domingo, 26 de janeiro de 2014

Cristo é princípio, causa e motor da unidade dos cristãos, afirma Papa



O Papa Francisco presidiu às vésperas na tarde deste sábado (25), na basílica de São Paulo fora dos muros, por ocasião da festa da conversão do apóstolo e no encerramento da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos.

Antes de iniciar a celebração, Francisco desceu ao túmulo do apóstolo Paulo para rezar com o arcebispo metropolita ortodoxo e representante do patriarcado ecumênico de Constantinopla, Gennadios Zervos, e o representante do arcebispo de Cantuária e chefe da Comunhão Anglicana em Roma, o pastor David Moxon.

A basílica estava repleta de fiéis e nos bancos da frente destacavam-se alguns cardeais colaboradores e ex-colaboradores da cúria romana, como os dois ex-secretários de Estado, Angelo Sodano, (atual decano do colégio cardinalício) e Tarcisio Bertone, camerlengo da Santa Romana Igreja.

Na presença de representantes ortodoxos, anglicanos e de outras comunidades cristãs, em sua homilia o Papa comentou o tema escolhido para a edição deste ano da Semana: "Estará Cristo dividido?" (1Cor 1, 13).

Com grande tristeza, comentou o Pontífice, o apóstolo soube que os cristãos de Corinto estavam divididos em várias facções. Uns afirmavam: "Eu sou de Paulo"; outros diziam: "Eu sou de Apolo"; e outros: "Eu sou de Cefas"; e há ainda quem sustentasse: "Eu sou de Cristo". Até mesmo quem apelava a Cristo o fazia para se distanciar dos irmãos.

Diante desta divisão, Paulo exorta os cristãos de Corinto a serem todos unânimes, para que haja perfeita união de pensar e sentir. Mas a comunhão a que chama o apóstolo, notou Francisco, não poderá ser fruto de estratégias humanas.

"Nesta tarde, encontrando-nos aqui reunidos em oração, sentimos que Cristo - que não pode ser dividido - quer atrair-nos a Si, aos sentimentos do seu coração, ao seu abandono total e íntimo nas mãos do Pai, ao seu esvaziar-se radicalmente por amor da humanidade. Só Ele pode ser o princípio, a causa, o motor da nossa unidade".

As divisões na Igreja - prosseguiu o Papa - não podem ser consideradas como um fenômeno natural ou inevitável. "As nossas divisões ferem o corpo de Cristo, ferem o testemunho que somos chamados a prestar-Lhe no mundo", acrescentou.

A seguir, o Pontífice mencionou o decreto do Concílio Vaticano II sobre o ecumenismo (Unitatis redintegratio), em que se afirma que Cristo "fundou uma só e única Igreja" e acrescentou: "Queridos amigos, Cristo não pode estar dividido! Esta certeza deve incentivar-nos e suster-nos a continuar, com humildade e confiança, o caminho para o restabelecimento da plena unidade visível entre todos os crentes em Cristo".

Improvisando, o Papa acrescentou que "todos fomos prejudicados pelas divisões entre os cristãos; não queremos ser um escândalo!", frisou. "Caminhemos fraternamente juntos no caminho da unidade, na unidade 'reconciliada', para a qual o Senhor nos acompanha", exortou, explicando que "a unidade não vai cair do céu como um milagre, mas será o Espírito Santo a propiciá-la, em nosso caminho. Se não caminharmos juntos, uns para os outros, e não trabalharmos juntos, a unidade não virá. É o Espírito Santo que a faz, ao ver a nossa boa-vontade".

Francisco citou ainda seus predecessores, os beatos João XXIII e João Paulo II e Paulo VI, para afirmar que a obra desses pontífices fez com que a dimensão do diálogo ecumênico se tornasse um aspecto "essencial do ministério do bispo de Roma, que hoje não se compreenderia plenamente o serviço petrino sem incluir nele esta abertura ao diálogo com todos os crentes em Cristo".

Por fim, exortou: "Amados irmãos e irmãs, peçamos ao Senhor Jesus que nos conserve profundamente unidos a Ele, nos ajude a superarmos os nossos conflitos, as nossas divisões, os nossos egoísmos e a vivermos unidos uns aos outros por uma única força, a do amor, que o Espírito Santo derrama nos nossos corações".

O cardeal presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Kurt Koch, não pôde participar da cerimônia, devido a um resfriado, e sua saudação foi lida pelo secretário do dicastério, dom Brian O'Farrell. 

Com informações da Rádio Vaticano.
VIA INTERNET  - Portal Ecclesia.

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