quarta-feira, 5 de março de 2014

Ser cristão não é "uma vantagem comercial", mas "seguir Jesus"



O Santo Padre recordou nesta terça-feira os cristãos perseguidos, hoje em maior número do que nos primeiros séculos da Igreja
Por Redacao

ROMA, 04 de Março de 2014 (Zenit.org) - O Papa recordou nesta manhã na homilia de Santa Marta que “a Cruz está sempre no caminho cristão”. O Santo Padre falou sobre os cristãos perseguidos e advertiu que hoje há mais mártires do que nos primeiros tempos da Igreja. Por isso, afirmou que vida cristã não é “uma vantagem comercial", mas "é simplesmente seguir a Jesus".
O Evangelho de hoje recorda a passagem em que Jesus acabou de falar sobre o perigo das riquezas. Pedro pergunta o que os discípulos que deixaram tudo para segui-lo vão receber e Francisco fez referência a este episódio. Afirmou que Jesus é “generoso”. Na verdade, responde o Senhor, ‘não existe ninguém que tenha deixado a família, a casa, os campos que “não receba já nesta vida, cem vezes mais”. O Papa indicou que talvez Pedro pensa que “ir atrás de Jesus” seja uma “bonita atividade comercial”, porque nos faz ganhar cem vezes mais. Mas Jesus acrescenta que junto com este ganho terá perseguições: “Como se dissesse: ‘Sim, vocês deixaram tudo e vão receber aqui, na terra, muitas coisas: mas com a perseguição!’ Como uma salada com o azeite da perseguição: sempre!
Este é o ganho do cristão e esse é o caminho de quem quiser ir atrás de Jesus, porque é o caminho que Ele percorreu: Ele foi perseguido! É o caminho do abaixamento. O que Paulo disse aos Filipenses: ‘Se abaixou. Se fez homem e se abaixou até a morte, e uma morte de cruz’. Esta é justamente a tonalidade da vida cristã”.
Continuou o Santo Padre mencionando também as bem-aventuras, quando Jesus disse: Bem-aventurados aqueles que serão insultados, ou perseguidos por causa de mim, “é uma bonita bem-aventurança a perseguição”. Assim, destacou que os discípulos “imediatamente depois da vinda do Espírito Santo, começaram a pregar e começaram as perseguições: Pedro foi preso”, Estevão foi assassinado e depois “muitos discípulos até o dia de hoje”.
O Santo Padre recordou que "a Cruz está sempre no caminho cristão!”. E acrescentou que “nós teremos muitos irmãos, muitas irmãs, muitas mães, muitos pais na Igreja, na comunidade cristã”, mas “também teremos a perseguição”.
E o explicou assim: "Porque o mundo não tolera a divindade de Cristo. Não tolera o anúncio do Evangelho. Não tolera as bem-aventuranças. E assim a perseguição é com palavras, calúnias, as coisas que diziam dos cristãos nos primeiros séculos, as difamações, a prisão... Embora nós esqueçamos facilmente.
Mas pensemos também nos muitos cristãos que há 60 anos acabaram nos campos, nas prisões nazistas, comunistas: muitos! Por ser cristãos! Também hoje... ‘Mas hoje temos mais cultura e não existem essas coisas’ (dirá alguém). Existem sim!, e eu digo que hoje existem mais mártires do que nos primeiros tempos da Igreja”.
O Papa também destacou em sua homilia que muitos irmãos e irmãs "que dão testemunho de Jesus, oferecem o testemunho de Jesus e são perseguidos”. Cristãos - acrescentou – que não podem nem sequer ter uma Bíblia consigo: “São condenados porque têm uma Bíblia. Não podem fazer o sinal da cruz. E este é o caminho de Jesus. Mas é um caminho alegre, porque o Senhor nunca nos prova por acima das nossas forças.
A vida cristã não é uma vantagem comercial, não é fazer carreira: é simplesmente seguir a Jesus! Mas quando seguimos Jesus acontece isso. Pensemos se temos dentro de nós o desejo de ser valentes no testemunho de Jesus. Também pensemos – nos fará bem – nos muitos irmãos e irmãs que hoje, hoje!, não podem rezar juntos, porque são perseguidos; não podem ter o livro do Evangelho e uma Bíblia, porque são perseguidos”.
E já para concluir, Francisco convidou a pensar nos irmãos que “não podem ir à missa, porque está proibido”. E colocou o exemplo das vezes que “vem um sacerdote de incógnito entre eles, fingem estar na mesa tomando um chá e ali celebram a missa”, “para que não os vejam”. O Santo Padre recordou que “isto acontece hoje”. E finalmente convidou a pensar se estamos dispostos “a levar a cruz como Jesus.. A suportar perseguições para dar testemunho de Jesus”, como “fazem estes irmãos e irmãs que hoje são humilhados e perseguidos”.

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