Ao canonizar João XXIII e João Paulo II, e ao beatificar Paulo VI,
Francisco homologou o concílio
Por Edson Sampel
SãO PAULO, 10 de Novembro de 2014 (Zenit.org) -
Quem, por infelicidade, não
aceita o Concílio Vaticano II geralmente não leu direito os documentos emanados
da referida assembleia e se ateve a um vago “espírito do concílio”. Os
tradicionalistas permanecem ancorados no passado e não conseguem dar um passo à
frente. De outra banda, encontram-se os progressistas, os
quais também não leram profundamente os textos conciliares e,
igualmente embasados nesse fluido “espírito do concílio”, forjaram teologias da
libertação de viés marxista. Asseveram que o Concílio Vaticano II propiciou o
surgimento de uma “nova Igreja”. Em suma, os tradicionalistas e os
progressistas de variegados matizes creem numa “ruptura” eclesial. Os primeiros
advogam que a ruptura ou cisão constituiu algo catastrófico; os segundos postulam
que com a ruptura se deu uma coisa ótima, um “novo pentecostes”.
O vigário de Cristo acaba de homologar o Concílio Vaticano II! Com
efeito, sua santidade canonizou o papa que deflagrou o concílio, são João XXIII
e o papa que executou o concílio, são João Paulo II. Só faltava mesmo o papa
que coordenou os trabalhos do Concílio Vaticano II, declarado beato em outubro,
Paulo VI (Reflexões de um
Católico, Edson Luiz Sampel).
Na esteira do ensinamento de Bento XVI, corroborado por Francisco,
a hermenêutica ou a interpretação do concílio deve ser na linha da reforma ou
da continuidade, ou seja, temos de levar em conta os textos do Concílio
Vaticano II e não qualquer espírito ideológico. Quem lê, com olhos de ver, as
constituições, os decretos e as declarações conciliares logo verifica que o
Concílio Vaticano II não causou nenhuma ruptura, muito pelo contrário, ele está
em plena sintonia com os outros 20 concílios ecumênicos. Além disso,
percebe-se que o Concílio Vaticano II deve ser interpretado em estreito liame
com o Concílio Vaticano I, do qual é continuidade e com o Concílio de Trento,
donde hauriu toda substância teológica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário