domingo, 4 de maio de 2014

O CAMINHO DE EMAÚS



Somos cristãos, mas em nossa vida não resplandece a alegria e a esperança. Não conseguimos comunicar aos outros a presença de Jesus no meio de nós.

Participamos frequentemente da Celebração Eucarística e comungamos, pedimos perdão, rezamos pedindo a Deus que nosso dia possa dar bons frutos. Talvez até leiamos algum texto bíblico para alimentar nosso espírito, porém, estes momentos não são capazes de nos transformar.

Facilmente nos desiludimos com as pessoas, e a decepção nos faz abandonar a caminhada, quantos vão buscar outros caminhos...
Por quê?

Naquele mesmo dia...” Assim começa o episódio narrado por São Lucas (24, 13-35) em que apresenta a triste situação de dois seguidores de Jesus que se encontram agora decepcionados com os acontecimentos dos últimos dias.

Sua tristeza é comovente; o próprio Jesus a pôde perceber  em suas palavras e na sua fisionomia abatida. Há uma visível frustração, pois uma nova vida havia vislumbrado e desejado e de repente esvazia-se sem deixar esperanças.

Estes dois homens conheceram Jesus, conviveram com ele e talvez a mais de dois anos e foram deixando-se apaixonar por seus ensinamentos. Suas palavras, suas pregações os seduziram; seus milagres os convenceram. Jesus era maravilhoso. Por Ele deixaram tudo para segui-lo. O mestre havia ensinado: “Quem quiser me seguir renuncie a si mesmo...” Quantas renúncias tiveram que fazer?
Colocaram toda a sua esperança naquele homem.

Mas de repente aquele que curava enfermos, que ressuscitou mortos, que multiplicou pães fora morto, pregado em uma cruz. Quanta desilusão! Que tristeza na alma! O que faremos agora? Nada resta senão voltar a nossa vida de antes e recomeçar.

O trajeto de Jerusalém a Emaús, para além de um caminho físico, representa um itinerário espiritual, uma via interior por onde passam todos aqueles que têm qualquer desilusão com o Mestre, com a Igreja, com a comunidade.

Em Jerusalém estava o templo, ali estava Deus, então ir para Emaús significa afastar-se de Deus.

Eles decepcionaram-se com o Mestre. Mas Jesus não!

Jesus os ama deu todo o seu sangue por eles e não quer que eles simplesmente vão embora. Jesus, então põe-se a caminhar com eles. Jesus está sempre ao nosso lado, caminha conosco, está presente em todos os momentos de nossa vida. Ele deseja fazer-se notar. Se não sentimos sua presença é porque nos fechamos em nossa dor e ficamos cegos.

Se formos dóceis em acolher a sua Palavra, aos poucos nossos olhos se abrem e tudo começa a ter sentido. A Palavra do Senhor é apaixonante. Só os corações cativados por Ele se deixam tocar pela eficácia de sua Palavra. Faz “arder” o coração, pois é Palavra viva e infunde amor aos corações daqueles que se entregam.

Já era tarde e a noite vinha chegando e eles pediram ao companheiro de caminhada: FICA CONOSCO, SENHOR!

Mas no momento a refeição “eles o reconheceram ao partir o pão.”

Eles caminharam juntos o dia inteiro, foi uma longa conversa, e não o reconheceram. Os que crêem na Palavra do Senhor, sabem muito bem o que estas palavras não são circunstanciais. Jesus repetiu o gesto da Ultima Ceia, quando todos estavam reunidos. Ele celebrou a Eucaristia com ele e para eles. Mais do que lembrarem-se deste gesto de Jesus, eles reconheceram Jesus no pão: “Isto é meu corpo..”

ELE VIVE!

Tudo mudou. Os dois caminhantes que tinham iniciado o dia com o rosto abatido, agora estão com os olhos iluminados por uma nova luz. Uma nova vida e uma nova missão. Jesus deu-lhes um novo espírito, um espírito de alegria, de paz, de fortaleza, de esperança e amor.

Cheios de entusiasmos retornaram a Jerusalém para contar a todos: O SENHOR JESUS ESTÁ VIVO!

Confiar em Jesus é a diferença entre a fé e a duvida; o desespero e a esperança; o medo e o amor. Porque ELE VIVE!

                                                                      Maria Ronety Canibal


Nenhum comentário:

Postar um comentário