Caros diocesanos. Vivemos o ano de 2014, dando prioridade para a Iniciação à Vida Cristã, com inspiração catecumenal, ou seja, inspirada no processo da catequese dos primeiros séculos do cristianismo. Nas mensagens anteriores percebemos que toda comunidade era envolvida nesse processo, inclusive a distribuição das leituras da Palavra de Deus, nas celebrações litúrgicas dos diversos domingos da quaresma, contemplava as temáticas relativas aos que se preparavam para receber os sacramentos da Iniciação Cristã, assim como para os já inseridos, há mais tempo, na vida da comunidade cristã. Catequese e liturgia andavam de mãos dadas e a catequese estava ligada à vida da comunidade e nela inseria os iniciados.
Os documentos da Igreja nos desafiam a retomar esse processo catecumenal em nossos dias, uma vez que os resultados da catequese desenvolvida atualmente não surtem mais os efeitos esperados. É preciso buscar um novo espírito e novos caminhos. Vivemos uma mudança de época que exige conversão pastoral. Uma Igreja acomodada e de simples manutenção se torna medíocre e não mais evangeliza. Há muitos batizados, mas não evangelizados suficientemente. O número de católicos diminuiu; outros vivem como se Deus não existisse (secularismo). A mudança de época exige que o anúncio de Jesus Cristo não seja mais pressuposto, mas explicitado continuamente. O modelo de catequese tradicional não consegue mais corresponder aos novos tempos. Segundo o Pe Leomar Brustolin, estamos diante dum paradoxo: “A catequese de iniciação não inicia, mas conclui um processo. Quando se chega ao auge do processo iniciatório, quando os adolescentes recebem a confirmação, ao invés de se inserirem na comunidade, desaparecem da Igreja, ignorando a instituição eclesial”. Uma catequese como processo de iniciação à vida cristã ou à vida de fé consiste na passagem do simplesmente doutrinal para modelo mais experiencial. O Papa Francisco insiste na importância do querigma, o primeiro anúncio: “Na boca do catequista, volta a ressoar sempre o primeiro anúncio: ‘Jesus Cristo ama-te, deu a sua vida para te salvar, e agora vive contigo todos os dias para te iluminar, fortalecer, libertar... é o primeiro em sentido qualitativo, porque é o anúncio principal, aquele que sempre se tem de voltar a ouvir de diferentes maneiras e aquele que sempre se tem de voltar a anunciar, duma forma ou doutra, durante a catequese, em todas as suas etapas e momentos” (Evangelii Gaudium (EG) = Alegria do Evangelho 164). O Papa acentua ainda que este anúncio é Boa-Nova: belo, alegre, solidário (EG 167-169).
A Iniciação à Vida Cristã objetiva mudança de comportamento e ingresso em novo grupo. Esta catequese nunca pode ser considerada concluída, como se tivesse caráter de formatura cristã, pois o cristão sente necessidade de catequese permanente (IVC 66-69). O processo de inspiração catecumenal começa a experiência da caminhada para Deus, rumo à maturidade em Cristo, dentro da comunidade cristã.
No início do cristianismo o valor desse mistério era experimentado (celebrado) e depois explicitado através de uma catequese chamada mistagógica, que inicia e aprofunda a experiência do mistério (IVC 43-44), desembocando em vida cristã permanente e conseqüente. Também hoje as comunidades cristãs devem estar preparadas para permitir que o encontro com Jesus Cristo se faça e se refaça permanentemente (DGAE 2011-2015, n. 41). Trata-se de uma catequese não ocasional (só para sacramentos), mas permanente (DGAE 2011-22015, n. 85).
A vivência quaresmal estimule a busca de novos caminhos na Iniciação Cristã; isto vale para comunidades, catequistas, famílias, padrinhos, ministros, liturgistas,...
Dom Aloísio A. Dilli – Bispo de Uruguaiana
Os documentos da Igreja nos desafiam a retomar esse processo catecumenal em nossos dias, uma vez que os resultados da catequese desenvolvida atualmente não surtem mais os efeitos esperados. É preciso buscar um novo espírito e novos caminhos. Vivemos uma mudança de época que exige conversão pastoral. Uma Igreja acomodada e de simples manutenção se torna medíocre e não mais evangeliza. Há muitos batizados, mas não evangelizados suficientemente. O número de católicos diminuiu; outros vivem como se Deus não existisse (secularismo). A mudança de época exige que o anúncio de Jesus Cristo não seja mais pressuposto, mas explicitado continuamente. O modelo de catequese tradicional não consegue mais corresponder aos novos tempos. Segundo o Pe Leomar Brustolin, estamos diante dum paradoxo: “A catequese de iniciação não inicia, mas conclui um processo. Quando se chega ao auge do processo iniciatório, quando os adolescentes recebem a confirmação, ao invés de se inserirem na comunidade, desaparecem da Igreja, ignorando a instituição eclesial”. Uma catequese como processo de iniciação à vida cristã ou à vida de fé consiste na passagem do simplesmente doutrinal para modelo mais experiencial. O Papa Francisco insiste na importância do querigma, o primeiro anúncio: “Na boca do catequista, volta a ressoar sempre o primeiro anúncio: ‘Jesus Cristo ama-te, deu a sua vida para te salvar, e agora vive contigo todos os dias para te iluminar, fortalecer, libertar... é o primeiro em sentido qualitativo, porque é o anúncio principal, aquele que sempre se tem de voltar a ouvir de diferentes maneiras e aquele que sempre se tem de voltar a anunciar, duma forma ou doutra, durante a catequese, em todas as suas etapas e momentos” (Evangelii Gaudium (EG) = Alegria do Evangelho 164). O Papa acentua ainda que este anúncio é Boa-Nova: belo, alegre, solidário (EG 167-169).
A Iniciação à Vida Cristã objetiva mudança de comportamento e ingresso em novo grupo. Esta catequese nunca pode ser considerada concluída, como se tivesse caráter de formatura cristã, pois o cristão sente necessidade de catequese permanente (IVC 66-69). O processo de inspiração catecumenal começa a experiência da caminhada para Deus, rumo à maturidade em Cristo, dentro da comunidade cristã.
No início do cristianismo o valor desse mistério era experimentado (celebrado) e depois explicitado através de uma catequese chamada mistagógica, que inicia e aprofunda a experiência do mistério (IVC 43-44), desembocando em vida cristã permanente e conseqüente. Também hoje as comunidades cristãs devem estar preparadas para permitir que o encontro com Jesus Cristo se faça e se refaça permanentemente (DGAE 2011-2015, n. 41). Trata-se de uma catequese não ocasional (só para sacramentos), mas permanente (DGAE 2011-22015, n. 85).
A vivência quaresmal estimule a busca de novos caminhos na Iniciação Cristã; isto vale para comunidades, catequistas, famílias, padrinhos, ministros, liturgistas,...
Dom Aloísio A. Dilli – Bispo de Uruguaiana
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