Sabendo que a missão é para a
pessoa humana, e que abrange todos os
aspectos do ser humano, temos então:
1- dimensão antropológica
2- dimensão teológica
3- dimensão escatológica
4- dimensão eclesiológica
5- dimensão existencial
1 – A dimensão humana da missão – (antropológica) -
Toda a pessoa tem o direito de conhecer a pessoa de Jesus Cristo e o seu projeto,
para ter a possibilidade de ter uma vida plena em Cristo. São Pedro
em seu discurso afirma que para ser fiel a Jesus é preciso que a missão
aconteça, e reconhecer que se faz com a presença do Espírito Santo, pois ele
sopra onde quer. A missão não deve ter limites, pois o projeto de Deus inclui
todos os povos e culturas. A missão é sempre atual, nunca se esgota, pois são
muitas as pessoas de boa vontade que buscam de coração sincero e reta
consciência, a fazer o bem e nele viver.
2- A dimensão divina da missão – (teológica) – Toda
a missão parte de fé em Cristo, Pedro em seu discurso renova a sua profissão de
fé, buscando a fundamentação na ressurreição de Cristo, da qual afirma ser
testemunha. Portanto, não há outro nome, a não ser o de Cristo para encontrarmos
a salvação. Foi essa a forma que Deus nos deu de salvação, ele se fez homem
para nos apontar o caminho. É o Deus único e verdadeiro, aqui está o fundamento
de toda a fé, é em Jesus que buscamos a perfeição, a santidade para alcançarmos
a vida eterna.
3- A dimensão escatológica da missão – Para que
encontremos a salvação precisamos o perdão de nossos pecados. A tarefa da
missão é conduzir a humanidade para Jerusalém. Embora tentamos ser bons,
humanitários e solidários e tentar fazer boas obras, na verdade nós somos
apenas seguidores de Jesus. Seguidores na fé, na esperança e na caridade. É
através dele que nos identificamos, que esta o nosso agir e o nosso ser. É para
ser de Deus que fomos criados, dele viemos e para ele voltaremos, e isso que da
sentido a vida. Sem essa perspectiva, a missão perde o sentido.
4- A dimensão eclesiológica - Para podermos de fato
realizar a missão precisamos participar da comunidade de fé, pois Pedro nos
lembra que sozinho nada se faz. Ter comunhão com os irmãos, e estar aberto a
todos aqueles que querem também participar desta alegria. Não podemos excluir
ninguém, pois a lógica de Jesus é de inclusão. É o Espírito Santo que nos
aponta o caminho da comunhão, que nos mostra a identidade comum de todos os que
foram tocados por Deus. Disse Jesus: “Ninguém pode vir a mim se o Pai não o
chamar.” Ai esta a Igreja, está a comunidade de fé que estabelece o vinculo da
unidade. A Santíssima Trindade é a melhor comunidade e na sua direção somos
todos convocados. Ninguém é missionário em nome próprio, ninguém evangeliza por
si mesmo, ninguém é discípulo fora da comunhão com Deus e os irmãos.
5- A dimensão existencial da missão – A humanidade
caminha impulsionada pelo desejo de comunhão fraterna, embora os sinais
contradizem essa afirmação. Há guerras, conflitos, toda a forma de violência,
fome e discriminação. A historia da humanidade mostra que o aprendizado é lento
e requer muita paciência. Somos muito duros para entender a harmonia, a paz.
Almejamos do fundo do coração, que o mundo se torne uma pequena aldeia com uma
grande família. Há citações bíblicas que nos animam, como quando na Transfiguração Pedro diz: “ é bom estarmos aqui.e” ou no
relato das primeiras comunidades que diz: “ eram todos um só coração e uma só
alma.”
Para nos tornarmos missionários
precisamos conhecer alguns passos que nos ajudam a caminhar. Assim temos a
missão como discipulado que nos apontam alguns critérios:
Critérios apostólicos
1-
da
estabilidade à mobilidade
2-
do ativismo à
mística
3-
do triunfalismo
à cruz
4-
do
eclesiocentrismo ao serviço do reino
5-
do clerical ao
ministerial
Critérios existenciais
1-
do individual
ao comunitário
2-
do isolamento
à coordenação
3-
da
exclusividade à complementaridade
Maria Ronety Canibal
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