Em Santa Marta, o Papa indica três momentos da vida de Cristo que mostram a sua proximidade e recorda que Jesus escolheu todos
Por Salvatore Cernuzio
ROMA, Setembro de 2014 (Zenit.org)
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Não existe um "professor Jesus": o Filho de Deus não é um professor,
um místico, um intelectual que fala da cátedra. Jesus é um homem que
está no meio das pessoas e deixa-se tocar, que quer curar e que, neste
momento, está perante o Pai e rezar por mim e por você.
Quantos
exemplos o Papa Francisco precisa dar para fazer entender que o Senhor
está próximo a nós? Toda a homilia na missa desta manhã de terça-feira,
em Santa Marta, foi sobre esta mensagem. O Santo Padre partiu do
comentário sobre o Evangelho do dia para refletir sobre três aspectos da
vida de Cristo que mostram sua proximidade a nós.
O primeiro é a oração. Jesus "é o grande intercessor", diz o Papa.
Ele passa a "noite toda em oração a Deus", "reza por nós". E "parece um
pouco 'estranho? que, Ele que veio para nos dar a salvação, que tem o
poder, reza ao Pai".
Ainda assim, observa o Papa, é "a sua missão hoje", ?Ele está diante
do Pai neste momento, rezando por nós, rezando pela Igreja". Desde o
primeiro momento, Jesus reza: ?rezou quando estava na terra e continua a
rezar agora por cada um de nós, por toda a Igreja?.
É algo que deve nos dar coragem: ?isto deve nos encorajar! Porque nos
momentos difíceis, de necessidade e de tantas coisas, devemos pensar:
?Mas Tu estás rezando por mim. Reza por mim junto ao Pai!?. É
extremamente reconfortante, destaca o Santo Padre. Mesmo assim, muitas
vezes, esquecemos que esta é "a nossa força". Dizer ao Pai: "Mas se Tu,
Pai, não nos olha, olha teu Filho que reza por nós?.
Além da oração, Jesus escolhe. Ele escolheu os 12 apóstolos, recorda o
Papa, ele escolhe seus seguidores e diz claramente: "Não foram vocês
que me escolheram. Fui eu que escolhi vocês". Isso também deve nos
encorajar, diz Bergoglio: ter consciência, ou seja, ?eu fui escolhido,
fui escolhida pelo Senhor! No dia do Batismo, Ele me escolheu?. E como
dizia Paulo: ?Ele escolheu a mim, desde o seio de minha mãe?.
Tudo isso "são coisas do amor!", comenta o Papa. O amor ?não olha se
alguém tem o rosto belo ou feio: ama!?. Jesus faz o mesmo: ?ama e
escolhe com amor?. Na lista de Cristo não tem ninguém ?vip?. ?Ele
escolhe todos! Não tem ninguém importante ? entre aspas- segundo os
critérios do mundo: são pessoas comuns?.
Pessoas comuns, mas com um único denominador: ?são pecadores?. Jesus
escolheu os pecadores, enfatiza Francisco. Esta é a acusação que os
doutores da lei e os escribas fazem: ?Ele come com os pecadores, fala
com as prostitutas...?.
Jesus chama todos! Como na parábola das núpcias do filho, quando os
convidados não aparecem, o dono da casa diz aos seus servos: ?Ide e
trazei todos à casa! Bons e maus?. Da mesma maneira ?Jesus escolheu
todos? e escolheu também Judas Iscariotes, ?que se tornou o traidor ... O
maior pecador. Mas foi escolhido por Jesus?.
Por fim, o terceiro momento: ?Jesus próximo do povo?. Em muitos vão
até Ele ?para ouvi-lo e serem curados de suas doenças. Toda a multidão
procurava tocá-lo?. ?Dele saia uma força que curava todos?. Mas a coisa
mais bonita é a atitude de Cristo neste contexto: Ele não se coloca como
?um professor, um mestre, um místico que se afasta do povo e fala da
cátedra. Não! Está no meio do povo; se deixa tocar; deixa que as pessoas
perguntem?.
Essa proximidade ?não é uma coisa nova para Ele?, explica o Papa.
Jesus ?sublinha em seu modo de agir, mas é algo que vem desde a primeira
escolha de Deus para o seu povo?.. Deus diz ao seu povo: ?Pensem, qual
povo tem um Deus tão próximo como Eu estou próximo de vocês??.
A proximidade de Deus ao seu povo é a ?proximidade de Jesus às
pessoas?. ?E isso nos dá confiança Nele, nosso Mestre e Senhor que ?
insiste o Papa ? é alguém que reza, alguém que escolhe as pessoas e
alguém que não tem vergonha de estar próximo do povo?. E conclui:
?Confiemos n?Ele porque reza, porque nos escolheu e porque está próximo
de nós?.
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