Os testemunhos das famílias enviadas pelo papa a pregar o Evangelho em todas as partes do mundo
Por Salvatore Cernuzio, Junno Arocho
ROMA, 03 de Fevereiro de 2014 (Zenit.org) - "Evangelizem com amor, sejam missionários
zelosos e alegres, não percam a alegria". Este é o mandamento do papa Francisco
para as mais de 400 famílias do Caminho Neocatecumenal, enviadas neste fim de
semana para anunciar o Evangelho de Cristo ressuscitado em todos os cantos da
terra. Palavras, as do Santo Padre, que entraram para o tesouro de todas as 174
famílias que participarão das novas quarenta “missiones ad gentes” nas áreas
mais descristianizadas da Europa, das Américas e da Ásia.
Estas missões "ad gentes" são uma forte ferramenta que o Caminho oferece aos
bispos, que confiam nos testemunhos de amor e de perfeita unidade das famílias
cristãs para reaproximar a Igreja das pessoas afastadas dela. São mães e pais
que, junto com os filhos, respondem a esse chamado deixando de lado a casa, o
trabalho, as amizades, na certeza de que o maior dom que o homem de hoje pode
receber é conhecer o amor de Jesus Cristo.
É o mesmo amor que eles próprios experimentaram em primeira mão, como relatam
Pedro e Carmen, um casal de Nova Jersey, pais de seis filhos, um dos quais no
seminário em Dallas. Eles foram enviados pelo Santo Padre para a missão na
Filadélfia. "Deus realmente me tirou de uma situação de morte", diz Pedro a
ZENIT: "Eu morava na rua, no meio das gangues, imerso nas drogas. Deus me fez um
homem novo, me deu uma esposa, me deu filhos e, acima de tudo, me deu uma
família cristã. Ouvimos este chamado a ir pelo mundo anunciando o amor que Deus
tem por nós".
“É claro, existe medo, mas, como eu disse, eu já tive a experiência de que
Deus abriu um caminho para mim, para escapar da morte, e me deu a felicidade...
Indo além das dificuldades, que com certeza vamos ter, eu confio nele”.
“Estou com mais medo pelos meus pecados do que pela missão", diz a mulher,
"mas eu me lembro de onde Deus me tirou e das graças reais que Ele me deu: um
casamento de 18 anos, seis filhos... E que eu não mereço". Quando perguntamos se
os filhos estão felizes com a escolha dos pais, as próprias crianças respondem
diretamente e em uníssono: "Siiiiiim! Estamos muito felizes!". Carmen termina:
"Estamos muito felizes em fazer essa missão e eu mal posso esperar para me jogar
nela e ver o que o Senhor preparou para nós".
O Santo Padre disse em seu discurso: "O Senhor sempre nos precede" e prepara
um caminho mesmo "nos lugares mais remotos" e “nas mais diversas culturas”.
Certos disso, Miguel e Beatriz, uma família com quatro filhos e sete "no céu",
saiu da Espanha no ano passado rumo a Manchester. “Inicialmente foi bem
difícil”, conta Miguel a ZENIT. “A língua, os costumes, a comida... Ficamos um
ano ‘em estado de humildade’, sem conseguir nos comunicar, entender... Mas Deus
nunca deixou de ajudar nem de fortalecer a nossa fé, dando-nos até as coisas
concretas, como a casa, o trabalho...".
"O que mais nos impressionou foi ver como os nossos filhos se adaptaram
rápido! Eles estavam felizes logo na chegada e aprenderam um inglês excelente".
Esta missão, conclui o pai de família, é "a nossa maneira de dizer obrigado a
Deus por tudo o que Ele fez, pela vida que Ele deu para nós e para os nossos
filhos".
Também por gratidão, Cedric, Cristine e os quatro filhos decidiram partir em
missão para Rajkot, na Índia. Um ato de fé extraordinário, considerando que o
país é conhecido pela perseguição contínua contra os cristãos. "Os riscos são
muitos", diz o indiano, falando em um tímido italiano; "a maioria da população é
hinduísta, alguns até fanáticos. É tudo difícil. Mesmo na Índia, temos que
aprender outra língua, outra cultura, é tudo diferente". Então, por quê? "Porque
a gratidão a Deus é mais forte. Temos visto milagres e amor demais para não
sermos capazes de compartilhar isso tudo com os outros". Um exemplo, conta ele,
"foram as gravidezes difíceis da minha esposa. Ela arriscou muito, mas tínhamos
fé, oramos e Deus nos deu quatro filhos. Um verdadeiro milagre: cada criança foi
um presente! As nossas crianças são conscientes de que a vida foi um presente de
Deus. E por isso estão felizes".
Outro belo testemunho é o de Paolo e Anna, um jovem casal italiano de
Trieste, ele com 28 e ela com 25 anos, pais de duas crianças pequenas. Estão
entre as famílias enviadas para a Ásia. "Encontramos Jesus Cristo, nos sentimos
amados e estamos dispostos a levar esse amor para qualquer lugar", conta Paolo.
"Nem sempre é fácil, a vida às vezes pesa, mas nós confiamos no Espírito Santo..
Sem Ele, nós não fazemos nada".
"É realmente um milagre ver todas essas pessoas partindo para evangelizar,
saindo de casa, da sua segurança", disse a ZENIT dom Anthony Sablan Apuron,
arcebispo na ilha de Guam. "Eu fiquei especialmente impressionado com as
famílias enviadas para a China, dispostas a aprender uma nova língua, uma
cultura totalmente diferente, dispostas a perder a vida. Estou certo de que o
Senhor vai ajudá-los".
Dom John McIntyre, bispo auxiliar de Filadélfia, para onde vão 12 famílias
enviadas na missão “ad gentes”, concorda. "Foi um encontro muito bonito e
comovente, especialmente por ver a preocupação do Santo Padre com as famílias e
o interesse dele pelos seus filhos, mas também a generosidade dessas pessoas que
se oferecem tão maravilhosamente para a missão da Igreja. Nós somos muito gratos
a essas famílias, a esses sacerdotes e seminaristas, especialmente pela coragem
de enfrentar os desafios humanos que vão surgir, não só a língua e as novas
culturas, mas também para encontrar emprego, encontrar uma escola para os
filhos. Mas eu tenho certeza de que eles vão conseguir, sustentados em tudo pela
fé em Cristo e na sua vitória sobre os problemas, sobre o pecado e a morte".
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