sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Ser catequista





Dom Canísio Klaus Bispo de Santa Cruz do Sul (RS)

O mês de agosto termina com a celebração da vocação de Catequista. Ela se origina da vocação comum de todos os batizados, razão pela qual é exercida por bispos, padres, religiosos, religiosas, leigos e leigas. Mais do que isso, conforme o Diretório Geral da Catequese, ela é “compromisso da comunidade”, sem a qual não acontece iniciação cristã. “Assim a ação catequética torna-se uma mútua responsabilidade, uma fonte de troca de experiências e de crescimento entre os catequistas e a comunidade cristã”.

Os pais, “pelo sacramento do Matrimônio recebem a graça e a responsabilidade de serem os primeiros catequistas”. São eles que devem dar os primeiros passos na educação da fé dos filhos. Com boa base familiar, o processo posterior da catequese se torna muito mais fácil. Já quando falta a base da família, o processo se torna missão muito ingrata.
Como bispo, tenho consciência que sou o primeiro responsável pela catequese na Diocese. Da mesma forma o primeiro responsável pela catequese na paróquia é o pároco. Porém, para podermos concretizar esta responsabilidade, precisamos de colaboradores. E são estes colaboradores que, ordinariamente, chamamos de “catequistas”. Em sua maioria são leigas e leigos das comunidades. Por vezes são também religiosas e religiosos inseridos na pastoral. São eles que tomam a peito a tarefa de continuar a iniciação cristã de crianças, adolescentes, jovens e adultos, encaminhados pelas famílias.
Para bem cumprir com a sua missão, “é fundamental que o catequista vivencie seu ministério como uma vocação e missão privilegiadas. Sem dúvida, trata-se de um dom de Deus, mas que precisa ser bem acolhido e cultivado com a ajuda de todos os meios possíveis que subsidiem o seu crescimento na fé, na esperança, no amor, na competência em conteúdos, pedagogia e especialmente em espiritualidade” (Estudos da CNBB, 97).
Reconhecemos que, nem sempre, o trabalho dos catequistas é valorizado assim como poderia e deveria ser. Muitos pais não estão cientes do quanto de tempo um catequista precisa dedicar para bem cumprir com sua função. Também temos muitas comunidades onde a catequese não tem a atenção que mereceria ter. O mesmo vale para algumas paróquias, onde catequistas não tem apoio para a sua formação e não encontram ambiente físico e recursos materiais adequados para o trabalho.
Convido, pois, todas as pessoas a assumirem a sua função de catequistas. Ao mesmo tempo agradeço às pessoas que fazem da catequese o seu principal trabalho dentro da Igreja. Na Diocese de Santa Cruz do Sul, contabilizamos mais de mil destes catequistas. São eles que preparam crianças, adolescentes, jovens e adultos para os sacramentos da iniciação cristã, particularmente os sacramentos da eucaristia e da confirmação. Que Deus, por intermédio de São José de Anchieta, o padroeiro dos catequistas, a todos abençoe e ilumine.

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