quinta-feira, 15 de agosto de 2013

A família, primeira e principal transmissora da fé



Pe. Wladimir Porreca, assessor Nacional da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família reflete sobre a missão da família de educar na fé
Por Pe. Wladimir Porreca

BRASíLIA, 14 de Agosto de 2013 (Zenit.org) - Já no início do cristianismo, a família cristã aparece como transmissora da fé. Eram os pais, de quem o Bispo, Pastor da comunidade, acolhia o pedido do Batismo para os filhos. Esta função dos pais era tão importante que, em seguida, a família se tornou o lugar por excelência, onde a Igreja transmitia a fé. Continua assim sendo em muitos países de missão; enquanto em outras nações de grande tradição cristã Europa, Estados Unidos, Canadá etc., a família perdeu com frequência este papel, com a conseguinte deterioração na fé e prática religiosa.
Para a felicidade da própria pessoa humana Deus deseja que todos os seres humanos conheçam e assumam o seu plano de salvação, revelado e realizado em Cristo (cf. 1 Tim 1, 15-16). Tendo Ele falado de muitas formas aos nossos pais (cf. Heb 1, 1; todo o AT),  nos falou de modo pleno e definitivo em e por Jesus Cristo (cf Heb 1, 2-4) Verbo Encarnado, especialmente pelo mistério pascal de sua morte, ressurreição, ascensão e glorificação.
Em Jesus Cristo, portanto, a revelação do mistério de Deus foi perfeita e definitiva. Porque só Ele é o Caminho que orienta e conduz o dia a dia de nossa vida, a Verdade que nos liberta dos erros e contradições nas decisões e opções e a Vida plena e abundante que satisfaz o ser humano em todas os seus desejos e necessidades (Jo 14,6).
Este feliz anúncio foi entregue à Igreja (Mt 28, 19, que é assistida sempre pelo Espírito Santo para levar, de modo verdadeiro e perfeito, a salvação de Deus a todos  as pessoas de todos os tempos e culturas. Os Apóstolos assim o entenderam e realizaram(At  1-5). A Igreja não deixou, nem nunca deixará,  de anunciar e proporcionar meios e recursos para que este mistério se realize, sobretudo pelo ministério do Papa e dos Bispos, como principais responsáveis. Desta responsabilidade participam também todos os fiéis cristãos, em especial os membros da família, em virtude da missão profética que receberam de Cristo no Batismo.
A família cristã, Igreja doméstica, participa desta missão. Enquanto a família é fonte de vida, ela é também a primeira e principal responsável pela transmissão do mistério do Deus Salvador aos filhos. Assim, os pais são para seus filhos os autênticos anunciadores de sua fé.
É preciso e urgente que a família assuma e renove a cada dia sua missão de ser, por excelência, a primeira educadora da fé. O principal apostolado missionário dos pais realizarem-se em sua própria família, pois seria uma desordem e um contra testemunho pretender evangelizar a outros, descuidando a evangelização dos nossos. Os pais transmitem a fé aos seus filhos com o testemunho de sua vida cristã e com sua palavra.
Na transmissão da fé a seus filhos, a família nem é autossuficiente nem autônoma. Ela precisa estar em íntima relação com a paróquia e a escola-sobretudo se é católica-, que frequentam seus filhos. A vivência de uma Igreja pujante e evangelizadora passa pela restauração da família como instituição básica para transmitir a fé.
O núcleo central desta educação na fé é  a experiência  vibrante de Jesus Cristo e seu Evangelho. Em íntima conexão com este núcleo se encontram as outras verdades contidas no Credo dos Apóstolos, nos sacramentos e nos mandamentos do decálogo. As virtudes humanas e cristãs fazem parte da educação integral da fé. (Hoje em dia não se pode quase nunca pressupor esta bagagem fundamental, dada a grande ignorância religiosa e a frágil prática religiosa).
Pe. Wladimir Porreca
Diocese de São João da Boa Vista – SP

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