Caros diocesanos. Em programas anteriores apresentamos breve introdução e síntese dos quatro primeiros capítulos do documento Evangelii Gaudium (Alegria do Evangelho) do Papa Francisco, acentuando que a alegria missionária deve estar presente no anúncio da mensagem cristã. Percebemos a necessidade de profunda conversão pastoral e missionária, em nosso tempo, tornando-nos Igreja ‘em saída’, de portas abertas a todos, sobretudo aos pobres. O Papa também abordou aspectos da realidade que podem deter ou enfraquecer os dinamismos de renovação missionária da Igreja, como a economia de exclusão e a desigualdade social que mata, assim como alguns desafios culturais e tentações dos agentes de pastoral. A Igreja, instrumento da graça divina, convida todos a fazer parte do Povo de Deus: é transcultural e todos os fiéis são convocados a participar da missão evangelizadora. O documento reflete ainda sobre a homilia – como momento de diálogo de Deus com o seu Povo -, sobre o querigma – como primeiro e principal anúncio -, e sobre a mistagogia - como o conduzir permanentemente para dentro do mistério de Deus. No quarto capítulo o documento aborda a questão social como dimensão constitutiva da missão da Igreja. Preocupam o Papa, sobretudo: a inclusão social dos pobres e a questão da paz e do diálogo social. Finalmente o Papa ainda cita princípios decisivos nesta questão da paz, justiça e fraternidade e acentua os diálogos necessários para a paz social.
Hoje apresentamos o quinto capítulo do documento: Evangelizadores com Espírito. O Santo Padre deseja encorajar os evangelizadores para que se abram sem medo à ação do Espírito Santo (EG 259-261): “Não servem as propostas místicas desprovidas de um vigoroso compromisso social e missionário, nem os discursos e ações sociais e pastorais sem uma espiritualidade que transforme o coração” (EG 262). Os verdadeiros evangelizadores com espírito desenvolvem o prazer espiritual de estar próximo da vida das pessoas. Sentem a missão como uma paixão por Jesus, e simultaneamente uma paixão pelo seu povo. Descobrem que Ele quer servir-Se deles para chegar cada vez mais perto do seu povo amado (EG 268). Nossa identidade missionária faz dizer: “A missão no coração do povo não é uma parte da minha vida... Eu sou uma missão nesta terra, e para isso estou neste mundo” (EG 273). Cada pessoa é digna da nossa dedicação. Conseguindo ajudar uma só pessoa a viver melhor, já justifica o dom da vida (EG 274). Para não cedermos ao pessimismo ou ao cansaço na missão, o Papa adverte: “Cristo ressuscitado e glorioso é a fonte profunda da nossa esperança; não faltará sua ajuda para cumprir a missão que nos confia... A sua ressurreição não é algo do passado; contém uma força de vida que penetrou o mundo... cada evangelizador é um instrumento deste dinamismo” (EG 275-276). Os evangelizadores são homens e mulheres de oração: “Pela oração, o evangelizador tornou o seu coração mais generoso, libertou-se da consciência isolada e está ansioso por fazer o bem e partilhar a vida com os outros... Os grandes homens e mulheres de Deus foram grandes intercessores” (EG 282-283).
O Papa Francisco termina a Exortação Apostólica Evangelii Gaudium (Alegria do Evangelho), dizendo que Maria é a Mãe da Evangelização. A dinâmica de justiça e ternura, de contemplação e caminho ao encontro dos outros faz d’Ela modelo eclesial para a evangelização (EG 288): “Juntamente com o Espírito Santo, sempre está Maria no meio do povo... Ela é a Mãe da Igreja evangelizadora... Estrela da Nova Evangelização... Ela é a missionária que Se aproxima de nós, para nos acompanhar ao longo da vida, abrindo os corações à fé com o seu afeto materno” (EG 284-286).
Bispo de Uruguaiana
Nenhum comentário:
Postar um comentário