domingo, 3 de novembro de 2013

CUIDAR DO COMPROMISSO SOCIAL



Certamente, todos nós já nos damos conta que a nossa evangelização, para ser coerente, deve sempre chegar à caridade, ao amor concreto com os irmãos. O cristianismo não é uma bonita teoria do mundo das idéias, mas uma forma de viver a partir do que Jesus Cristo ensinou e testemunhou, sobretudo pelo amor máximo de dar a vida. O critério de julgamento que Jesus apresenta no evangelho de São Mateus (Mt 25, 31-46) deixa claro que a caridade e o amor vividos ou não serão as referências para a salvação ou a condenação: “Eu estava com fome, e me destes de comer; estava com sede, e me destes de beber; eu era forasteiro, e me recebestes em casa; estava nu e me vestistes; doente, e cuidastes de mim; na prisão, e fostes visitar-me... Todas as vezes que fizestes isso a um destes mais pequenos, que são meus irmãos, foi a mim que o fizestes...Todas as vezes que não fizestes isso a um desses mais pequenos, foi a mim que o deixastes de fazer” (Mt 25, 35-36.40.45)
          Quando a Igreja fala em Doutrina Social ela quer alertar os fiéis a cuidarem para que o evangelho e suas conseqüências cheguem ao chão da vida e a todas as pessoas, especialmente aos mais necessitados, cujos direitos humanos costumam estar visivelmente ameaçados. Assim nasce nosso compromisso social, ou seja, o evangelho nos convida a irmos ao encontro dos que precisam de vida mais digna, segundo o projeto de Deus. Podemos dizer que o compromisso social tem sua raiz na própria fé. O interesse autêntico pelos problemas da sociedade nasce da solidariedade para com as pessoas e do encontro pessoal e comunitário com Jesus Cristo. Por isso a CNBB lembra com insistência: “Uma comunidade insensível às necessidades dos irmãos e à luta para vencer a injustiça é um contra-testemunho, e celebra indignamente a própria liturgia” (DGAE 2008-2010, n. 178). Portanto, não basta rezar nas igrejas para ser um bom e autêntico cristão. As mãos erguidas em oração devem ser as mesmas que são estendidas aos irmãos necessitados.
          Se o Espírito nos fez um apelo maior em relação às pastorais sociais pela leitura dos Sinais dos Tempos em nossa realidade, a diocese quer estar mais atenta a essa dimensão de nossa vivência cristã nos próximos anos. Existem apelos para participação em diversas pastorais sociais como, por exemplo, na pastoral carcerária, na pastoral da criança, na pastoral da saúde, na pastoral dos catadores de lixo, na pastoral dos aidéticos, na pastoral do amor exigente, para citar apenas algumas necessidades... Você ou sua família, sua comunidade, seu movimento, sua escola já pensou em que pastoral poderia marcar presença e atuar? Entre em contato com sua paróquia e comece a participar. Lembremo-nos que o louvor de Deus não acontece apenas nas celebrações, nas vigílias ou devoções, por mais importantes que estas sejam. A dignificação da vida das pessoas é também uma forma de louvar a Deus, pois fomos criados à imagem e semelhança Dele, portanto, com vida digna. Toda forma de vida indigna é uma agressão ao projeto de Deus. Que Ele nos encoraje e faça crescer nossas pastorais sociais!
Dom Aloísio A.Dilli 
Bispo de Uruguaiana

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