quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Qual é a nossa estrela?



Considerações sobre a Epifania do Senhor
Por Luigi Mariano Guzzo

ROMA, 07 de Janeiro de 2014 (Zenit.org) - No final do dia em que celebramos a Solenidade da Epifania do Senhor, eu gostaria de compartilhar algumas breves considerações minhas.
O Magos que partem do Oriente atrás de uma estrela são estudiosos, pessoas sábias. Mas não são judeus. Para eles, para a sua experiência de fé, que não sabemos qual era, mas certamente não era judia, e para a sua cultura, a espera de um Messias que traz a libertação não significa nada.
Eles seguem simplesmente o intelecto. Mas, através da razão, aquele Menino nascido em Belém diz "algo" a eles; talvez eles não saibam "o quê", mas se deixam interpelar por Ele. "Quando viram a estrela, regozijaram-se profundamente", dizem as Escrituras. Talvez fosse a alegria da fé, que se abre graças às potencialidades da razão. Se Jesus tem "algo" a dizer a todas as pessoas, mesmo aos não crentes, isto significa que a razão não se dissocia da fé.
No céu há bilhões e bilhões de estrelas. As Escrituras não falam de "uma estrela". Os Magos seguem "a estrela". O artigo definido especifica que, entre uma miríade de estrelas, os Magos conseguem reconhecer a verdadeira, a certa para o seu caminho.
E nós? Pensamos em quantas estrelas enchem todos os dias as nossas vidas? Existe a estrela do sucesso rápido, a estrela do sexo fácil, a estrela do lucro imediato, a estrela do álcool, a estrela da droga, a estrela do interesse pessoal, a estrela do consumismo, a estrela da falsidade, a estrela da inveja, a estrela da vanglória e assim por diante... Estrelas, enfim, há muitas.
Mas, e esta é a pergunta, de todas essas estrelas, qual é, para nós, a estrela certa, a única a seguir, a exemplo dos Reis Magos? Cada um tem a sua resposta... Com uma coisa clara na consciência: em meio às tantas luzes artificiais que enchem as nossas cidades, torna-se cada vez mais difícil identificar a luz natural das estrelas. Se os Magos caminhassem hoje, provavelmente teria sido bem difícil para eles seguir "a estrela".
Roberta, uma queridíssima amiga, me fez notar que os Magos “seguem” a estrela, e não a “perseguem”. Uma diferença que me fez pensar. "Seguir" é "ir atrás de alguém"; "perseguir" é "correr atrás daquele que foge". A estrela não foge dos Magos. Ao contrário: ela espera por eles em Belém e é por isso que ilumina o seu caminho.
Um ensinamento: em nossas vidas, quantas pessoas nós "perseguimos"? Será que vale a pena correr atrás de pessoas que "fogem" de nós? Não será que fazer isso é não ter respeito nem por nós mesmos nem pela escolha delas? Talvez seja melhor "seguir" quem nos precede, quem caminha à nossa frente na jornada, quem, com seu amor, nos mostra a direção certa e, com a sua ternura, ilumina os nossos passos.

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