O caminho da salvação esta em se
comprometer com o projeto de Jesus. Ele veio por causa dos pobres, dos simples.
Jesus veio de Nazaré, partiu da
periferia para o centro, saiu de junto dos excluídos. Ele viveu entre eles,
conhecia o sofrimento e a angustia deste povo, por se sentir distante de Deus.
Jesus sentia compaixão por esse povo, eram “ como ovelhas sem pastor” e
foi por eles e para eles, que saiu a pregar a Boa Nova.
Durante
os 3 anos de pregação, Jesus foi mostrando por que veio, qual a sua
missão. Ele reuniu multidões, formou o grupo de 72 discípulos, separou os 12
apóstolos, tinha 3 mais íntimos, Pedro, Tiago e João, e destacou o Pedro a quem
deixou a continuidade de sua proposta evangelizadora, a Igreja.
Jesus apresentou uma nova proposta de
vida, baseada no amor, na solidariedade e na caridade, buscando a justiça. Ele
propôs uma mudança de vida que abrange as estruturas sócias, criando uma
sociedade fraterna e solidária.
Durante 3 anos pregou ao povo, reuniu
multidões, que aos poucos foram se retirando, e aos pés da cruz ficaram poucos,
porém cientes do seu compromisso com projeto do Reino de Deus.
Há diferentes graus de fé, de participação e
de compromisso pessoal com a comunidade, e para cada situação devemos dar uma
resposta adequada, pois a fé é uma graça de Deus, e atingir os corações é a
meta de todo aquele que quer anunciar a Boa Nova de Jesus.
O Evangelho de São Marcos dá exemplo do agir de Jesus, relata a pratica e atividades de Jesus, que
através de sua ação foi revelando a vontade do Pai.
São destaques sete atitudes de Jesus:
1-
Mc
1, 17 – reúne pessoas para o seguirem.
Então, reunir pessoas em torno de Jesus,
para uma experiência de comunidade, para viver em comunhão com Deus e testemunhar
a Igreja. Saber viver em comunhão requer ternura pelo o ser humano, é ter
compaixão pelo outro. É saber partilhar,
ser solidário com os mais necessitados. É fazer o outro sentir-se importante
para Deus. Ser para o outro o rosto da Igreja, saber acolher com carinho cada
irmão, fazer com que cada um sinta a alegria de ser cristão e a caminho da
salvação. Enfim testemunhar que somos capazes de viver juntos como irmãos, do
jeito que Jesus ensinou. Viver em comunidade.
2-
Mc
1, 21-22 – fala com autoridade.
Faz nascer a consciência critica,
discernimento. Ajudar as pessoas a terem critérios de escolhas, o bem, o
limite. O caminho da salvação passa por atitudes e posicionamentos bem
concretos em relação ao que se passa em nossa volta. Não podemos querer fugir
dos apelos que chegam até nós. É ilusão pensar que a Igreja está a parte do
mundo, onde entram influencias externas tanto negativas como positivas.
Hoje existem temas que estão em
discussão a nível mundial, questões como os embriões, homossexualidade, eutanásia,
entre outros, e é preciso tomar uma posição a luz dos ensinamentos da Igreja.
Somos capazes de mudar, isso é uma
conquista, é uma virtude. Assim missão é movimento, á ação mudança conversão. É
deixar de ser o que era para vir a ser o que não era. É converter-se, é uma
troca de identidade.
3-
Mc
1, 23-29. Manda até os espíritos maus.
Identificar o mal que estraga a vida. A
nossa missão vai exigir preparo e discernimento, saber o que é essencial, ter
argumentos para poder convencer e
converter.
4-
Mc
1, 29-31. Curou e segurou a mão, mandou levantar-se.
Recuperar a dignidade humana. A
evangelização abrange integralmente a pessoa, corpo e espírito. Somos todos
imagem e semelhança de Deus. Não podemos permitir que nosso irmão passe
necessidade. Alimentar o corpo, recuperar o irmão para servir a comunidade. Não
bata ler estatísticas sobre a pobreza, é preciso dar prioridade a projetos que
ajudam a mudar a situação.
É necessário que levemos o amor até os
excluídos, até aqueles que estão nas prisões, aos drogados. Eles têm o direito
de conhecer o amor, a verdade de Cristo, para poderem ser recuperados na sua
dignidade e para receberem a luz.
5-
Mc
1, 35. Foi rezar em um lugar deserto.
Manter-se unido ao Pai por uma vida de
oração. Precisamos nos disciplinar, cultivar o silencio e interiorização que
nos faz crescer, que da sintonia com Deus.
6-
Mc
1, 36-39. Vamos para as aldeias
vizinhas.
Sair e ir espalhar o Evangelho a exemplo
de Jesus é a nossa missão, não desanimar, sempre recomeçar, saber que somos
apenas semeadores, que a colheita não é nossa. Ir até aqueles que estão
distantes geograficamente e socialmente. Os pés nos ajudam a chegar mais perto,
o pé ajuda a converter a cabeça e o coração. Leva-nos a ver e sentir a situação
e toca o coração para transformar a realidade. Ir para outros lugares, eis a
missão.
7-
Mc
1, 40-45. Não conte nada a ninguém.
Reconduzir o excluído a convivência, a
Igreja deve ser sinal vivo de que é possível organizar as relações humanas, com
prioridade absoluta a caridade fraterna. A missão deve fortalecer o trabalho da
Igreja neste sentido. Jesus não andou com os mais santos, andou no meio do povo
simples, excluído, doente e pecador.
Não há como ser cristão sem defender os
pequenos, pois a missão nasce da contemplação de Jesus, que tem um projeto de
vida para toda a humanidade, o Reino de Deus.
A fé de Jesus exige que se coloque a
vida humana como prioridade por que entende que é isso que o Pai quer.
Maria Ronety Canibal
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