Ser missionário é sonhar o real; dissipar o confuso, esperar contra toda esperança; peregrinar, e peregrinar, e peregrinar..
Brasília, (Zenit.org) Claudio Fonteles
Passado o impacto dos dias felizes da presença do Papa Francisco entre nós, busco amadurecer sobre o quanto se ouviu, e viu, em palavras e atitudes, desse homem, para que ele e o que realizou não se tornem mera lembrança midiática, fadada ao esquecimento, mas façam sentido concreto em nossas vidas.O dar sentido concreto às nossas vidas ensinou-me o Papa Francisco numa frase: necessitamos construir a civilização do encontro. O passo vital a tanto, repetiu-o enfaticamente Francisco, está no: “dialogar, dialogar, dialogar”. Ou seja: abrir-se ao outro; ouvi-lo, respeitá-lo, não importando a extensão de nossas diferenças culturais, sociais, religiosas.O ensinamento de Jesus não segrega, não violenta, não está nas soluções ditatoriais do pensamento único, na jactância do eu pavoneado e absoluto, detentor exclusivo da verdade.O ensinamento de Jesus, mostra-nos tão sinceramente o Papa Francisco, sem quaisquer concessões a efeitos publicitários, ou a “lobbies” de qualquer espécie, situações essas tão em voga na chamada “teologia da prosperidade” e bem assim em bandeiras ilusórias do politicamente correto – e aqui o Papa concita-nos a não temer posicionarmo-nos contra a corrente -, o evangelho de Jesus abraça o que é marginalizado, a despeito de estar marcado com o estigma de ser “viciado em drogas”; detém-se e concretamente se solidariza com os excluídos materialmente de bens; ensina o valor maior da ação política, calcada na honestidade de propósitos porque unicamente comprometida na incessante promoção do bem comum; beija a vida em gestação, e tão logo que gestada, no gesto tão repetido de Francisco de acolher e sorrir aos bebês e criancinhas, que se lhe alçavam.
Que cada um de nós saiamos de nós mesmos. Abramos as janelas de nossa existência e, no espaço do protesto, firme, mas ordeiro; perseverante e atentos às respostas vindas, e como vindas, não desanimemos, como o Papa Francisco conclamou a juventude a não desanimar, porque ser missionário é sonhar o real; dissipar o confuso, “esperar contra toda esperança”; peregrinar, e peregrinar, e peregrinar...
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