Francisco celebra a missa no estádio de Amã em presença de refugiados palestinos, iraquianos e sírios
Por Luca Marcolivio
AMã, 24 de Maio de 2014 (Zenit.org) - Não muito longe do local do batismo de
Jesus, o papa Francisco enfatizou o dom do Espírito Santo, antecipando os
conteúdos do evangelho de amanhã.
Celebrando a missa no Estádio Internacional de Amã, na presença de muitos
refugiados cristãos da Palestina, da Síria e do Iraque e de cerca de 1.400
crianças que receberam a primeira comunhão, o papa recordou as três ações que o
Espírito Santo realiza nos homens: Ele "prepara, unge e envia".
A primeira ação ocorre no momento do batismo, quando "o Espírito repousa
sobre Jesus para o preparar para a missão de salvação", marcada pelo "estilo do
servo manso e humilde, pronto para compartilhar e para se doar totalmente".
O Espírito Santo já tinha agido em Jesus "no momento da sua concepção no seio
virginal de Maria de Nazaré, realizando o evento maravilhoso da Encarnação" (cf.
Lc 1,35 ), e, mais tarde, em Simeão e Ana, no dia da apresentação de Jesus no
Templo (cf. Lc 2,22).
"À espera do Messias", Simeão e Ana percebem que Jesus é "o Esperado por todo
o povo": na sua atitude profética, "exprime-se a alegria do encontro com o
Redentor e realiza-se, em certo sentido, uma preparação do encontro entre o
Messias e as pessoas", disse o papa.
Essas intervenções do Espírito Santo fazem parte de "um único plano divino de
amor". A missão do Espírito Santo é a de "criar harmonia" e "obrar a paz" em
todo contexto humano.
"A diversidade de pessoas e de pensamento não deve provocar rejeição e
obstáculos, porque a variedade é sempre enriquecedora", disse o Santo Padre,
exortando à invocação do Espírito Santo "com o coração ardente", para que Ele
possa "preparar o caminho da paz e da unidade".
Em segundo lugar, o Espírito Santo "unge", como fez "interiormente" com Jesus
e com os seus discípulos, para que eles tivessem "os mesmos sentimentos" do
Mestre e adotassem "atitudes em favor da paz e da comunhão".
Recebida a "unção do Espírito", a nossa humanidade é marcada pela "santidade
de Jesus Cristo", o que "nos permite amar os outros com o mesmo amor com que
Deus nos ama".
"Gestos de humildade, fraternidade, perdão e reconciliação" são "premissa e
condição para uma paz verdadeira, sólida e duradoura". O papa Francisco
prosseguiu: "Peçamos a unção do Pai para sermos plenamente seus filhos, cada vez
mais semelhantes a Cristo, para nos sentirmos todos irmãos e assim nos
afastarmos de amarguras e divisões e nos amarmos fraternalmente".
Em terceiro lugar, o Espírito Santo "nos envia" como "testemunhas e
mensageiros da paz". A paz é um "dom" e, como tal, "não pode ser comprada", mas
procurada "pacientemente" e construída "à mão", através dos "grandes e pequenos
gestos que envolvem a nossa vida diária".
O caminho da paz "se consolida quando reconhecemos que todos temos o mesmo
sangue e fazemos parte do gênero humano"; "quando não nos esquecemos de que
temos um único Pai Celestial e somos todos seus filhos, feitos à sua imagem e
semelhança", disse o papa.
"Com este espírito, abraço todos vocês: o patriarca, os irmãos bispos, os
sacerdotes, as pessoas consagradas, os fiéis leigos e tantas crianças que hoje
recebem a sua primeira comunhão, bem como as suas famílias".
Francisco também ofereceu a sua "saudação e proximidade" aos "muitos
refugiados cristãos da Palestina, da Síria e do Iraque e aos seus
familiares".
"O Espírito Santo desceu sobre Jesus no Jordão e começou a obra da redenção
para libertar o mundo do pecado e da morte.. Peçamos que Ele prepare o nosso
coração para o encontro com os irmãos, indo além das diferenças de ideias,
línguas, cultura, religião; que Ele conceda a todo o nosso ser a unção da
misericórdia, que cura as feridas dos erros, das incompreensões, das
controvérsias; que Ele nos envie com humildade e mansidão pelos caminhos
desafiadores, mas fecundos, da busca da paz", concluiu Francisco.
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