segunda-feira, 5 de maio de 2014

Só 14% da população mundial dispõe de imprensa livre



Cuba, Venezuela e Honduras são os países latino-americanos mais problemáticos, segundo relatório da ONG Freedom House
Por Ivan de Vargas

MADRI, 05 de Maio de 2014 (Zenit.org) -
 A ONG Freedom House divulgou na última semana um relatório que aponta Cuba, a Venezuela, Honduras, o Equador e o México como os cinco países latino-americanos em que a imprensa não é livre. A ilha governada por Raúl Castro, além disso, está entre os dez piores do mundo todo. Na outra ponta, Costa Rica e Uruguai são os únicos países plenamente livres na região, e, mesmo assim, ocupam respectivamente o 22º e o 47º lugares entre os 197 países avaliados, o que evidencia o atraso em que a região se encontra.
Honduras, Panamá e Venezuela se destacaram negativamente como os países que mais retrocederam desde o último informe. O Paraguai é o que mais progrediu, passando de não livre a parcialmente livre.
A Argentina, que ocupa a posição 106, "continua gerando preocupação por ter um ambiente midiático altamente polarizado e funcionários de governo que insistem numa retórica negativa e em ataques verbais contra os jornais críticos", diz o informe.
De acordo com a Freedom House, a situação no continente americano se deteriorou a ponto de chegar ao nível mais baixo dos últimos cinco anos. Apenas 2% da população na América Latina vive em países que têm liberdade de imprensa.
A ONG com sede em Washington atribui uma pontuação às condições em que o jornalismo é exercido em cada país. Os países que obtêm de 0 a 30 pontos são considerados livres; de 31 a 60, parcialmente livres; de 61 a 100 pontos, sem liberdade.
A lista mundial de nações com liberdade de informação é encabeçada pela Holanda, pela Noruega e pela Suécia, que somam 10 pontos cada. Completam a lista dos dez países com mais liberdade jornalística a Bélgica e a Finlândia, com 11 pontos; Luxemburgo, Suíça, Islândia e Dinamarca, com 12; e Andorra, com 13.
O país em que a imprensa sofre mais restrições é a Coreia do Norte, que atinge 97 pontos, seguida pelo Turcomenistão e pelo Uzbequistão, com 95. A Eritreia soma 94, a Bielorrússia tem 93 e Cuba, o Irã e a Guiné Equatorial têm 90 pontos cada um.
No resto da América Latina, todos os países são considerados parcialmente livres. A melhor posição é a do Chile, que, com 31 pontos, está quase no grupo dos países com imprensa livre. Seguem El Salvador (39), República Dominicana (41), Peru (44), Brasil (45), Bolívia (48), Panamá (50), Haiti (50), Argentina (51), Nicarágua (52), Colômbia (54), Paraguai (59) e Guatemala (60).
"Vemos um retrocesso na liberdade de imprensa em nível global, como resultado dos esforços dos governos para controlar a mensagem e castigar o mensageiro. Em todas as regiões, encontramos tanto governos quanto agentes privados atacando jornalistas, limitando o acesso a eventos noticiosos, censurando e ordenando a demissão de jornalistas por motivações políticas", lamentou Karin Karlekar, responsável pelo informe, durante a apresentação do documento.
O estudo indica que a liberdade de imprensa em âmbito global caiu para o nível mais baixo em uma década. Só 14% da população mundial vive em países em que a imprensa é plenamente livre. 42% vive em regiões parcialmente livres e 44% em lugares sem liberdade de imprensa.
Dos 197 países avaliados quanto ao ambiente legal, político e econômico em que vivem, 63 foram posicionados na lista dos que possuem liberdade de imprensa, 68 no grupo da liberdade parcial e 66 no grupo de países sem liberdade informativa.

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