quarta-feira, 16 de abril de 2014

Catequese de Inspiração Catecumenal - II


Caros diocesanos. Nas mensagens anteriores percebemos que no processo da Iniciação à Vida Cristã dos primeiros tempos do cristianismo toda comunidade era envolvida, inclusive a distribuição das leituras da Palavra de Deus, nas celebrações litúrgicas dos domingos da quaresma, seguia temática catecumenal. Portanto, catequese e liturgia andavam juntas e a catequese estava ligada à vida da comunidade e nela inseria os iniciados. 
Quem eram os sujeitos e agentes dessa Iniciação à Vida Cristã? As comunidades, os catequistas, as famílias, os padrinhos e madrinhas, os ministros, os liturgistas,... Por isso, se desejamos uma iniciação na fé, com processo de inspiração catecumenal, será necessário envolver toda comunidade. As pessoas que vão orientar a iniciação, além do preparo religioso, pedagógico e espiritual, devem dar condições para que o iniciante se sinta envolvido por carinho fraterno que conduz ao encontro de Jesus Cristo; a comunidade inteira deve ter um jeito de casa acolhedora, de família de irmãos que se amam e se ajudam, tornando-se cativante: “A Igreja cresce, não por proselitismo, mas por atração” (DAp 159) (IVC 123). A tarefa principal compete aos catequistas: eles/elas têm o maior tempo e a maior responsabilidade no processo catecumenal; são mediadores que ajudam os catecúmenos a acolherem, com todo seu ser, a gradual e progressiva revelação de Deus e seu projeto salvífico. Sua missão é fazer acontecer o encontro com o Senhor e a progressiva integração na vida da comunidade. Não basta serem professores de religião, mas educadores na fé, o que implica vivência profunda de adesão pessoal a Jesus Cristo e sua Igreja, sem dispensar os conteúdos e a pedagogia adequada (IVC 140-144). Quais seriam, então, alguns critérios para ser catequista: ter recebido e viver os sacramentos da iniciação cristã; não ter impedimento canônico; ser testemunho cristão na comunidade; possuir boa formação humana: equilíbrio psicológico, facilidade de trabalhar em grupo, bom relacionamento com os outros, dedicação, comunicação e criatividade (IVC 145). 

Papel fundamental tem igualmente a família: os pais são os primeiros e principais educadores de seus filhos na fé, na esperança e no amor. Ela exerce papel essencial na evangelização, na catequese, na vida da comunidade e transformação do mundo. Os pais passam a integrar o processo de catequese com adultos; eles crescem junto com o filho, como verdadeira Igreja doméstica (IVC 133-134 e 136). É preciso também estar atento à situação real de cada família. Da mesma forma é de importância a escolha dos padrinhos ou madrinhas: devem ser pessoas que conheçam o candidato, pois irão testemunhar a seu respeito e acompanhá-lo com apoio em toda fase da iniciação e depois pelo resto da vida (IVC 131-132). Aos ministros ordenados compete um assíduo e competente acompanhamento pastoral do processo de iniciação, sobretudo, devem zelar pela formação e pelas celebrações litúrgicas. Finalmente, para todos os que se dedicam à Iniciação à Vida Cristã vale a significativa frase do documento de Aparecida: “Conhecer a Jesus é o melhor presente que qualquer pessoa pode receber; tê-lo encontrado foi o melhor que ocorreu em nossas vidas, e fazê-lo conhecido com nossa palavra e obras é nossa alegria” (DAp 29).
A quaresma e a semana santa nos proporcionem maior conhecimento e, sobretudo, rica experiência de encontro com Jesus Cristo, Aquele que deu sua vida por amor a nós e atualiza este mistério salvador toda vez que celebramos a Páscoa, centro para o qual conduz toda Iniciação à Vida Cristã, com inspiração catecumenal.
Dom Aloísio A. Dilli – Bispo de Uruguaiana

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