penitência e recolhimento não podemos transbordar de
alegria e gratidão venerando ao que foi instrumento e trono da Redenção.
A origem desta celebração remonta ao
fato do Imperador Heráclio ter recuperado a famosa relíquia descoberta
por Santa Helena, que tinha sido seqüestrada pelos medos. Tal monarca
quis homenagear esta vitória com um desfile triunfal em Jerusalém, que
foi bem sucedido até que o Imperador que estava levando a relíquia em
suas mãos, sentiu um peso descomunal que o impedia de continuar. Veio o
Patriarca da cidade e lhe disse que se despojasse de suas insígnias e
vestes reais e ficasse apenas com uma túnica e descalço, pois devia
imitar a Jesus o servo sofredor, que só levava uma coroa de espinhos e a
Cruz como trono da sua realeza ao serviço da salvação da humanidade;
desta maneira conseguiu continuar o trajeto.
Os cristãos que pretendem ser fieis
seguidores de Cristo também devem se converter a humildade, esvaziamento
e abandono da Cruz para servir a Deus e aos irmãos. Nos últimos tempos
tem entrado na nossa mentalidade o mundanismo espiritual ao dizer do
Papa Francisco, um cristianismo light, sem Cruz nem conversão, de
momentos e emoções, de prodígios e sinais externos, com pouca ética e
muita estética, com marketing de impacto, mas escasso ou nenhum
compromisso com os pobres. A Cruz sempre será a maior prova de amor, o
teste da fidelidade suprema, da esperança que não decepciona e da
certeza da vitória da Páscoa.
É preciso vivê-la e anunciá-la como o
caminho real, que conduz a maturidade do amor, ao fortalecimento da fée a
esperança que salva, como o Livro da Sabedoria que ensina o valor e o
preço da nossa Redenção. Como afirmava um grande santo contemporâneo:
nula dia E sine crucem, nenhum dia sem Cruz, pois ela nos faz crescer no
amor solidário, na renúncia, e na justiça maior do Reino.
A Cruz de Cristo não produz vitimas mas
santos, formando verdadeiros discípulos missionários que se entregam
totalmente a sublime tarefa de salvar almas e instaurar o Reino da paz,
justiça, graça e amor. Bendita e Louvada seja nesta terra a Santa Cruz.
Louvado seja Deus!
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